quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

06 - A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO


Êx 20.1,2:
“Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor. Teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.”
Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai dói o de receberem a Lei de Deus através do seu líder Moisés. A lei Mosaica (hb torah, que significa “ensino”), admite uma tríplice divisão:
a)    A lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20. 1-17) Deus através destes versículos está nos falando, nos mostrando, nos dando os Dez Mandamentos.
b)     A lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1-23.33) essa lei civil, é como se fosse o nosso código penal, civil, etc. Aqui Deus está impondo o julgamento e a pena a ser cumprida. Exemplo: No nosso código penal, no artigo 121. Matar alguém e sendo homicídio simples a pena varia de 6 meses a 20 anos de reclusão, já na lei civil que Deus passou a Moisés (Êx 21.12) “Quem ferir alguém, eu morra, ele também certamente morrerá”.  Do versículo 12 aos 17, mencionam quatro crimes aos quais Deus sentenciou a pena de morte: O homicídio premeditado, agressão física aos pais, seqüestro de pessoas e amaldiçoar, insultar e ofender verbalmente os pais. Esta penalidade demonstra a importância que Deus atribui ao relacionamento correto entre as pessoas e ao relacionamento apropriado na família.
c)    A lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive ao sistema sacrificial (Êx 24.12-31.18). Note alguns fatos no tocante à natureza e à função da lei no AT.
ü  A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo. Ele expunha as condições do concerto e o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam. Os israelitas aceiraram formalmente essas obrigações do concerto. Veja os vers. Seguintes do cap. 24.3,7 “Vindo, pois, Moisés e contando ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos, então, o povo respondeu a uma voz: E disseram: Todas as palavras que o Senhor tem falado, faremos. E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem falado faremos e obedeceremos.”
ü  A obediência de Israel à Lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (Êx 19.4) “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de águias e vos trouxe a mim.” Assim como a águia-mãe põe os filhotes sobre as asas, para evitar sua queda fatal enquanto aprendem a voar, assim também Deus estava cuidando de Israel e trazendo-o não apenas ao Sinai, mas a si mesmo. Isaías 43.1-4 diz assim: “Agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu,Quando passares pelas águas estarei contigo, e , quando pelos rios , eles não te submergirão; quando passares pelo fogo não re queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sebá por ti. Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e Eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos, pela tua alma.” Todas as bênçãos, aqui relacionados, pertencem principalmente aos filhos de Deus, mediante a é em Cristo, Deus nos criou e nos redimiu; pertencemos a Ele e Ele conhece cada um de nós pelo nome.Diante de problemas difíceis, não seremos vencidos, pois Ele está conosco. Somos preciosos e honrados à sua vista, e objetos do seu grande amor.
ü  A lei revelava a vontade de Deus quanto à conduta do seu povo e prescrevia os sacrifícios de sangue para expiação pelos seus pecados. A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus. Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor.
ü  Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua palavra, e o amor sincero a Ele, formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos. Israel fracassou exatamente nesse ponto, pois constantemente aquele povo não fazia da fé em Deus, do amor para com Ele de todo o coração e do propósito de andar nos seus caminhos, o motivo de cumprirem a sua lei. Paulo declara que Israel não alcançou justiça que a lei previa, por que “não foi pela fé” que a buscava (Rm 9.32).
ü  A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor, levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor. (Gn 2.9) A “árvore da ciência do bem e do mal” tinha a finalidade de testar a fé de Adão e a sua obediência a Deus e à sua palavra. Deus criou o ser humano com o ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou por desobedecer-lhe e se rebelar contra a sua vontade. A vida por meio da fé e obediência foi o princípio regador da comunhão que Adão tinha com Deus no Éden. Adão foi advertido de que morreria se transgredisse a vontade de Deus e comesse da árvore da ciência do bem e do mal. Este risco de morte tinha de ser aceito por fé, tendo por base aquilo que Deus dissera, posto que Adão ainda não tinha presenciado a morte humana. O mandamento de Deus a Adão foi um teste moral. Esse mandamento para Adão era uma escolha consciente e deliberada de crer e obedecer, ou de descrer e desobedecer à vontade de Deus. Enquanto Adão cresse na palavra de Deus (Gn 2.16,17) e obedecesse, viveria para sempre e em maravilhosa comunhão com Deus. Se pecasse e desobedecesse, colheria a ruína moral e a ceifa da morte.
ü  A lei expressava a natureza e o caráter de Deus, isto é, seu amor, bondade, justiça e o repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem. (Lv 19.2) “... Santo sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou Santa.”
ü  A salvação no AT jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacrifícios, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha perdão, quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.
ü  A lei e o concerto do AT não eram perfeitos, nem permanentes. A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (Gl 3.22-26). O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo. (Gl 3.19) “Logo para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.”
ü  A lei foi dada por Deus e acrescentada à promessa “por causa das transgressões” isto é, tinha o propósito
a)    De prescrever a conduta de Israel;
b)    Definir o que era pecado;
c)    Revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal;
d)    Despertar neles o sentimento das necessidades da misericórdia, graça e redenção divinas.
AMÉM!!!!!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

DINHEIRO: O QUANTO É O BASTANTE?


VÍRUS DO SÉCULO XXI
                Êx 36.6: “Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais”
Introdução:
                Nunca foi com toda a certeza tão difícil ser cristão como hoje o é. Vivemos um período de muitos contrastes e incertezas. Não sabemos como a Igreja irá acordar amanhã de manhã com qual a ênfase, com qual a direção, com qual a novidade, com qual a moda. E os cristãos também têm tomado rumos semelhantes em suas vidas. Meu amado (a) é possível sim, que você tenha uma fé viva, autêntica e vibrante nessa presente geração. Se eu cuidar com os meus conceitos, deixar de lado a carne e viver só para Ele, o Senhor Jesus Cristo!
                Quando nos convertemos tudo é as mil maravilhas, queremos fazer e acontecer. Ah! O primeiro amor é algo maravilhoso e contagiante na vida de qualquer um de nós. Mas infelizmente quando o tempo vai passando a nossa tendência humana é a de nos afastarmos de nosso Senhor.
                O mal vem contra nós como através de seus agentes, trazendo doenças, enfermidades, sintomas que são espirituais. São os vírus deste mundo! Agentes mundanos, que penetram em nossas vidas e nos contaminam, são mais letais que as doenças mais avassaladoras. O vírus é um minúsculo fragmento que não possui vida própria em si mesmo. Então ele precisa de um
corpo vivo para entrar e crescer dentro dele. Ele entra sem percebermos. Existe então a fase de incubação e de repente quando vamos nos dar conta e reparamos nos sintomas, o mal já está instalado e alojado, e a única forma de vencê-lo é fortalecer o corpo para que produza anticorpos e possa destruir os vírus. Da mesma forma agem os vírus e doenças deste mundo que atacam nossa vida espiritual. Somos primeiro infectados e não notamos, depois então
começam aparecer os sintomas da doença, então também a única maneira de vencer é fortalecer nosso ser com o antídoto único e certo: A Palavra de Deus. A partir de agora quero falar um pouco sobre isso e ver se temos sido infectados, é imperioso que saibamos como agir, para detectar isso em nossa vida, e ver o caminho para que possamos ser curados.
                Muitas são as filosofias deste século que tem enfermado a Igreja do Senhor Jesus Cristo, veja algumas delas aqui: materialismo, ativismo, individualismo, conformismo, relativismo e secularismo. Infelizmente muitos têm estado infectados por esses vírus.

Materialismo: “Eu sou o que obtenho!”
            Seu ataque é fulminante, pois vem direto ao coração do homem. Ele destrói nossa maior defesa que é a fé. ‘Acabo tornando-me fruto daquilo em que eu creio, e sem fé é impossível agradar a Deus!’. O materialismo é como uma doença maligna que se alastra, pois a principio
trabalho para suprir minhas necessidades básicas e de minha família, depois cada vez mais e mais quero obter coisas e bens para satisfazer essa obsessão doentia. Meu tempo começa a girar todo em torno de minha obsessão pelo material e não tenho mais tempo nem ânimo para servir a Deus, torno-me um ergolatra (adorador do trabalho). Minha vida é viver para possuir, obter, tomar posse, ser dono, ser proprietário etc.

Ativismo: “Eu sou o que faço!”
            Está é a frase que expressa muito bem esse vírus: ‘eu sou o que faço!’. Ativismo tem a ver com ir, andar, fazer, acontecer, sempre verbos presentes e ativos, que não são maus em si, mas que podem nos levar a doença do ativismo.
            O ativismo é um ‘modus vivendi’ que se propõe a ser e acontecer pela força da ação. Nele a noção de êxito e sucesso está intimamente ligado à atividade. Fazer algo é o
mais importante e o que vale. Não precisamos mais contar com Deus eu é que tenho as rédeas de tudo agora porque eu me torno o ‘bam bam bam’ do assunto. É trabalhar sem parar, sem meditar, é pressão nos filhos, nos empregados, no patrão, nos colegas, no trânsito, nas ovelhas , nos irmãos, nos discípulos, na esposa (o), na família é um frenesi e uma busca da ‘perfeição’
pela ótica humana. Sempre há uma sensação de urgência e de forma alucinada e tirânica se está sempre fazendo coisas que irão nos levar ao sucesso dos empreendimentos. Com tudo isso os relacionamentos com Deus e com as pessoas se tornam cada vez mais mecânicos, rápidos e desnecessários. No ativismo eu nunca estou satisfeito com os meus rendimentos, e estou sempre em busca de mais, mais e mais, é o caminho do stress, da desilusão, da queima da alma, do apagar do espírito e do sacrifício do corpo em prol do Fazer.

Individualismo: “Eu sou mais eu!”
            Este é o mal dos tempos modernos, ao mesmo tempo em que temos a maior possibilidade da história de nos comunicar e nos relacionar uns com os outros, usando a tecnologia que está a nossa disposição, internet, telefone, fax, e-mail, icq, messenger, celulares, videofone, etc. Estamos diante de uma das maiores crises de relacionamentos da história, porque o individualismo tem nos roubado isso. O individualismo tem ojeriza à comunhão e ao estar junto e se relacionar. No individualismo eu sou a minha fonte de prazer, o ‘eu fazer e fazer sozinho e para mim’, o eu, mim, comigo são os pronomes mais usados pelo individualista.

Conformismo: “Eu sou o que os outros querem que eu seja!”
            O quarto grande mal que assola a Igreja e muitos de nós é o conformismo. O conformismo não se preocupa se são verdadeiras ou não as nossas convicções e nem se vivemos ou não a verdade, mas antes, viver para agradar a todos quantos venham a fazer minha vontade, e que causem pressão de grupo em nós. O conformismo tem muito a ver com a queda da autoestima, quando achamos que os outros estão fazendo uma avaliação negativa a nosso
respeito, muitas vezes temos a tendência de fazermos coisas para agradar pessoas e não por que achamos ou que seja certo ou errado fazer aquilo.

Relativismo: “Eu sou o que eu desejar ser!”
            Este é um dos maiores inimigos de nossa vida cristã e da Igreja. O relativismo é filosófico e atua no campo da mente, das idéias, do pensamento, e da declaração de fé, é sutil, perigoso, quer destruir a fé, a verdade e a moral do homem.
            O vírus do relativismo é um estopim para todos os demais vírus adentrarem em nossa vida. Repare só nesses exemplos: quando eu não tenho bases bíblicas sólidas para minha fé acabo crendo no que os outros crêem e fazendo o que os outros fazem, isto é o conformismo; outro exemplo é quando eu creio no que eu quero crer, isto é individualismo; ou quando quero apenas crer no que me trará bens e ‘prosperidade’, isto é então o materialismo; ou quando não tenho convicções fortes e verdadeiras para viver a vida cristã e encho a minha vida de programas, me torno então adepto do ativismo. Esses são exemplos de como minha vida pode ser influenciada pelo relativismo e o mal nele contido.

Secularismo: “sou auto-suficiente e não preciso de Deus!”
            Infelizmente se para muitos ‘cristãos’, se fosse dito que Deus morreu ou que Ele desistiu de continuar com a Igreja, isso seria apenas mais uma coisa em suas vidas! Algo sem importância, trivial, assim tem sido o cristianismo de muitos. Um cristianismo secularizado, em que Jesus Cristo é apenas mais um adereço dentro de uma religião. O vírus do secularismo é venenoso e altamente contagioso, pois ele atua distorcendo nossos conceitos sobre Deus.
            O secularismo nos assusta e nos faz ver o mundo de forma que, tenhamos medo de fazermos a vontade de Deus: ‘Traz para mim a visão de que se fizer à vontade de Deus, isso me levará a andar num carro velho, com cara de rabugento, com filhos me esperando em casa com o nariz correndo, uma esposa com os cabelos desgrenhados de avental de cozinha e suja de comida, morando numa casa velha e com goteiras, trabalhando em um empreguinho e possuindo um patrão chato’. Mil vezes não, Deus não têm planos estáticos para você e sua família, mas ao contrário à vontade de Deus é
boa, agradável e perfeita. O secularismo diz: ‘eu não quero um Deus que me limite, creio em Deus, mas quem escolhe o meu destino e faz ele sou eu mesmo!’
            É hora de reagirmos. De dizermos não a tudo o que se interpõe entre nós e nosso relacionamento com Ele. É hora de gente de coragem se levantar e dar um basta. É hora de deixar de fazer corpo mole. Esse é o nosso tempo, o tempo de gente de Deus, entrar na história e fazer aliança e pacto com Deus. Devemos definir e dizer: “Deus eu estou pronto para fazer o que Tu queres que eu faça. Usa-me segundo a Tua vontade, quero ser Teu soldado nessa geração”!

domingo, 9 de dezembro de 2012

04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA


Gn 45.5
“... não vos entristeçais, nem pese aos vossos olhos por me haverdes vendido pra cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face.”
Depois de o Senhor Deus criar os céus e a terra, Ele não deixou o mundo à sua própria sorte. Pelo contrário, ele continua interessado na vida dos seus, cuidando da sua criação. Deus não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; Pelo contrário, Ele é Pai amoroso que cuida daquilo que criou. O constante cuidado de Deus por sua criação e por seu povo é chamado, na linguagem doutrinal, A PROVIDÊNCIA DIVINA.
ASPECTOS DA PROVIDÊNCIA DIVINA
Há pelo menos três aspectos da providência divina:
1) Preservação: Deus, pelo seu poder, preserva o mundo que Ele criou. A confissão de Davi fica clara: “A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo; Senhor, tu conservas os homens e os animais.” (Sl. 36.6). O poder preservador de Deus manifesta-se através do seu filho Jesus Cristo, conforme Paulo declara aos Colossenses 1.17: Cristo “é antes de todas as coisas, todas as coisas subsistem por Ele.” Pelo poder de Cristo, até mesmo as minúsculas partículas de vida mantêm-se coesas. Deus tem seus métodos, todas as pessoas sofreram, sofrem ou sofrerão em algum momento de vossas vidas, lutas, dificuldades, que comprovam a preservação de Deus por nós. Quantas pessoas Deus já preservaram a vida delas, mediante um livramento. Olha a vida do sonhador- José do Egito, Deus sobrepôs soberanamente a sua providência, a sua preservação, sobre a vida dele, depois de José ter recebido más ações de seus irmãos. E ainda mais Deus através de José preservou o povo do concerto, do qual descenderia o Cristo.
Deus já preservou a minha vida diversas vezes, mais teve uma ocasião em todos da cidade onde eu morava, contemplou realmente que Deus cuida dos seus, isso porque, meu pai, minha irmão, meu primo e eu sofremos um acidente de carro, onde o carro deu perda total, o acidente foi tão impressionante, que tirando as pessoas mais próximas de mim, ninguém acreditava que nós tínhamos sobrevivido àquele trágico acidente. Eu sou prova viva da preservação de Deus. E através desse acidente muitas pessoas, inclusive meu pai passou a acreditar realmente que Deus existe e cuida dos seus. Faço minhas as palavras de Davi: ”Tu és o lugar em que me escondo; Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de livramento.” (Sl 32.7)
2) Provisão: Deus não somente preserva o mundo que Ele criou, como também provê as necessidades das suas criaturas. Quando Deus criou o mundo, criou também as estações e proveu alimento aos seres humanos e animais. Depois de o Dilúvio destruir a terra, Deus renovou a promessa da provisão, com estas palavras: “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8. 22). Podemos notar que vários Salmos dão testemunho da bondade de Deus em suprir do necessário a todas as criaturas. (Ex: Sl 104; 145)
O mesmo Deus revelou a Jó o seu poder de criar e de sustentar (Jó 38-41), e Jesus asseverou em termos bem claros que Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo. “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes mais valor do que elas? E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?” (Mt 6.26,29, 30).
Seus cuidados abrangem, não somente as necessidades físicas da humanidade, como também as espirituais. “Porque Deus enviou o seu filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” (Jo 3.17).
A bíblia revela que Deus manifesta um amor e cuidado especiais pelo seu próprio povo, tendo cada um dos seus em alta estima (ex: Sl 91). Em Mateus 10.31, Jesus ensina que os fiéis filhos de Deus têm grande valor para seu pai celestial, isto é, que Deus se importa com você e com suas necessidades pessoais; Ele anseia tanto pelo seu amor e a comunhão com você que enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz por você. Você nunca está longe da sua presença, cuidado e solicitude. Ele conhece todas as suas necessidades, provações e tristezas.
Paulo escreve de modo inequívoco aos crentes de Filipos: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.19). Paulo enfatiza que Deus suprirá todas as necessidades, à medida que apresentamos diante Dele. O suprimento das nossas necessidades vem por “Cristo Jesus”. Somente quem tem comunhão com Cristo e na comunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de Deus. De conformidade com João, Deus quer que seu povo tenha saúde, e que tudo lhe vá bem. (3Jo 2)
3) Governo: Deus, além de preservar sua criação e prover-lhe o necessário, também governa o mundo. Deus, como soberano que é, dirige os eventos da história, que acontecem segundo sua vontade permissiva e seu cuidado. Mesmo assim até Deus consumar a história, Ele tem limitado seu poder e governo supremo neste mundo. As escrituras declaram que Satanás é “o deus deste século” (2Co 4.4) e exerce acentuado controle sobre a presente era maligna.
As escrituras não ensinam que Deus hoje controla diretamente este mundo ímpio, cheio de gente pecaminosa, de maldade, crueldade, injustiça, impiedade, etc. Deus não deseja nem causa todo o sofrimento que há no mundo, nem tudo quanto aqui ocorre procede da sua perfeita vontade. Como esta escrito em (Lc           13.34): “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste?”. Este versículo evidência a livre vontade do homem em resistir à graça de Deus.
A Bíblia indica que atualmente o mundo não está sob o domínio de Deus, mas em rebelião contra o seu governo, e está sob o domínio de Satanás. E ainda mais, como está em Lc 13.36; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14.
Mas esta limitação do poder e governo de Deus é apenas temporária, Ele destruirá toda a iniqüidade e o próprio Satanás (Ap 19.20). Somente então é que “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo sempre.” (Ap 11.15)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

03 - O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ


Gn 26.3-5 “Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu pai. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu á minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.”
A Natureza do Concerto
A Bíblia descreve o relacionamento entre Deus e o seu povo em termos de “pactos ou concertos”. Esta palavra aparece pela primeira vez em Gn 6.18 “Mas contigo estabelecerei o meu pacto;” e prossegue até o NT, onde Deus fez um novo concerto com a raça humana mediante Jesus Cristo. Quando compreendemos o concerto entre Deus e os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) aprendemos a respeito de como Deus quer que vivamos em nosso relacionamento pactual com Ele.
 1) O nome especial de Deus, em relação ao concerto, conforme a revelação bíblica, é Jeová, que significa “Senhor”. Inerente neste nome pactual está a benignidade de Deus, sua solitude redentora pela raça humana, sua contínua presença entre o seu povo, seu propósito de estar em comunhão com os seus e ser o seu Senhor.
2) A divina e fundamental promessa d concerto é a seguinte: “...para te ser a ti por Deus e á tua semente depois de ti” (Gn 17.7)
A razão de ser e a realidade do concerto de Deus com Abraão era Deus ser o Deus único de Abraão e seus descendentes. A promessa de “te ser a ti por Deus” é a promessa mais grandiosa das escrituras. É a primeira promessa, a promessa fundamental, na qual se baseiam todas as demais promessas. Significa que Deus assume o compromisso, sem reservas, com o povo fiel, para ser o seu Deus, seu escudo e seu galardão. Significa, também, que a graça de Deus, seu perdão, promessa, proteção, orientação, bondade, ajuda e bênçãos são dadas aos seus com amor. “E dar-lhe-ei coração para que me conheçam, por que eu ou o Senhor; e ser-me-ão pro povo, e Eu lhe serei por Deus, porque se converterão a mim de todo o seu coração.” (Jr 24.7). Todos os crentes herdam essa mesma promessa mediante a fé em Cristo. “Ora, as promessa foram feitas a Abraão e à sua posteridade. Não diz: E às posteridades, como falando de muitas, mas de uma só: E à tua posteridade, que é Cristo.” (Gl 3.16). Desta promessa dependem todas as demais integrantes do concerto.
3) O Alvo supremo do concerto entre Deus e a raça humana era salvar não somente uma nação (Israel), mas a totalidade da raça humana. No caso de Abraão, Deus já lhe prometera que nele “Todas as nações da terra” seriam benditas. “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; E em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.3) e mais (18.18; 22.18; 26.4). Deus estendeu sua graça pactual à nação de Israel afim de que esta fosse “para luz dos gentios”, “Eu o Senhor, te chamei em justiça, e tomei pela mão, e te guardarei, e te darei por concerto do povo para a luz dos gentios.” (Is 42.6). Isso cumpriu-se mediante a vinda do senhor Jesus Cristo como Redentor, quando então, os cristão começaram a levar a mensagem do evangelho pó todo o mundo. “Ora, tendo a escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que  são da fé são benditos com o crente Abraão. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Ora a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo e para que, pela fé, nós recebamos a promessa de Espírito.” (Gl 3.8-14).
4) Nos dois concertos que Deus fez com o ser humano através das escrituras, há dois princípios atuantes:
a) Era somente Deus quem estabelecia as promessas e condições do seu concerto.
b) Cabia ao ser humano aceitar por fé obediente essas promessas e condições.
Em certos casos, Deus estabeleceu com muita antecipação as promessas e as responsabilidades de ambas às partes, isto é, tanto da parte de Deus como da parte do ser humano, e em tempo algum, o povo conseguiu junto a Deus alterar as condições do concerto para beneficiar-se.

O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO
1)  Deus, ao estabelecer comunhão com Abraão, mediante o concerto ( Gn 15), fez-lhe caramente várias promessas: Deus como escudo e recompensa de Abraão. “... Não temas, Abraão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.”  (Gn 15.1), descendência numerosa “... Olha agora para os céus e conta as estrelas, se as pode contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente.”(Gn 15.5), e a terra de Canaã como herança “ Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos Caldeus, para dar-te esta terra, para a herdares.”(Gn 17.7).
2)  Deus conclamou Abraão a corresponder essa promessas por fé, aceitá-las, e confiar nEle como seu Senhor. Por Abraão assim fazer, Deus o aceitou como justo “E creu ele no Senhor, e foi imputado isto por justiça.” (Gn 16.6) e foi confirmado mediante comunhão pessoal com Ele.
3)  Não somente Abraão precisou, de início, expressar sua fé para a efetuação do concerto, como também Deus requereu que, para continuação das bênçãos do referido concerto, Abraão devia, de coração, agradar a Deus, através de uma vida de obediência.
a) Deus requereu que Abraão andasse na sua presença e que fosse perfeito. Noutras palavras, se sua fé não fosse acompanhada de obediência, ele estaria inabilitado para participar dos eternos propósitos de Deus.
b) Num caso especial, Deus provou a fé de Abraão ao ordena-lhe que sacrificasse seu próprio filho, Isaque. “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Miriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que Eu te direi.” (Gn 22.1,2). Abraão foi aprovado no teste e, por conseguinte, Deus prometeu que seu pacto com ele ia continuar.
c) Deus informou diretamente a Isaque que as bênçãos continuariam imutáveis e que seriam transferidas para ele porque Abraão lhe foi obediente e guardou os seus mandamentos. “E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus, e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.” (Gn 26.4,5).
4)  Deus ordenou diretamente a Abraão e aos seus descendentes que circuncidassem cada menino nascido na sua família “...Que todo macho será circuncidado.”(Gn 17. 9-13). O Senhor determinou que cada criança do sexo masculino não circuncidado fosse excluída do seu povo. “E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidado, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto.” (Gn 17.14). Por violação do concerto, noutras palavras, a desobediência a Deus levaria á perda das bênçãos do concerto.
5) O concerto entre Deus e Abraão foi chamado um “concerto perpétuo”. “E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e à tua semente depois de ti.” (Gn 17.7). A intenção de Deus era que o concerto fosse pra sempre e permanente. Era, no entanto, passível de ser violado pelos descendentes de Abraão, e assim acontecendo, Deus não teria de cumprir as suas promessas. Por exemplo, a promessa que a terra de Canaã seria uma possessão perpétua de Abraão e seus descendentes, foi quebrada pela apostasia de Israel e pela infidelidade de Judá e sua desobediência a lei de Deus “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgrediram as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna” (Is 24.5); Por isso, Israel foi levado para o exílio na Assíria, enquanto Judá foi levado para o cativeiro em Babilônia.

O CONCERTO DE DEUS COM ISAQUE
1)  Deus procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração seguinte, apartir de Isaque, filho de Abraão. “O me concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte.” (Gn 17.21).
Não bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; Ele, também, precisava aceitar pela fé as promessas de Deus. Somente então é que Deus diria: “Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente.” (Gn 26.24)
2) Durante os vinte primeiros anos do seu casamento, Isaque e rebeca não tiveram filhos. Rebeca permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que sua esposa concebesse. “E Isaque orou instantemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.” (Gn 25.21).
Esse fato demonstra que o cumprimento do concerto não se dá por meios naturais, mas somente pela ação graciosa de Deus, em resposta à oração e busca da sua face, isto é, a oração é o meio pelo qual Deus cumpriu suas promessas e bênçãos.
3) Isaque também tinha que ser obediente para continuar a receber as bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por exemplo, Deus proibiu Isaque de descer para o Egito, e mandou ficar onde estava. Se obedecesse a Deus, teria a promessa divina: “...Confirmarei o juramento, que tenho jurado a Abraão, teu pai.” (Gn 26.3). Deus levantou Abraão como um modelo da obediência que procede da fé. Este tinha feito um esforço sincero para guardar as leis e os mandamentos do Senhor. Por causa disso, Deus o abençoou. Isaque e todos os crentes devem seguir o exemplo da fé e da obediência de Abraão, se esperam participar das promessas de Deus segundo o concerto e da sua salvação.

O CONCETO DE DEUS COM JACÓ
1)  Isaque e Rebeca tinham dos filhos: Esaú e Jacó. Era de se esperar que as bênçãos do concerto fossem transferidas ao primogênito, Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca que seu gêmeo mais velho serviria o mais novo, e o próprio Esaú veio a desprezar a sua primogenitura (Gn 25.31-34), vendendo-a para seu irmão Jacó por preço que valia pão e guisado de lentilhas. Mas pra nós entendermos melhor vamos ver em que consistia a primogenitura, qual a importância.
a) Consistia em: Liderança na adoração a Deus e chefe da família;
b) Consistia em: Uma dupla porção da herança da terra;
c) Consistia em: O direito à bênção do concerto, conforme Deus prometeu a Abraão.
O fato de Esaú vender a sua primogenitura revela quão pouco valor ele atribuía às bênçãos de Deus às promessas do concerto. Optou estultamente, por trocar as bênçãos que ultrapassam o nosso entendimento, por prazeres momentâneos. Assim, “desprezou... a sua primogenitura.” Além disso, ele ignorou os padrões justos dos seus pais, ao casar-se com duas mulheres que não seguiam ao Deus verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou qualquer interesse pelas bênçãos do concerto de Deus. Daí, Jacó, realmente aspirava as bênçãos espirituais futuras, recebeu as promessas no lugar de Esaú. “E eis que o Senhor estava em cima dele e disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e ti farei tornar a esta terra, por que te não deixarei; até que haja feito o que te tenho dito.” (Gn 28.13-15)
2) Como no caso de Abraão e Isaque, o concerto com Jacó requeria “obediência da fé”(Rm 1.5), para sua perenidade. Durante boa parte da sua vida, Jacó serviu-se da sua própria habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas foi somente quando Jacó, finalmente, obedeceu ao mandamento e à vontade do Senhor. “Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me tens feito o voto; levanta-te agora e sai-te desta terra e torna à terra da tua parentela.” (Gn 31.13), no sentido de sair de Harã e voltar à terra prometida de Canaã e, mais expressamente, de ir a Betel (Gn 35.1-7) que Deus renovou com ele as promessas do concerto feito com Abraão. (Gn 35.9-13).

AMÉM !!!

                                          Fontes: Bíblia de Estudos Pentecostal e outros
Erivelton R. de Jesus

02 - A CHAMADA DE ABRAÃO


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

01 - A CRIAÇÃO



48 - A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS


Jo 20.22: E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
            A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
            Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). Cristo declara que o Espírito Santo habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente Ele estaria em “vós”. A promessa do Espírito Santo para habitar nos fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de Cristo, quando Ele assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22). Jesus agora cumpre a promessa de João 14.17.
            Da frase, “assoprou sobre eles” em João 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo usado na Septuaginta (a tradução grego do AT) em Gn 2.7, onde Deus “soprou em seus narizes {de Adão} o fôlego da vida; e o home foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em EZ 37.9: “Assopra sobre os mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em “Espírito vivificante” (1Co 14.45).
            O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorgada autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecostes (At 2.4).
            Antes da ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios, do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus. Foi, Também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, isto é, uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
            Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
a)      Os discípulos receberam o Espírito Santo, isto é, o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou antes do dia de Pentecostes; e.
b)      O derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no Espírito Santo no dia de Pentecostes foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas.
      Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em João 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecostes. O uso do aoristo imperativo para “receber” denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.
     

Amém!
Erivelton de Jesus