sábado, 5 de novembro de 2016

52 - PROVAS DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


At 10.44,45: E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios”.
                As Escrituras ensinam que o crente deve examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo da parte de Deus, “Examinai tudo. Retendo o bem” (1Ts 5.21); “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus” (1Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios bíblicos para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de batismo no Espírito Santo.
1)      O autêntico batismo no Espírito Santo levará a pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo mais do que antes, “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dera tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir”. “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (Jo 16.13,14; At 2.11,36; 10.44-46).
2)      O verdadeiro batismo no Espírito Santo aumentará a convicção da nossa filiação com o Pai celestial, “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.15.16). Levará a uma maior percepção da presença de Cristo em nossa vida diária ao amor a Deus demonstrado pela nossa obediência à palavra (Jo 14.23), e aumentará o clamor da nossa alma “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). Por sua vez um batismo no Espírito Santo que não leva uma maior comunhão com Cristo e a uma mais intensa comunhão com Deus como nosso Pai não vem dEle.
3)      O real batismo no Espírito Santo aumentará nosso amor e apreço pelas Escrituras. O Espírito da verdade, que inspirou as Escrituras (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21), aprofundará nosso amor à verdade da Palavra de Deus, “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro” (1Jo 4.6; Jo 16.13; At 2.42; 3.22). Por outro lado qualquer suposto batismo no Espírito que diminui nosso interesse de ler a Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
4)      O real batismo no Espírito Santo aprofundará nosso amor pelos demais seguidores de Cristo e a nossa preocupação pelo seu bem-estar, “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseveravam unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2.38,44-46; 4.32-35). A comunhão e fraternidade cristãs, de que nos fala a Bíblia, somente podem existir através do Espírito, “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mais o maior destes é o amor” (1Co 13.13).
5)      O genuíno batismo no Espírito Santo deve ser precedido de abandono do pecado e de completa obediência a Cristo. Ele será conservado quando continuamos na santificação do Espírito Santo, “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupsciência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” (Gl 5.16,17). Daí, qualquer suposto batismo, em que a pessoa não foi liberta do pecado, continuando a viver segundo a vontade da carne, não pode ser atribuído ao Espírito Santo, “Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à Lei, visto como estava enferma pela carne, Deus enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle” (Rm 8.2-9). Qualquer poder sobrenatural manifesto em tal pessoa trata-se de atividade enganadora de Satanás “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. Aos loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade” (Sl 5.4,5).
6)      O Real batismo no Espírito Santo fará aumenta o nosso repúdio às diversões pecaminosas e prazeres ímpios deste mundo, refreando-nos a busca egoísta de riquezas e honrarias terrenas, “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário” (At 20.33; 1Co 2.12; Rm 12.16; Pv 11.28).
7)      O genuíno batismo no Espírito Santo nos trará mais desejo e poder para testemunhar da obra redentora do Senhor Jesus Cristo, “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração” (Lc 4.18), “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8; 2.38-41; 4.8,20; Rm 9.1-3; 10.1). Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito que não resulte num desejo mais intenso de ver os outros salvos por Cristo, não provém de Deus, “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
8)      O genuíno batismo no Espírito Santo deve despertar em nós o desejo de uma maior operação sua no reino de Deus, e também uma maior operação de seus dons em nossa vida. As Línguas como evidência inicial do batismo devem motivar o crente a permanecer na esfera dos dons espirituais (At 2.4,11, 43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; Gl 3.5).
9)      O autêntico batismo no Espírito Santo tornará mais real a obra, a direção e a presença do Espírito Santo em nossa vida diária. Depois de batizados no Espírito Santo, os crestes de Atos tornaram-se mais cônscios da presença, poder e direção do Espírito Santo, “... e anunciavam com ousadia a palavra de Deus...” (At 4.31; 6.5; 9.31; 10.19; 13.2,4 52; 15.28; 16.6,7; 20.23). Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito Santo que não aumentar a nossa consciência da presença do Espírito Santo, nem aumenta o nosso desejo de obedecer à sua orientação, nem reafirmar nosso alvo de viver diante dEle de tal maneira e não entristecê-lo nem suprimir o seu favor, não provém de Deus.
               
Amém!
Erivelton de Jesus

51 - A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

At 5.3,4: Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”.
                É essencial que os crentes reconheçam a importância do Espírito Santo no plano divino da revelação. Sem a presença do Espírito Santo neste mundo, não haveria a criação, o universo, nem raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; Sl 104.30). Sem o Espírito Santo não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o NT (Jo 14.26; 1Co 2.10) e nenhum poder para proclamar o Evangelho (At 1.8). Sem o Espírito Santo, não haveria fé, nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo. Este estudo examina alguns dos ensinamentos básicos a respeito do Espírito Santo.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é uma pessoa divina como o Pai e o Filho (At 5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus. À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação.
NOTAS SOBRE A TRINDADE: Marcos 1.11: As três divinas pessoas da Trindade estão presentes no batismo de Jesus. Deus é revelado nas Escrituras como um só Deus, existente como Pai, Filho e Espírito Santo (conf. Mt 3.16,17; 8.19; Mc 1.9-11; 2Co 13.14; Ef 4.4-6; 1Pe 1.2). Esta é a doutrina da Trindade, expressando a verdade de que dentro da essência uma de Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando uma só natureza divina comum. Assim, segundo as Escrituras, Deus é singular, isto é, unida, num sentido, e plural, isto é, trina, noutro.
As Escrituras declaram que Deus é um só – uma união perfeita de uma só natureza, substância e essência (Dt 6.4; Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da deidade, nenhuma é Deus sem as outras, e cada uma, juntamente com as outras, é Deus.
O Deus único existe numa pluralidade de três pessoas identificáveis, distintas; mas não separadas. As três não são três deuses, nem três partes de expressões de Deus, mas são três pessoas tão perfeitamente unidas que constituem um só Deus verdadeiro e eterno. O filho e também o Espírito Santo possuem atributos que somente Deus possui (Jo 20.28; 1. 1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13; Gn 1.2; Is 61.1; At 5.3,4; 1Co 2.10,11; Rm 8.2,26, 27; dois ts 2.13; Hb 9.14). Nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo, foram feitos ou criados em algum tempo, mas cada um é igual ao outro em essência, atributos, poder e glória.
O Deus único, existente em três pessoas, torna possível desde toda a eternidade o amor recíproco, a comunhão, o exercício dos atributos divinos, a mútua comunhão no conhecimento e o inter-relacionamento dentro da deidade (Jo 10.15; 11.27; 17.24; 1Co 2.10).
            A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
            O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence do pecado (Jo 16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Cristo de Cristo (Jo 14.16,26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos participantes da natureza de divina (2Pe 1.4).
O Espírito Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão, o Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica, isto é, purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado (Rm 8,2-4; Gl 5.16,17; 2Ts 2.13). Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23; 1Pe 1.2). Ele é o nosso mestre divino, que nos guia em toda verdade (Jo 16.13; 14.26; 1Co 2.10-16) e também nos revela Jesus e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.14). Continuamente, Ele nos comunica o amor de Deus (Rm 5.5) e nos alegra, consola e ajuda (1Ts 1.6).
O Espírito Santo é o agente Divino para o Serviço do Senhor, revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito Santo, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo na igreja e diante do mundo (At 1.8). Recebemos a mesma a unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (At 2.4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus, e operar milagres (At 2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de Deus é que todos os cristão atuais recebam o batismo no Espírito Santo (At 2.39). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo do Cristo (1Co 12-14). Estes dons são uma manifestação do Espírito Santo através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12 7-11).
O Espírito Santo é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo único de Cristo, que é sua igreja (1Co 12.13) e que permanece nela (1Co 3.16), edificando-a (Ef 2.22), e nela inspirando a adoração a Deus (Ef 3.3), dirigindo a sua missão (At 13.2,4), escolhendo seus obreiros (At 20.28) e concedendo-lhes dons (1Co 12.4-11) escolhendo seus pregadores (At 2.4; 1Co 2.4), resguardando o evangelho contra erros (2Tm 1.14) e efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1Co 3.16; 1Pe 1.2).
As diversas operações do Espírito Santo são complementadas entre si, e não contraditórias. Ao mesmo tempo, essas atividades do Espírito Santo formam um todo, não havendo plena separação entre elas. Alguém não pode ter: a nova vida total em Cristo, um santo viver, o poder para testemunhar do Senhor ou na comunhão no seu corpo, sem exercitar essas quanto coisas. Por exemplo: uma pessoa não pode conservar o batismo no Espírito Santo se não viver uma vida de retidão, produzida pelo mesmo Espírito, que também quer conduzir esta mesma pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência ás mesmas.
               
Amém!

Erivelton de Jesus

50 - O FALAR EM LÍNGUAS


At 2.4: E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem..”.
                O falar noutras línguas, ou aglossolália (Gr. Glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo. Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS
            As línguas como manifestação do Espírito:
Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, isto é, uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (Gr. Glossa) que não aprendeu. “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4). Estas línguas podem ser humanas, isto é, atualmente faladas, como português, inglês, aramaico, hebraico, etc, a qual a pessoa nunca estudou, ou desconhecidas na terra. Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão extática” para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito, ou seja, a pessoa não entra em êxtase, quando se enche do Espírito Santo.
            Línguas como sinal externo do batismo no Espírito Santo:
Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo, de modo que os primeiros 120 crentes no dia de Pentecostes, e demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o Espírito Santo “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.” (At 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitados, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas.
                As línguas como dom:
Falar noutras línguas também é descrito como um dos dons concebidos ao crente pelo Espírito Santo “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.” (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
a)      O falar noutras línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito , em culto público;
b)      O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual “O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.” (1Co 14.4). Significa falar ao nível do Espírito, com o propósito de orar, dar graças, ou cantar.
OUTRAS LÍNGUAS, PORÉM FALSAS
                O simples falto de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências espirituais procedem realmente de Deus. “ AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (1Jo 4.1):
1)      Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem do Espírito Santo, como em Atos dos Apóstolos 2.4. Esse fenômeno, segundo o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem anexo.
2)      O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia, dentro da igreja. “AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;” (1Jo 4.1,2); Sinais e maravilhas operados por Satanás e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus.
3)      Se alguém que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é justo. Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus.” (1Jo 3.4-10).




Amém!

Erivelton de Jesus

49 - O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


At 1.5: Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.”.
                Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
1)      O batismo do Espírito Santo é para todos que professam a fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar.
2)      Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito “E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1.33; Lc 3.16; Mc 1.8; Mt 3.11). Ele ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49; At 1.4,5, 8).
3)      O Batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito completa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre os seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser “Revestidos de poder” pelo Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subsequente à regeneração.
4)      Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito, este batismo teria lugar somente depois do dia de Pentecostes. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes, (Lc 1.15,67)m Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão de Cristo “Todavia, digo-vos a verdade: que convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se, eu for, enviar-vo-lo-ei...” (Jo 16.7-14; At 1.2-5; Lc 24.49-51).
5)      O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como sinal inicial do batismo no Espírito Santo “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4; 10.45,46; 19.6).
6)      O Batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (At 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a Glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
7)      Outros resultados do genuíno batismo no Espírito Santo são:
a)                     Mensagens proféticas e louvores (At 2.4,17; 10.46; 1Co 14.2,15);
b)      Maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino conta a impiedade “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (Jo 16.8; At 1.8);
c)       Um vida que glorifica a Jesus Cristo “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13,14; At 4.33);
d)      Visões da parte do Espírito “... E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos.” (At 2.17);
e)      Manifestações dos vários dons do Espírito Santo “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo...” (1Co 12.4-10);
f)       Maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26);
g)      Maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela;
h)      Uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”. (Gl 4.6; Rm 8.15).
8)      A Palavra de Deus cita várias condições prévias para o batismo do Espírito Santo:
  • Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38-40; 8.12-17). Isto importa em submeter a Deus a nossa vontade. Devemos abandonar tudo o que ofende a Deus, para então podermos ser “vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor” (2Tm 2.21).
  • É preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no Espírito Santo “... Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, que venha a mim e beba...” (Jo 7.37-39; Is 44.3; Mt 5.6; 6.33).
  • Muitos recebem o batismo como resposta à oração neste sentido “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quantos mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.13; At 1.14).
  • Devemos esperar convictos que Deus nos batizará no Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
9)      O batismo no Espírito Santo permanece na vida do crente mediante a oração, o testemunho, a adoração no Espírito e uma vida santificada (At 4.31,33; Ef 5.18,19). Por mais poderosa que seja a experiência inicial do batismo no Espírito Santo sobre o crente, se ela não expressa numa vida de oração, de testemunho e de santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.
10)   O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez na vida do crente e move-o à consagração à obra de Deus, para, assim, testemunhar com poder e retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores ao batismo inicial do Espírito Santo. O batismo no Espírito, portanto, conduz, o crente a um relacionamento com o Espírito que deve ser renovado e conservado “E não vos embriagueis com o vinho que há contendas, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).


Amém!

Erivelton de Jesus

48 - A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS


Jo 20.22: E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
            A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
            Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). Cristo declara que o Espírito Santo habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente Ele estaria em “vós”. A promessa do Espírito Santo para habitar nos fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de Cristo, quando Ele assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22). Jesus agora cumpre a promessa de João 14.17.
            Da frase, “assoprou sobre eles” em João 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo usado na Septuaginta (a tradução grego do AT) em Gn 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes {de Adão} o fôlego da vida; e o home foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em EZ 37.9: “Assopra sobre os mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “Espírito vivificante” (1Co 15.45).
            O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorgada autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecostes (At 2.4).
            Antes da ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios, do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus. Foi, Também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, isto é, uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
            Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
a)      Os discípulos receberam o Espírito Santo, isto é, o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou antes do dia de Pentecostes; e.
b)      O derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no Espírito Santo no dia de Pentecostes foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas.
      Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em João 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecostes. O uso do aoristo imperativo para “receber” denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.
     

Amém!

Erivelton de Jesus

47 - A REGENERAÇÃO


Jo 2.11: Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.
            A palavra regeneração significa ato ou efeito de regenerar, que por sua vez, provem do latim regenerare, que tem como significado tornar a gerar; restaurar; reorganizar, melhorar ou emendar moralmente; formar-se de novo; emendar-se corrigir-se moralmente; reabilitar-se.
            Essa palavra constitui uma das doutrinas mais importantes e fundamentais da fé cristã: a regeneração “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5). É sobre essa doutrina que Jesus está tratando no texto de Jo 3.1-8. Ele diz que sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o Reino de Deus. Veja a seguir, importantes fatos a respeito do novo nascimento.
1)      A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa efetuadas por Deus e pelo Espírito Santo. Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente, e este se torna um filho de Deus (Jo 1.12); e uma nova criatura (2Co 5.17). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
2)      A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.11).
3)      A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus e coloca sua fé na pessoa do de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
4)      A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em nova vida de obediência a Jesus Cristo, “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas se passaram; eis que tudo se fez novo.” (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (Jo 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito Santo (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo 2.29), ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1Jo 2.15,17).
5)      Quem é nascido de Deus não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a Deus e de evitar o mal, mediante uma comunhão profunda com Cristo e a dependência do Espírito Santo. (Rm 8.2-14).
6)      Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for à religião que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
7)      Assim como uma pessoa nasce do Espírito ao obedecer à vida de Deus, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniqüidade. As Escrituras afirmam: “Se viverdes segundo a carne, morrereis.” (Rm 8.13).
8)      O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre Deus e o salvo é questão do espírito e não da carne. Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que Deus quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra “Porque se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8.13). Paulo salientou a necessidade da guerra contínua contra tudo que tentar limitar a obra de Deus em nossa vida, porque o pecado sempre se esforça para reconquistar o seu controle sobre nós. Nosso relacionamento com Deus é condicionado pela nossa fé em Cristo durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e o amor sinceros.      
     

Amém!

Erivelton de Jesus

46 - O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (2)


Jo 2.11: Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.”.
            Conjuntamente com este estudo, o leitor deve ler: O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1).           
O VINHO: MISTURADO OU INTEGRAL?
                Os dados históricos sobre o preparo e uso do vinho pelos judeus e por outras nações no mundo bíblico mostram que o vinho era: frequentemente não fermentado; e em geral misturado com água. O primeiro estudo de O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO, aborda um dos processos usados para manter o suco de uva fresco em estado doce e sem fermentação. O presente estudo mostra dois outros processos de preparação da uva para posteriormente ser misturada com água.
            Um dos métodos era desidratar as uvas, borrifa-las com azeite para mantê-las úmidas e guardá-las em jarras de cerâmica (Enciclopédia Bíblica Ilustrada de Zondervan, v. 882; ver também Columella, Sobre a Agricultura 12.44.1-8). Em qualquer ocasião, podia-se fazer uma bebida muito doce de uvas assim conservadas. Punha-se-lhes água e deixava-as de molho ou na fervura. Políbio afirmou que as mulheres podiam beber desse tipo de refresco de uva, mas que eram proibidas de beber vinho fermentado (ver, Políbio, Fragmentos, 6.4; conforme Plínio, História Natural, 14.11.81).
            Outro método era ferver o suco de uva fresco até se tornar em pasta ou xarope grosso (mel de uvas); este processo deixava-o em condições de ser armazenado, ficando isento de qualquer propriedade inebriante por causa da alta concentração de açúcar, e conservada a sua doçura (Columella, Sobre a Agricultura; Plínio, História Natural). Essa pasta ficava armazenada em jarras grandes ou odres. Podia ser usada como geleia para passa no pão, ou dissolvida em água para voltar ao estado de suco de uva (Enciclopédia Bíblica Ilustrada, v. 3050). Referências ao mel na Bíblia frequentemente indicam o mel de uva (chamado debash pelos judeus) em vez do mel de abelha.
            A água, portanto, pode ser adicionada a uvas desidratadas, ao xarope de uvas e no vinho fermentado. Autores gregos e romanos citavam várias proporções de misturas adotadas. Homero (Odisseia, IX 202ss.) menciona uma proporção de vinte partes de água para uma parte de vinho. Plutarco (Symposíacas, III. Ix) declara:  “Chamamos vinho diluído, embora o maior componente seja a água”. Plínio (História Natural, XIV 6.54) menciona uma proporção de oito partes de água para um de vinho.
            Entre os judeus dos tempos bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro, fermentado ou não. O Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a. C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água com vinho (ex: Shabbath 77ª; Pesahim 1086). Certos rabinos insistiam que se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contaminaria quem o bebesse. Outros rabinos exigiam 10 partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido.
            Um texto interessante temos no livro de Apocalipse, quando um anjo, falando do “vinho da ira de Deus”, declara que ele será “não misturado”, isto é, totalmente puro (Ap 14.10). Foi assim expresso porque os leitores da época entendiam que as bebidas derivadas de uvas eram misturadas com água (Jo 2.3). Neste texto de João 2.3 a palavra vinho do grego oinos é um termo genérico e pode se referir ao vinho fermentado, ou não. O sentido de oinos deve se determinado pelo contexto e pela probabilidade moral. Em contrastes, alguns acreditam que, tanto o vinho fornecido neste casamento como o vinho feito por Jesus, eram embriagantes se consumidos em grande quantidade. Se aceitamos esta tese, as implicações disto, dados a seguir, devem ser reconhecidas e também aceitas: Primeiro, os convidados do casamento provavelmente estariam bêbados; Segundo, Maria mãe de Jesus, estaria lastimando a falta de bebida embriagante e estaria pedindo que Jesus fornecesse aos convidados, já embriagados, mais vinho fermentado; Terceiro Jesus estaria produzindo, a fim de atender à vontade de sua mãe, de 600 a 900 litros de vinho embriagantes mais do que suficiente para manter todos os convidados, totalmente bêbados; Quarto Jesus estaria produzindo esse vinho embriagante como seu primeiríssimo “milagre” a fim de manifestar “a sua glória” e de levar as pessoas a crerem nele como Filho justo e santo de Deus. Não é impossível evitar as implicações supras da tese em questão. Alegar que Jesus produziu e usou vinho alcoólico, não somente ultrapassa os limites das normas exegéticas, como também nos leva a um conflito com os princípios embutidos no contexto geral do ensino da Escritura. Fica claro que, à luz da natureza de Deus, da justiça de Cristo, da sua amorável solicitude pela humanidade, do bom caráter de Maria, as implicações da posição de que o vinho de Caná estava fermentado é blasfêmia. Não se pode adotar uma interpretação que envolva tais afirmações e contradições. A única explicação plausível e crível é que o vinho produzido por Jesus, a fim de manifestar a sua glória, era o suco puro e não embriagante da uva. Além disso, o “vinho inferior”, inicialmente fornecido pela pessoa encarregada das bodas, também com toda probabilidade não era embriagante.
            Em resumo, o tipo de vinho usado pelos judeus nos dias da Bíblia não era idêntico ao de hoje. Tratava-se de suco de uva recém-espremido; suco de uva assim conservado; suco obtido de uvas tipo passas; vinho de uva feito do seu xarope, misturado com água; e, vinho velho, fermentado ou não, diluído com água, numa proporção de até 20 por 1. Se o vinho fermentado fosse servido não diluído, isso era considerado indelicadeza, contaminação e não podia ser abençoado pelos rabinos. À luz desses fatos, é ilícito a prática corrente de ingestão de bebidas alcoólicas com base no uso do “vinho” pelos judeus dos tempos bíblicos. Além disso os cristãos dos dias bíblicos eram mais cautelosos do que os judeus quanto ao uso do vinho (Rm 14.21; 1Ts 5.6; 1Tm 3.3; Tt 2.2).
           
A GLÓRIA DE JESUS MANIFESTA ATRAVÉS DO VINHO
            Em João 2, vemos que Jesus transformou água em “vinho” nas bodas de Caná. Que tipo de vinho era esse? Conforme já vimos, podia ser fermentado ou não, concentrado ou diluído. A resposta deve ser determinada pelos fatos contextuais e pela probabilidade moral. A minha posição é que Jesus fez vinho (oinos) suco de uva integral e sem fermentação. Os dados que se segue apresentam fortes razões pra a rejeição da opinião que Jesus fez vinho embriagante.
1)      O objetivo primordial desse milagre foi manifestar a sua glória, Jo 2.11, de modo a despertar fé e a confiança em Jesus como o Filho de Deus, santo e justo, que veio salvar o seu povo do pecado. Sugerir que Cristo manifestou a sua divindade como o Filho Unigênito do Pai (Jo 1.14), mediante a criação milagrosa de inúmeros litros de vinho embriagante para uma festa de bebedeiras, Jo 2.10, onde a expressão “bebido bem” provém da palavra grega methusko, que tem dois significados; estar ou ficar bêbado, e estar farto e satisfeito (sem referência à embriaguez). Aqui devemos entender methusko como o segundo destes dois significados. Seja como for traduzido este texto, ele não pode ser usado em defesa da tese que nessa festa de casamento foi bebido vinho fermentado. Neste texto, o mestre-sala simplesmente cita um princípio geral, próprio de qualquer festa de casamento, sem considerar o tipo de bebida que foi então servido. Não devemos, de modo algum, dar a entender que Jesus participou de uma festa de bebedeiras, nem que contribuiu para isso, e que tal milagre era extremamente importante para sua missão messiânica, requer um grau de desrespeito, e poucos se atreveriam a tanto. Será, porém, um testemunho da honra de Deus, e da honra e glória de Cristo, crer que Ele criou sobrenaturalmente o mesmo suco de uvas que Deus produz anualmente através da ordem natural criada. Portanto, esse milagre destaca a soberania de Deus no mundo natural, tornando-se um símbolo de Cristo para transformar espiritualmente pecadores em filhos de Deus. Devido a esse milagre, vemos a glória de Cristo “como a glória do Unigênito do Pai” (Jo 1.14).
2)      Contraria a revelação bíblica quanto à perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial (Jo 4.34; Fp 2.8,9) supor que Ele desobedeceu ao mandamento moral do Pai: “Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente” isto é, quando fermentado (Pv 23.31). Cristo por certo sancionou os textos bíblicos que condenam o vinho embriagante como escarnecedor e alvoroçador (Pv 20.1), bem como as palavras de Habacuque 2.15: “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro!... e o embebedas”.
3)      Note, ainda, o seguinte testemunho da medicina moderna. Os maiores médicos especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidências comprovadas de que o consumo moderado do álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, provocando abortos e nascimento de bebês com defeitos mentais e físicos incuráveis. Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até quantidades moderadas de álcool, próximo ao tempo da concepção (48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e daí causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do nenê. Seria teologicamente um absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas, contribuindo para seu uso. Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes têm sobre os nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o mal. Afirmar que Ele sabia dos danos em potencial e dos resultados de formadores do álcool, e que mesmo assim, promoveu e fomentou seu uso, é lançar dúvidas sobre sua bondade, compaixão e amor.
A única conclusão racional, bíblica e teológica acertada é que o vinho que Cristo fez nas bodas, a fim de manifestar a sua glória, foi o suco puro e doce de uva, e não fermentado.
     

Amém!

Erivelton de Jesus

45 - RIQUEZA E POBREZA


Lc 18.24,25: “E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”
            Uma das declarações mais surpreendentes feitas por nosso Senhor é que é muito difícil um rico entrar no reino de Deus. Este, porém, é apenas um dos seus ensinos sobre o assunto da riqueza e da pobreza. Esta sua perspectiva é repetida pelos apóstolos em várias epístolas do NT.           
RIQUEZA
                Significa abundância de bens de fortuna; abastança, fartura, opulência, luxo, ostentação.
            Predominava entre os judeus daqueles tempos a idéia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, ou seja, que a riqueza significava a presença da bênção de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus. Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza. Se analisarmos, em nossa geração, há muitos líderes espirituais e até mesmo, muitas igrejas inteiras “denominações”, que se fundamentam em cima dessa idéia, isto é, nossa geração está cheia de fariseus. Só que, essa idéia é firmemente repelida por Cristo. “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (riquezas).” (Lc 16.13).
            A Bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, A qual é demoníaca “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;” (Cl 3.5; 1Co 10.19,20). Por causa da influência demoníaca associada à riqueza, a ambição por ela e a sua busca freqüentemente escravizam as pessoas. Jesus sabe que a riqueza pode dar origem ao orgulho e ao sentimento de domínio. Uma pessoa abastada, muitas vezes, pensa que não precisa  de Deus, que está no controle da sua vida ou a controla por intermédio de suas posses. Isto indica subserviência à criação, e não ao Criador. Por este motivo, Jesus diz que é difícil dar prioridade a Deus e ao Seu Reino quando se confia nos bens materiais.
            As riquezas são, na perspectiva de Jesus, um obstáculo, tanto à Salvação como ao discipulado. Transmitem um falso censo de segurança. (Lc 12.15-20), enganam e exigem total lealdade do coração. Quase sempre os ricos vivem como quem não precisa de Deus. Na sua luta para acumular riquezas, os ricos sufocam sua vida espiritual (Lc 8.14), caem em tentação e sucumbem aos desejos nocivos “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.” (1Tm 6.9), e daí abandonam a fé (1Tm 6.10). Geralmente os ricos exploram os pobres (Tg 2.5,6). O cristão não deve, pois, ter ambição de ficar rico.
            O amontoar egoísta de bens materiais é uma indicação de que a vida já não é considerada do ponto de vista da eternidade. O egoísta e o cobiçoso já não centraliza em Deus o seu alvo e a sua realização, mas, sim, em si mesmo e em suas possessões. O fato de a esposa de Ló pôr todo seu coração numa cidade terrena e seus prazeres, e não na cidade celestial, resultou na sua tragédia.
            Para o cristão, as verdadeira riquezas consistem na fé e no amor que se expressam na abnegação e em seguir fielmente a Jesus (1Co 13.4-7; Fp 2.3-5) “Não façais nada por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros como superiores a sim mesmo.”
            Quanto à atitude correta em relação a bens e o seu usufruto, o crente tem a obrigação de ser fiel (Lc 16.11). O cristão não deve apegar-se às riquezas como um tesouro ou garantia pessoal; pelo contrário, deve abrir mão delas, colocando-as nas mãos de Deus para uso no reino, promoção da causa de Cristo na terra, salvação dos perdidos e atendimento de necessidades do próximo. Portanto, quem possui riquezas e bens não deve julgar-se rico em si, e sim administrador dos bens de Deus. Os tais devem ser generosos, prontos a ajudar o carente, e serem ricos em boas obras “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm 6.17-19).
            Cada cristão deve examinar seu próprio coração e desejos; sou uma pessoa cobiçosa? Sou egoísta? Aflijo-me para ser rico? Tenho forte desejo de honrarias, prestígio, poder e posição, o que muitas vezes depende da posse de muita riqueza? Ser rico não é pecado, o pecado se constitui, quando colocamos nosso coração nas riquezas, e deixamos Deus em segundo plano.
           
POBREZA
      Significa, estado ou qualidade de pobre, falta de recursos, escassez, indigência, miséria, penúria.
      Uma das missões que Jesus avocou na sua missão dirigida pelo Espírito Santo. Foi “evangelizar os pobres” (Lc 4.18). Noutras palavras, o evangelho de Cristo pode ser definido como um evangelho dos pobres (Mt 5.33; 11.5; Lc 7.22; Tg 2.5).
      Os “pobres” (Gr. Ptochos) são os humildes e aflitos deste mundo, os quais clamam a Deus em grande necessidade, buscando socorro. Ao mesmo tempo, são fiéis a Deus aguardam a plena redenção do povo de Deus, do pecado, sofrimento, fome e ódio, que prevalecem aqui no mundo. Sua riqueza e SUS vida não consistem em coisas deste mundo. (ver Sl 22.26; 72.2,12,13; 147.6; Is 11.4; 29.19; Lc 6.20; Jo 14.3).
      A libertação do sofrimento, da opressão, da injustiça e da pobreza, com certeza virá aos pobres de Deus (Lc 6.21). Até porque riqueza não traz felicidade, nem muito menos paz, vemos isso constantemente nos noticiários, de pessoas extremamente ricas, mas sem paz, em todos os sentidos.

Amém!

Erivelton de Jesus

44 - JESUS E O ESPÍRITO SANTO


Lc 11.13: “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”
            Jesus tinha um relacionamento especial com o Espírito Santo, relacionamento este importante para nossa vida pessoal. Vejamos as lições práticas desse relacionamento.   
AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO
            Várias profecias do AT sobre o futuro Messias afirmaram claramente que Ele seria cheio do poder do Espírito Santo “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” (Is 11.2). Isaías neste versículo está afirmando cerca de 700 a.C. que o Messias seria poderosamente ungido pelo Espírito Santo a fim de cumprir a vontade do Pai e de Trazer plena salvação às nações. Quando Jesus leu Isaías 61.1,2 na sinagoga de Nazaré, (Lc 4.18-21), acrescentou: “Hoje, se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos”.
O NASCIMENTO DE JESUS
      Tanto Mateus quanto Lucas declaram de modo específico e inequívoco que Jesus veio a este mundo como resultado de um ato milagroso de Deus. Foi concebido mediante o Espírito Santo e nasceu de uma virgem, Maria (Mt 1.18,23; Lc 1.35), isto é, livre de toda mácula do pecado. Por isto, Ele era digno de carregar sobre si a culpa dos nossos pecados e expiá-los. Sem um Salvador perfeito e sem pecado, não poderíamos jamais obter a redenção.
O BATISMO DE JESUS
            Quando Jesus foi batizado por João Batista, Ele, que posteriormente batizaria seus discípulos no Espírito, no Pentecoste e durante toda a era da igreja, Ele mesmo pessoalmente foi ungido pelo Espírito Santo (Mt 3.16,17; Lc 3.21,22). O Espírito Santo veio sobre ele em forma de uma pomba, dotando-o de grande poder para levar a efeito o seu ministério, inclusive a obra da redenção. Quando nosso Senhor foi para o deserto depois do batismo, estava “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.1). Todos que experimentarem o sobrenatural renascimento espiritual pelo Espírito Santo, devem, como Jesus, experimentar o batismo no Espírito Santo, para lhes dar poder na sua vida e no seu trabalho.
A TENTAÇÃO DE JESUS POR SATANÁS
            Imediatamente após o batismo, Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, onde foi tentado pelo diabo durante quarenta dias (Lc 4.1,2). Foi pelo fato de estar cheio do Espírito Santo que Jesus conseguiu resistir a Satanás e vencer as tentações que lhes foram apresentadas. Da mesma maneira, a intenção de Deus é que nunca enfrentemos as forças espirituais do mal e do pecado sem o poder do Espírito. Precisamos estar equipados com a sua plenitude e obedecer-lhe a fim de sermos vitoriosos contra Satanás. Um filho de Deus, propriamente dito dever estar cheio do Espírito e viver pelo seu poder.
O MINISTÉRIO DE JESUS
Quando Jesus fez referência ao cumprimento da profecia de Isaías a cerca do poder do Espírito Santo dobre Ele, usou também a mesma passagem para sintetizar o conteúdo do seu ministério, a saber: pregação, cura e libertação (Is 61.1,2; Lc 4.16-19). O Espírito Santo ungiu Jesus e o capacitou para a sua missão. Jesus era Deus (Jo 1.1), mas Ele também era homem (1Tm 2.5). Como ser humano, Ele dependia da ajuda e do poder do Espírito Santo para cumprir as suas responsabilidades diante de Deus. Somente como homem ungido pelo Espírito, Jesus podia viver, servir e proclamar o evangelho (At 10.38). Nisto, Ele é um exemplo perfeito para o cristão; cada crente deve receber a plenitude do Espírito Santo.
A PROMESSA DE JESUS QUANTO AO ESPÍRITO SANTO
      João Batista profetizara que Jesus batizaria seus seguidores no Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33), profecia esta que o próprio Jesus reiterou (At 1.5; 11.16). Em Lucas 11.13, Jesus prometeu que daria o Espírito Santo a todos quantos lhe pedissem. Todos estes versículos acima referem-se à plenitude do Espírito, que Cristo promete conceder àqueles que já são filhos de Deus, o Pai celestial – promessa essa que foi inicialmente cumprida no Pentecoste e permanece para todos que são discípulos e que pedem o batismo no Espírito Santo.
A RESSURREIÇÃO DE JESUS
      Mediante o poder do Espírito Santo, Jesus ressuscitou dentre os mortos e, assim, foi vindicado como o verdadeiro Messias e Filho de Deus. Em Romanos 1.3,4 lemos que, segundo o Espírito de santificação, isto é, Espírito Santo, Cristo Jesus foi declarado Filho de Deus, com poder, e em Romanos 8.11 que o “Espírito... Ressuscitou dos mortos a Jesus”. Assim como Jesus dependia do Espírito Santo para sua ressurreição dentre os mortos, assim também os crentes dependem do Espírito para a vida espiritual agora, e para a ressurreição corporal no porvir (Rm 8.10,11).
A ASCENSÃO DE JESUS AO CÉU
Depois de sua ressurreição, Jesus subiu ao céu e assentou-se à destra do Pai como seu co-regente (Lc 24.51; Mc 16.19; Ef 1.20-22; 4.8-10; 1Pe 3.21,22). Nessa posição exaltada, Ele, da parte do Pai, derramou o Espírito Santo sobre o seu povo no Pentecoste (At 2.33), proclamando, assim, o seu senhorio como rei, sacerdote e profeta. Esse derramamento do Espírito Santo no Pentecoste e no decurso desta era presente dá testemunho da contínua presença e autoridade do Salvador exaltado.
A COMUNHÃ O ÍNTIMA ENTRE JESUS E SEU POVO
      Como uma das suas missões atuais, o Espírito Santo toma aquilo que é de Cristo e o revela aos crentes (Jo 16.14,15). Isto quer dizer que os benefícios redentores da salvação em Cristo nos são mediados pelo Espírito Santo (conforme Rm 8.14-16; Gl 4.6); O mais importante é que Jesus está bem perto de nós (Jo 14.18). O Espírito nos torna conscientes da presença pessoal de Jesus, do seu amor, da sua bênção, ajuda, perdão, cura e tudo quanto é nosso mediante a fé. Semelhantemente, o Espírito atrai nosso coração a buscar ao Senhor com amor, oração, devoção e adoração.
A VOLTA DE JESUS PARA BUSCAR SEU POVO
      Jesus prometeu voltar e levar para si seu povo fiel, para estar com Ele para sempre (Jo 14.3; 1Ts 4.13-18). Essa é a bendita esperança de todos os crentes (Tt 2.13), o evento pelo qual oramos e ansiamos (2Tm 4.8). As Escrituras revelam que o Espírito Santo impulsiona nosso coração a clamar a Deus pela volta do nosso Senhor. É o Espírito quem testifica que nossa redenção permanece incompleta até a volta de Cristo (Rm 8.23). No final da Bíblia, temos estas últimas palavras que o Espírito Santo inspirou “ora, vem Senhor Jesus” (Ap 22.20).

Amém!

Erivelton de Jesus

43 - O VINHO NOS TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO (1)


Lc 7:33-34: “Porque veio João o Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio; Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores.”   
VINHO: FERMENTADO OU NÃO FERMENTADO?
            Segue um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho. A palavra grega para “vinho”, em Lucas 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva: Suco não fermentado, e vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apóia-se nos dados abaixo:
1)      A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco de uva.
  1. Anacreontes (cerca de 500 a.C.) escreve: “Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]”.
  2. Nicandro (século ll a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido.
  3. Papias (60-130 d.C), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros de vinho [oinos]”, citado por Irineu em seu livro, Contra as Heresias.
  4. Uma carta em grego escrita em papiro (137 d.C.), fala de “vinho [oinos] fresco, do tanque de espremer”.
  5. Ateneu (200 d.C.) fala de um “vinho [oinos] doce”, que “não deixa a cabeça pesada”. Escreve também, a respeito de um homem que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo.”
2)      Os judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego (200 a.C) empregaram a palavra oinos para traduzir várias palavras hebraicas que significam vinho. Noutras palavras os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
3)      Quanto à literatura grega secular e religiosa, um exame dos trechos do NT também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado. Em efésios 5.18, o mandamento: “E não vos embriagueis com vinho [oinos], em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;” refere-se ao vinho alcoólico. Por outro lado, em Apocalipse 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar. O texto grego diz: “e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho [oinos]”, o oinos que sai do lagar é o suco de uva. Em Apocalipse 6.6, oinos refere-se às uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída. Logo, para os crentes dos tempos do NT, “vinho [oinos]” era uma palavra genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.
4)      Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar a fermentação.
  1. Columela, sabendo que o suco de uva não fermenta quando mantido frio (abaixo de 10°C) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira: “Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções: Depois de aplicar à prensa às uvas, separe o mosto mais novo [isto é. Suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar acima da superfície. Tire a ânfora depois de quarenta dias. O suco permanecerá doce durante um ano”. O escritor Plínio (século l d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em tones, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala”. Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel. “Porque o Senhor, teu Deus, te mete numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes e de abismos, que saem dos vales e das montanhas” (Dt 8.7; 11.11,12; Sl 65.9-13).
  2. Outro método de impedir a fermentação das uvas é fervê-las e fazer um xarope. Historiadores antigos chamavam esse produto de “vinho [oinos]”. O novo dicionário da Bíblia (p. 1665) observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano inteiro”.
O USO DO VINHO NA CEIA DO SENHOR
      Jesus usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 12.22-25; Lc 22.17-20; 1Co 11.23-26)? Os dados abaixo levam à conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito ato suco de uva não fermentado.
  1. Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho [oinos]” no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “fruto da vide”, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.” (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18). O vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum de álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira.
  2. Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa. A Lei da Páscoa em Êxodo 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor (Êx 12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador. “Sete dias comereis pães asmos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel.”. Seor, no mundo antigo, era freqüentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo o hametz (isto é, coisa fermentada) era proibido (Êx 12.19; 13.7). Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (Mt 16.6,12; 1Co 5.7,8). E Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a Lei em todas as suas exigências “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.” (Mt 5.17). Logo, teria cumprido a Lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.
  3. Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos derivados fermentados da videira durante a Páscoa. Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Êxodo 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.
  4. Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do NT. Por exemple: “Segundo os Evangelhos Sinópticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto de Ceia” (The Jewish Encyclopaedia, edição 1904).
  5. No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9). Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).
  6. O valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha de ser pão asmo (isto é, sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco da uva não fermentado “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1Pe 1.18,19). Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram a corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompidos nem fermentado.
  7. Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, isto é, o agente fermentador “da maldade e da malícia” porque Cristo é nossa Páscoa (1Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade, isto é, algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor bem como as exigências bíblicas para delas participarmos.
Amém!

Erivelton de Jesus