sábado, 5 de novembro de 2016

36 - A CURA DIVINA


Mt 8.16,17: “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.”.
A PROVISÃO REDENTORA DE DEUS
            O problema das enfermidades e das doenças está fortemente ligado ou vinculado ao problema do pecado, isto é, às consequências da queda. Enquanto a ciência médica considera as cauãs das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos:
a)    O PECADO:
            Que afetou a constituição física e espiritual do homem, palavra vinda de alguns termos hebraico, substantivos, adjetivos e verbos onde vamos está vendo para uma compreensão melhor das causas do PECADO.
·         SUBSTANTIVOS:
‘ãwen: “iniqüidade, vaidade, sofrimento”. Alguns estudiosos acreditam que este termo tem cognatos nas palavras árabes ‘ana (cansar-se, fatigar-se) e ‘ayin (nada). Esta relação implicaria que ‘awen significa a ausência de tudo o que tem valor verdadeiro. Por conseguinte, denotaria indignidade moral como nas ações da maldade, projetos maus ou discurso falso.
      Outros estudiosos acreditam que o temo implica um fardo doloroso ou dificuldade, isto é, que o pecado é uma carga trabalhosa e exaustiva de dificuldade e sofrimentos que o ofensor causa a si mesmo e a outros. A palavra ‘ãwen é um termo geral para designar pecado, ofensa, falsidade ou engano.
‘ãwõn: “iniqüidade, maldade”. Este termo retrata que o pecado é uma perversão da vida (uma torção da maneira certa), uma perversão da verdade (uma torção do erro) ou uma perversão da intenção (um dobramento da retidão em desobediência voluntária). A palavra iniqüidade é o melhor equivalente em uma palavra, embora a raiz latina iniquitas na verdade signifique: injustiça, falta de retidão, hostil, adverso.
Rãshã: “mau, ímpio, ilícito, culpado”. Este termo conota geralmente uma turbulência e iniqüidade, ou desarticulado, ou desregulado. Por isso, Robert B. Girdlestone sugere que o termo se refira à inquietação e confusão nas quais os ímpios vivem, e à agitação perpétua que eles causam-nos outros.
Hattã’t: “pecado, culpado de pecado, purificação de pecado, oferta pelo pecado”. Esse substantivo aparece em torno de 293 vezes e em todos os períodos da literatura bíblica. A acepção básica desta palavra é “pecado” imaginado no sentido de erra o caminho ou o alvo (155 vezes). Este termo se refere a uma ofensa contra um homem, mas na maioria dos casos, descreve um pecado contra Deus. Os homens devem se voltar do pecado, o qual é um caminho, um estilo de vida ou um ato que diverge do que Deus determinou. Eles devem se apartar do pecado, entristecer-se por ele e confessá-lo.

·         ADJETIVOS:
Rãsha: “ímpio, culpado”.
Ra’: “mau, ímpio, iníquo, depravado, corrupto, triste”.

·         VERBOS:
‘ãbar: “transgredir, atravessar, cruzar, passa por”. Esta palavra ocorre como verbo só quando se refere a pecar. Este termo tem o sentido de “transgredir” um concerto ou ordem, ou seja, o ofensor “passa além” dos limites fixados pela Lei de Deus e cai em transgressão e culpa.
Hãtã: “perder, pecar, ser culpado, ser privado, perder o direito, purificar”. Este verbo aparece 238 vezes e em todas as partes do AT. Também é encontrado no assírio, aramaico, etiópico, sabeu e árabe. Deste significado básico vem o uso principal, da palavra para indicar fracasso moral contra Deus e aos homens, e certos resultados de tais ações más.

b)    SATANÁS:
            A Bíblia nos afirma isso em várias passagens, quero citar algumas, como por exemplo:
ü  ATOS DOS APÓSTOLOS 10.38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.”
ü  MARCOS 9.17,20,25: “E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.”
ü  Lucas 13.11: “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se.”
ü  ATOS DOS APÓSTOLOS 19.11,12: “E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.”

             A provisão de Deus través da redenção é tão abrangente quanto as conseqüências da queda. Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para as enfermidades, Deus provê a cura. Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento e as bênçãos de Deus e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo.

A REVELAÇÃO DA VONTADE DE DEUS SOBRE A CURA
            A vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras nas Escrituras.
1.    A DECLARAÇÃO DO PRÓPRIO DEUS:
Em Êxodo 15.26: “E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara.”. Neste versículo Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos. Essa promessa revela que o desejo primordial de Deus é curar o seu povo, e não infligir-lhe doenças e enfermidades. Sua declaração abrange dois aspectos: a) nenhuma das enfermidades porei sobre ti [como julgamento],que pus sobre o Egito; b) porque eu sou o SENHOR que te sara [como redentor].  Deus continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra.

2.    O MINISTÉRIO DE JESUS:
Jesus, como o Filho de Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus ( Hb 1.3; Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno, revelava a vontade de Deus na prática “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (Jo 6.38), e demonstrou que está no seu coração, na natureza e no propósito de Deus curar a todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.

3.    A PROVISÃO DA EXPIAÇÃO DE JESUS:
A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total – espírito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dá saúde. O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo. Em Isaías 53.10 encontramos o termo em hebraico ‘ãsham que significa entre outros, oferta pela culpa e oferta pela transgressão. Na maioria das ocorrências, se aplica à expiação feita para satisfazer alguém que foi prejudicado, ou à “expiação da culpa ou oferta pela culpa” apresentada no altar pelo transgressor arrependido. A declaração teológica mais significativa que contêm ‘ãshãm, é em Isaías 53.10, que diz que o Servo de Jeová foi designado como um ‘ãshãm para o gênero humano pecador. Isto sugere que a Sua morte forneceu uma expiação de 120 por cento da Lei de Deus que foi quebrada.

4.    O MINISTÉRIO CONTÍNUO DA IGREJA:
Jesus comissionou seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1,8,9,19). Depois do dia de Pentecostes o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho. O NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé manifestam através da igreja para curar: a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17); b) a confissão de pecados conhecidos, seguido da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta oração da fé.

IMPEDIMENTOS À CURA

         Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
·         PECADO NÃO CONFESSADO: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tg 5.16);
·         OPRESSÃO OU DOMÍNIO DEMONÍACO: “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.” (Lc 13.11-13);
·         MEDO OU ANSIEDADE AGUDAS: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.6,7)
·         INSUCESSOS NO PASSADO QUE DEBILITAM A FÉ HOJE: “E que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior;” (Mc 5.26; Jo 5.5-7);
·         O POVO: “E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.” (Mc 10.48);
·         ENSINO ANTIBÍBLICO: “E OUTRA vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.” (Mc 3.1-5);
·         NEGLIGÊNCIA DOS PRESBÍTEROS NO QUE CONCERNE À ORAÇÃO DA FÉ: “Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” (Mc 11.23);
·         DESCUIDO DA IGREJA EM BUSCAR E RECEBER OS DONS DE OPERAÇÃO DE MILAGRES E DE CURAS, SEGUNDO A PROVISÃO DIVINA: “E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente.” (1Co 12.9,10,31);
·         INCREDULIDADE: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.” (Mc 6.3-6; 9.23,24);
·         IRRVERÊNCIA COM AS COISAS SANTAS DO SENHOR: 1Co 11.29,30).
      Casos há em que não está esclarecida as razões da persistência da doença física em crentes dedicados, exemplo: Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20. Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade, conforme 2Rs 13.14,20: “E Eliseu estava doente da enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel, e seus cavaleiros! Depois morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiram a terra à entrada do ano.” .

O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EM BUSCA DA CURA DIVINA
           
            O que de deve fazer, o crente quando ora pela cura divina para si?
      I.        Ter certeza de que está em plena comunhão com Deus e com o próximo.
    II.        Buscar a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele, quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura.
   III.        Encher sua mente e coração da Palavra de Deus.
  IV.        Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle, e examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa.
   V.        Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos.
  VI.        Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina.
 VII.        Ficar na expectativa de um milagre, isto é, confiar no poder de Cristo.
VIII.        Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre se ela não ocorrer de imediato.
  IX.        Saber que a demora de Deus em atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem em mente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória e em bem estar para nós.
   X.        Reconhecer que, tratando de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos.
  XI.        Ter consciência, de que tudo acontece segundo a perfeita vontade, e no tempo de Deus.

OBS:  A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (Mt 9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).





AMÉM!
Pb. Erivelton R. de Jesus

Fontes: Bíblia de Estudos Petencostal e outros. 

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