sábado, 5 de novembro de 2016

35 - DÍZIMOS E OFERTAS


Ml 3.10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois, fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”.

DEFINIÇÃO DE DÍZIMOS E OFERTAS

·         DÍZIMO: A palavra hebraica para dízimo “ma’aser” significa literalmente a décima parte. Na composição do NT, sendo este escrito em grego, esta palavra ma’aser é usada como “dekatoõ”, derivado de dekatos, isto é, a décima parte, na voz ativa denota tomar dízimos de, “Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas” (Hb 7.6); na voz passiva, denota pagar dízimos. “E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi que recebe dízimos, pagou dízimos.”(Hb 7.9). Apodekatoõ denota: pagar dízimo, dizimar (formado de apo, “de”, e dekatos “décimo”), ocorre em Matheus 23.23 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da Lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém fazer essas e não omitir aquelas”, ou seja, temos que fazer as duas coisa, em Lucas 18.12 diz: “Jejuo duas vezes por semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo”. Traduzido para o latim decimu significa: A décima parte; décimo. A décima parte de qualquer salário ou rendimento, a qual se doa, voluntariamente, em Igreja.
      Na Lei de Deus, os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas, e para sustento da casa do Senhor, isto é, da obra, dos levitas e sacerdotes, ou sejas, para sustento daqueles que Deus separava para obra dEle(Nm 18.21-26; Dt 14.22-29), em Lv 27.30-32 fala-nos da seriedade dos dízimos, e no versículo 31 diz: “Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto sobre ela.” Deus considera o seu povo responsável pelo manejo dos recursos que Ele lhes dera na terra prometida.
      No âmago do dízimo, achava-se a idéia de que Deus é dono de tudo, e o próprio Deus afirma isso em Êx 14.5 “...porque toda a terra é minha” e ainda em Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a Ele devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27). Sendo assim, ninguém possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor. Nas Leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.
·         Ofertas: Quando estudamos as Sagradas Escrituras no seu original encontramos várias palavras em hebraico com a tradução para ofertas, quero citar aqui algumas para maior compreensão.
a)    Minhãh: oferta de manjares [cereais], oferta, tributo, dom, presente, sacrifício, oblação. O termo minhãh é encontrado umas 200 vezes no AT e, em totós os períodos do hebraico. Essa palavra aparece pela primeira vez em Gn 4.3: “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR”. O vocábulo minhãh é empregado muitas vezes no AT para designar “dom ou presente” que é dado por uma pessoa à outra (Gn 32.13-15; 43.11; 1Rs 10.25). Com freqüência minhãh é usado no sentido de “tributo” pago a um rei ou suserano. (Jz 3.15-23; 2Sm 8.2; Sl 72.10; !rs 4.21; 2Rs 17.34). O termo minhãh é empregado para se referir a qualquer “oferta ou presente” feito a Deus.
b)   Terûmãh: Oferta alçada, oferta, oblação Esta palavra é encontrada na literatura antiga ugarite no termo de “pão da oferta”, como também em todos os períodos do hebraico. No hebraico moderno é usado no sentido de “contribuições”. Este termo é encontrado aproximadamente 70 vezes no AT e é usado pela primeira vez em Êx 25.2: “Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, deles tomareis minha oferta alçada”. Em mais de um terço de suas ocorrências no texto bíblico, terûmãh é usado para designar os presentes ou contribuições a Deus, e é melhor dado livremente, de boa vontade, proveniente de um coração generoso. Este termo era ,às vezes, uma “oferta” que tinha significado de imposto, uma taxa obrigatória que era cobrada de todo israelita do sexo masculino de vinte anos de idade a cima, para ser pago  para o sustento do tabernáculo e, mais tarde, o Templo (Êx 30.11-16).
c)    Qorbãn: Oferta, oblação, sacrifício. O termo qorbã é encontrado em vários idiomas semíticos e é derivado do verbo “chegar, aproximar”. É encontrado ao longo da história do hebraico, no sentido de “oferta e consagração”. Na septuaginta é traduzido por “presente”. Este termo pode também ser traduzido por “aquilo de alguém leva [aproxima] de Deus ou ao altar”.
d)   ‘Olãh: Holocausto, oferta queimada por inteiro. Essa palavra tem cognatos no aramaico antigo e bíblico. Ocorre em torno de 280 vezes no hebraico bíblico e em todos os períodos. Em sua primeira ocorrência bíblica, ‘olãh identifica um tipo de “oferta” apresentada a Deus (Gn 8.20), sua segunda acepção ocorre em Levítico 1.4, onde representa “a coisa que é oferecida”. ‘Olãh foi alistada pela primeira vez nas prescrições e descrições administrativas do AT como a oferta mais freqüente, a apresentação de um cordeiro pela manhã e outro pela tarde – “holocausto contínuo”. O significado de ‘olãh como “holocausto” era a entrega total do coração e vida do oferecedor a Deus.
e)    ‘ isseh: Oferta queimada, feita pelo fogo. 62 das 64 ocorrências desta palavra ocorrem de Êxodo a Deuteronômio, sendo, a primeira vez em Êxodo 29.18.
f)     ‘ashãm: Oferta pela culpa, ofensa, culpa, presente de restituição, presente de expiação: Este termo ocorre 46 vezes no hebraico bíblico, e o significado mais freqüente dessa palavra é “oferta pela culpa”
            Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas oferendas ao Senhor, principalmente em forma de sacrifícios, como vimos nas várias traduções da palavra oferta. Além das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Quando, por exemplo, os israelitas empreenderam a construção do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente suas oferendas para fabricação da tenda e seus móveis. Ficaram tão entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que cessassem as oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de custear os consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2Rs 12.9,10). Mas, houve ocasiões na história do AT que o povo de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados na construção de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo revezes financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante acontecia nos tempos do profeta Malaquias, e, mais uma vez, Deus castigou o povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).

BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS
            O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com Deus no jardim do Éden. Caim e Abel trouxeram a Deus oferendas de vegetais e animais. Os descendentes de Sete invocavam o nome do Senhor. Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio. Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor e falou intimamente com Ele.
            Somente depois do Êxodo, quando o tabernáculo foi construído, é que a adoração pública tornou-se formal. Apartir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e Deus estabeleceu farias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas. O culto a Deus foi posteriormente centralizado em Jerusalém. Quando o templo foi destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a Deus enquanto no exílio, e aonde quer que viessem morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel. Nos tempos do NT já havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano.
            A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares. Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam cultos a Deus nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a Deus noutros lugares, geralmente em casas particulares, mas às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).

ADMINISTRAÇÃO DO NOSSO DINHEIRO
            Os exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes no NT.
1)    Devemos lembrar-nos de tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso; é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as posses.
2)    Devemos decidir, pois, de todo o coração, servir a Deus e não ao dinheiro, o próprio Jesus disse: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam, mas ajuntai tesouro no céu...”(Mt 6.19-24). A Bíblia deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra; a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a viu concupiscência e a cobiça, que é a idolatria.” (Cl 3.5).
3)    Nossas contribuições devem ser para promoção do Reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo mundo, para ajudar aos necessitados, para acumular tesouros no céu e para aprender a temer ao Senhor.
4)    Nossas contribuições devem ser proporcionais à nossa renda. No AT, o dízimo era calculado em uma décima parte. Dar menos que isto era desobediência a Deus. Aliás, equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT requer que as nossas contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus nos tem dado. “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade...” (1Co 16.2).
5)    Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no AT quanto no NT. Não podemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2Co 8.3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por nós (2Co 8.9). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que o valor monetário da dádiva, como no caso da viúva em Lucas 21.1-4.
6)    Nossas ofertas, ou contribuições devem ser feitas com alegria (2Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no AT quanto o dos cristãos macedônios do NT servem-nos de modelos.
7)    Deus tem prometido recompensar-nos de conformidade com o que temos dado, vários textos bíblicos denotam isso como Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; 2Co 8; etc, mas gostaria de destacar um em especial que diz: “Que o que semeia pouco, pouco também ceifará.” (2Co 9.6). O cristão pode contribuir generosamente, ou com avareza, Deus o recompensará de acordo com o que ele dá. Para Paulo, a contribuição não é uma perda, mais uma forma de economizar; ela trará benefícios substanciais para quem contribui. Paulo não fala primeiramente da quantidade ofertada, mas da qualidade dos desejos dos motivos do nosso coração ao ofertarmos. A viúva pobre deu uma pequena oferta, mas Deus a considerou uma quantia grande por causa da proporção da dádiva e pela dedicação total que ela revelou ter.


AMÉM!
Pb. Erivelton R. de Jesus

Fontes: Bíblia de Estudos Petencostal e outros. 

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