Ml 3.10: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois,
fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas
do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança”.
DEFINIÇÃO DE DÍZIMOS E OFERTAS
·
DÍZIMO: A palavra hebraica para dízimo “ma’aser” significa literalmente
a décima parte. Na composição do NT, sendo este escrito em grego, esta palavra
ma’aser é usada como “dekatoõ”,
derivado de dekatos, isto é, a décima parte, na voz ativa denota tomar dízimos
de, “Mas aquele cuja genealogia não é
contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas”
(Hb 7.6); na voz passiva, denota pagar dízimos. “E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi que recebe dízimos,
pagou dízimos.”(Hb 7.9). Apodekatoõ
denota: pagar dízimo, dizimar (formado de apo, “de”, e dekatos
“décimo”), ocorre em Matheus 23.23 “Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã,
do endro e do cominho e desprezais o mais importante da Lei, o juízo, a
misericórdia e a fé; deveis, porém fazer essas e não omitir aquelas”, ou
seja, temos que fazer as duas coisa, em Lucas 18.12 diz: “Jejuo duas vezes por semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo”.
Traduzido
para o latim decimu significa: A décima parte; décimo. A décima parte de
qualquer salário ou rendimento, a qual se doa, voluntariamente, em Igreja.
Na Lei de Deus, os
israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais
domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e
gratidão pelas bênçãos divinas, e para sustento da casa do Senhor, isto é, da
obra, dos levitas e sacerdotes, ou sejas, para sustento daqueles que Deus separava
para obra dEle(Nm 18.21-26; Dt 14.22-29), em Lv 27.30-32 fala-nos da seriedade
dos dízimos, e no versículo 31 diz: “Porém,
se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto
sobre ela.” Deus considera o seu povo responsável pelo manejo dos recursos
que Ele lhes dera na terra prometida.
No âmago do dízimo, achava-se a idéia de
que Deus é dono de tudo, e o próprio Deus afirma isso em Êx 14.5 “...porque toda a terra é minha” e ainda
em Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a Ele
devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27). Sendo assim, ninguém possui nada que não
haja recebido originalmente do Senhor. Nas Leis sobre o dízimo, Deus estava
simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já
lhes tinha dado.
·
Ofertas: Quando estudamos as
Sagradas Escrituras no seu original encontramos várias palavras em hebraico com
a tradução para ofertas, quero citar aqui algumas para maior compreensão.
a)
Minhãh:
oferta de manjares [cereais], oferta, tributo, dom, presente, sacrifício,
oblação. O termo minhãh é encontrado umas 200 vezes no AT e, em totós os
períodos do hebraico. Essa palavra aparece pela primeira vez em Gn 4.3: “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao
SENHOR”. O vocábulo minhãh é empregado muitas vezes no AT para designar “dom ou presente” que é dado por uma
pessoa à outra (Gn 32.13-15; 43.11; 1Rs 10.25). Com freqüência minhãh é usado
no sentido de “tributo” pago a um rei
ou suserano. (Jz 3.15-23; 2Sm 8.2; Sl 72.10; !rs 4.21; 2Rs 17.34). O termo
minhãh é empregado para se referir a qualquer “oferta ou presente” feito a Deus.
b)
Terûmãh: Oferta alçada, oferta, oblação Esta palavra é encontrada
na literatura antiga ugarite no termo de “pão
da oferta”, como também em todos os períodos do hebraico. No hebraico
moderno é usado no sentido de “contribuições”. Este termo é encontrado
aproximadamente 70 vezes no AT e é usado pela primeira vez em Êx 25.2: “Fala aos filhos de Israel que me tragam uma
oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente,
deles tomareis minha oferta alçada”. Em mais de um terço de suas
ocorrências no texto bíblico, terûmãh é usado para designar os presentes ou
contribuições a Deus, e é melhor dado livremente, de boa vontade, proveniente
de um coração generoso. Este termo era ,às vezes, uma “oferta” que tinha
significado de imposto, uma taxa obrigatória que era cobrada de todo israelita
do sexo masculino de vinte anos de idade a cima, para ser pago para o sustento do tabernáculo e, mais tarde,
o Templo (Êx 30.11-16).
c)
Qorbãn: Oferta, oblação, sacrifício. O termo qorbã é
encontrado em vários idiomas semíticos e é derivado do verbo “chegar,
aproximar”. É encontrado ao longo da história do hebraico, no sentido de
“oferta e consagração”. Na septuaginta é traduzido por “presente”. Este termo
pode também ser traduzido por “aquilo de alguém leva [aproxima] de Deus ou ao
altar”.
d)
‘Olãh:
Holocausto, oferta queimada por inteiro. Essa palavra tem cognatos no aramaico
antigo e bíblico. Ocorre em torno de 280 vezes no hebraico bíblico e em todos
os períodos. Em sua primeira ocorrência bíblica, ‘olãh identifica um tipo de
“oferta” apresentada a Deus (Gn 8.20), sua segunda acepção ocorre em Levítico
1.4, onde representa “a coisa que é oferecida”. ‘Olãh foi alistada pela primeira
vez nas prescrições e descrições administrativas do AT como a oferta mais
freqüente, a apresentação de um cordeiro pela manhã e outro pela tarde –
“holocausto contínuo”. O significado de ‘olãh como “holocausto” era a entrega
total do coração e vida do oferecedor a Deus.
e)
‘
isseh: Oferta queimada, feita pelo
fogo. 62 das 64 ocorrências desta palavra ocorrem de Êxodo a Deuteronômio,
sendo, a primeira vez em Êxodo 29.18.
f)
‘ashãm: Oferta pela culpa, ofensa, culpa, presente de
restituição, presente de expiação: Este termo ocorre 46 vezes no hebraico
bíblico, e o significado mais freqüente dessa palavra é “oferta pela culpa”
Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas
oferendas ao Senhor, principalmente em forma de sacrifícios, como vimos nas
várias traduções da palavra oferta. Além das ofertas prescritas, os israelitas
podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Quando, por exemplo, os
israelitas empreenderam a construção do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram
liberalmente suas oferendas para fabricação da tenda e seus móveis. Ficaram tão
entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que cessassem
as oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um
cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de custear os
consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2Rs 12.9,10). Mas,
houve ocasiões na história do AT que o povo de Deus reteve egoisticamente o
dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a
reconstrução do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados na
construção de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes
trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas. Por causa
disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo revezes financeiros (Ag
1.3-6). Coisa semelhante acontecia nos tempos do profeta Malaquias, e, mais uma
vez, Deus castigou o povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).
BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS
O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva
tinham comunhão regular com Deus no jardim do Éden. Caim e Abel trouxeram a
Deus oferendas de vegetais e animais. Os descendentes de Sete invocavam o nome
do Senhor. Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do
dilúvio. Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para
oferecer holocaustos ao Senhor e falou intimamente com Ele.
Somente
depois do Êxodo, quando o tabernáculo foi construído, é que a adoração pública
tornou-se formal. Apartir de então, sacrifícios regulares passaram a ser
oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e Deus estabeleceu farias
festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas. O culto a
Deus foi posteriormente centralizado em Jerusalém. Quando o templo foi
destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino
da lei e adoração a Deus enquanto no exílio, e aonde quer que viessem morar. As
sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo
templo por Zorobabel. Nos tempos do NT já havia sinagogas na Palestina e em
todas as partes do mundo romano.
A
adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto
em casas particulares. Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam cultos a Deus
nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido
utilizá-las, passaram a cultuar a Deus noutros lugares, geralmente em casas
particulares, mas às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).
ADMINISTRAÇÃO DO NOSSO DINHEIRO
Os
exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm princípios importantes a respeito
da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes no NT.
1) Devemos
lembrar-nos de tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que
temos não é nosso; é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum
domínio sobre as posses.
2) Devemos
decidir, pois, de todo o coração, servir a Deus e não ao dinheiro, o próprio
Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na
terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e
roubam, mas ajuntai tesouro no céu...”(Mt 6.19-24). A Bíblia deixa claro
que a cobiça é uma forma de idolatria “Mortificai,
pois, os vossos membros que estão sobre a terra; a prostituição, a impureza, o
apetite desordenado, a viu concupiscência e a cobiça, que é a idolatria.”
(Cl 3.5).
3) Nossas
contribuições devem ser para promoção do Reino de Deus, especialmente para a
obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo mundo, para ajudar aos
necessitados, para acumular tesouros no céu e para aprender a temer ao Senhor.
4) Nossas
contribuições devem ser proporcionais à nossa renda. No AT, o dízimo era
calculado em uma décima parte. Dar menos que isto era desobediência a Deus.
Aliás, equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT requer que as
nossas contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus nos tem dado. “No primeiro dia da semana, cada um de vós
ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade...” (1Co
16.2).
5) Nossas
contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no
AT quanto no NT. Não podemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2Co
8.3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por nós (2Co
8.9). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que o valor
monetário da dádiva, como no caso da viúva em Lucas 21.1-4.
6) Nossas
ofertas, ou contribuições devem ser feitas com alegria (2Co 9.7). Tanto o
exemplo dos israelitas no AT quanto o dos cristãos macedônios do NT servem-nos
de modelos.
7) Deus
tem prometido recompensar-nos de conformidade com o que temos dado, vários
textos bíblicos denotam isso como Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; 2Co
8; etc, mas gostaria de destacar um em especial que diz: “Que o que semeia pouco, pouco também ceifará.” (2Co 9.6). O
cristão pode contribuir generosamente, ou com avareza, Deus o recompensará de
acordo com o que ele dá. Para Paulo, a contribuição não é uma perda, mais uma
forma de economizar; ela trará benefícios substanciais para quem contribui.
Paulo não fala primeiramente da quantidade ofertada, mas da qualidade dos
desejos dos motivos do nosso coração ao ofertarmos. A viúva pobre deu uma
pequena oferta, mas Deus a considerou uma quantia grande por causa da proporção
da dádiva e pela dedicação total que ela revelou ter.
AMÉM!
Pb.
Erivelton R. de Jesus
Fontes:
Bíblia de Estudos Petencostal e outros.
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