Mt 8.16,17: “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele
com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam
enfermos; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz:
Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.”.
A PROVISÃO REDENTORA DE DEUS
O
problema das enfermidades e das doenças está fortemente ligado ou vinculado ao
problema do pecado, isto é, às consequências da queda. Enquanto a ciência
médica considera as cauãs das enfermidades e das doenças em termos psicológicos
ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o
problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois
tipos:
a) O PECADO:
Que afetou a constituição física e espiritual do homem,
palavra vinda de alguns termos hebraico, substantivos, adjetivos e verbos onde
vamos está vendo para uma compreensão melhor das causas do PECADO.
·
SUBSTANTIVOS:
‘ãwen: “iniqüidade, vaidade,
sofrimento”. Alguns estudiosos acreditam que este termo tem cognatos nas
palavras árabes ‘ana (cansar-se,
fatigar-se) e ‘ayin (nada). Esta
relação implicaria que ‘awen
significa a ausência de tudo o que tem valor verdadeiro. Por conseguinte,
denotaria indignidade moral como nas ações da maldade, projetos maus ou
discurso falso.
Outros
estudiosos acreditam que o temo implica um fardo doloroso ou dificuldade, isto
é, que o pecado é uma carga trabalhosa e exaustiva de dificuldade e sofrimentos
que o ofensor causa a si mesmo e a outros. A palavra ‘ãwen é um termo geral para designar pecado, ofensa, falsidade ou
engano.
‘ãwõn: “iniqüidade, maldade”.
Este termo retrata que o pecado é uma perversão da vida (uma torção da maneira
certa), uma perversão da verdade (uma torção do erro) ou uma perversão da
intenção (um dobramento da retidão em desobediência voluntária). A palavra
iniqüidade é o melhor equivalente em uma palavra, embora a raiz latina
iniquitas na verdade signifique: injustiça, falta de retidão, hostil, adverso.
Rãshã: “mau, ímpio, ilícito,
culpado”. Este termo conota geralmente uma turbulência e iniqüidade, ou
desarticulado, ou desregulado. Por isso, Robert B. Girdlestone sugere que o
termo se refira à inquietação e confusão nas quais os ímpios vivem, e à
agitação perpétua que eles causam-nos outros.
Hattã’t: “pecado, culpado de
pecado, purificação de pecado, oferta pelo pecado”. Esse substantivo
aparece em torno de 293 vezes e em todos os períodos da literatura bíblica. A
acepção básica desta palavra é “pecado” imaginado no sentido de erra o caminho
ou o alvo (155 vezes). Este termo se refere a uma ofensa contra um homem, mas
na maioria dos casos, descreve um pecado contra Deus. Os homens devem se voltar
do pecado, o qual é um caminho, um estilo de vida ou um ato que diverge do que
Deus determinou. Eles devem se apartar do pecado, entristecer-se por ele e
confessá-lo.
·
ADJETIVOS:
Rãsha: “ímpio, culpado”.
Ra’: “mau, ímpio, iníquo,
depravado, corrupto, triste”.
·
VERBOS:
‘ãbar: “transgredir, atravessar,
cruzar, passa por”. Esta palavra ocorre como verbo
só quando se refere a pecar. Este termo tem o sentido de “transgredir” um
concerto ou ordem, ou seja, o ofensor “passa além” dos limites fixados pela Lei
de Deus e cai em transgressão e culpa.
Hãtã: “perder, pecar, ser
culpado, ser privado, perder o direito, purificar”. Este verbo aparece 238
vezes e em todas as partes do AT. Também é encontrado no assírio, aramaico,
etiópico, sabeu e árabe. Deste significado básico vem o uso principal, da
palavra para indicar fracasso moral contra Deus e aos homens, e certos
resultados de tais ações más.
b) SATANÁS:
A Bíblia nos afirma isso em várias passagens, quero citar
algumas, como por exemplo:
ü ATOS DOS APÓSTOLOS 10.38: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele.”
ü MARCOS 9.17,20,25: “E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu
filho, que tem um espírito mudo; E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o
espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra,
revolvia-se, escumando. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o
espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e
não entres mais nele.”
ü Lucas 13.11: “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade,
havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum
endireitar-se.”
ü ATOS DOS APÓSTOLOS 19.11,12: “E
Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De sorte que até os
lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades
fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.”
A provisão de Deus través
da redenção é tão abrangente quanto as conseqüências da queda. Para o pecado,
Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida
ressurreta; e para as enfermidades, Deus provê a cura. Daí, durante a sua vida
terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus,
pregar o arrependimento e as bênçãos de Deus e curar todo tipo de moléstia,
doença e enfermidade entre o povo.
A REVELAÇÃO DA VONTADE DE DEUS SOBRE A
CURA
A
vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras nas
Escrituras.
1. A
DECLARAÇÃO DO PRÓPRIO DEUS:
Em Êxodo 15.26: “E disse: Se ouvires atento a voz
do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares
os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos,
nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o
SENHOR que te sara.”. Neste versículo Deus prometeu saúde e cura
ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos.
Essa promessa revela que o desejo primordial de Deus é curar o seu povo, e não
infligir-lhe doenças e enfermidades. Sua declaração abrange dois aspectos: a) nenhuma das enfermidades porei
sobre ti [como julgamento],que pus sobre o Egito;
b) porque eu sou o SENHOR que te sara
[como redentor]. Deus
continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que
os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra.
2. O
MINISTÉRIO DE JESUS:
Jesus, como o Filho de Deus, era a exata
manifestação da natureza e do caráter de Deus ( Hb 1.3; Cl 1.15; 2.9). Jesus,
no seu ministério terreno, revelava a vontade de Deus na prática “Porque eu desci do céu, não para
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (Jo
6.38), e demonstrou que está no seu coração, na natureza e no propósito de Deus
curar a todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.
3. A
PROVISÃO DA EXPIAÇÃO DE JESUS:
A morte expiatória de Cristo foi um ato
perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total – espírito, alma e
corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são gigantes gêmeos, destinados por
Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm
juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dá
saúde. O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena
provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo. Em Isaías 53.10
encontramos o termo em hebraico ‘ãsham que
significa entre outros, oferta pela culpa e oferta pela transgressão. Na
maioria das ocorrências, se aplica à expiação feita para satisfazer alguém que
foi prejudicado, ou à “expiação da culpa
ou oferta pela culpa” apresentada no altar pelo transgressor arrependido. A
declaração teológica mais significativa que contêm ‘ãshãm, é em Isaías 53.10,
que diz que o Servo de Jeová foi designado como um ‘ãshãm para o gênero humano
pecador. Isto sugere que a Sua morte forneceu uma expiação de 120 por cento da
Lei de Deus que foi quebrada.
4. O
MINISTÉRIO CONTÍNUO DA IGREJA:
Jesus comissionou seus doze discípulos
para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc
9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a
mesma coisa (Lc 10.1,8,9,19). Depois do dia de Pentecostes o ministério de cura
divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como
parte da sua pregação do evangelho. O NT registra três maneiras como o poder de
Deus e a fé manifestam através da igreja para curar: a) a imposição de mãos (Mc
16.15-18; At 9.17); b) a confissão de pecados conhecidos, seguido da unção do
enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e c) os dons espirituais de
curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que
devem cuidar desta oração da fé.
IMPEDIMENTOS À CURA
Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
·
PECADO NÃO CONFESSADO: “Confessai as vossas
culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita
por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tg
5.16);
·
OPRESSÃO OU DOMÍNIO DEMONÍACO: “E eis que estava ali
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e
andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus,
chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E pôs as
mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.” (Lc 13.11-13);
·
MEDO OU ANSIEDADE AGUDAS: “Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e
súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp
4.6,7)
·
INSUCESSOS NO PASSADO QUE
DEBILITAM A FÉ HOJE: “E que havia
padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe
aproveitando isso, antes indo a pior;” (Mc 5.26; Jo 5.5-7);
·
O POVO: “E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada
vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.” (Mc 10.48);
·
ENSINO ANTIBÍBLICO: “E OUTRA vez entrou na
sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam
observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha
a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no
sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E,
olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu
coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe
restituída a sua mão, sã como a outra.” (Mc 3.1-5);
·
NEGLIGÊNCIA DOS PRESBÍTEROS NO
QUE CONCERNE À ORAÇÃO DA FÉ: “Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte:
Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará
aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” (Mc 11.23);
·
DESCUIDO DA IGREJA EM BUSCAR E
RECEBER OS DONS DE OPERAÇÃO DE MILAGRES E DE CURAS, SEGUNDO A PROVISÃO DIVINA: “E a outro, pelo mesmo
Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os
espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas. Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um
caminho mais excelente.” (1Co 12.9,10,31);
·
INCREDULIDADE: “Não é este o
carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de
Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. E Jesus
lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus
parentes, e na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente
curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E estava admirado da
incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.” (Mc 6.3-6; 9.23,24);
·
IRRVERÊNCIA COM AS COISAS SANTAS
DO SENHOR: 1Co 11.29,30).
Casos há em que não
está esclarecida as razões da persistência da doença física em crentes
dedicados, exemplo: Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20. Noutros casos, Deus resolve
levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade, conforme 2Rs
13.14,20: “E Eliseu estava doente da
enfermidade de que morreu, e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre
o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, o carro de Israel, e seus cavaleiros! Depois
morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiram a terra à
entrada do ano.” .
O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EM BUSCA DA
CURA DIVINA
O que de deve fazer, o crente quando ora pela cura divina para si?
I.
Ter certeza de que está em plena
comunhão com Deus e com o próximo.
II.
Buscar a presença de Jesus na sua
vida, pois é Ele, quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a
cura.
III.
Encher sua mente e coração da
Palavra de Deus.
IV.
Se a cura não ocorre, continuar e
permanecer nEle, e examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças
Deus quer efetuar na sua pessoa.
V.
Pedir as orações dos presbíteros
da igreja, bem como dos familiares e amigos.
VI.
Assistir a cultos em que há
alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina.
VII.
Ficar na expectativa de um
milagre, isto é, confiar no poder de Cristo.
VIII.
Regozijar-se caso a cura ocorra
na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre se ela não ocorrer de imediato.
IX.
Saber que a demora de Deus em
atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus tem
em mente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória e
em bem estar para nós.
X.
Reconhecer que, tratando de um
crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto
que nos tem gravado na palma das suas mãos.
XI.
Ter consciência, de que tudo
acontece segundo a perfeita vontade, e no tempo de Deus.
OBS: A Bíblia reconhece o uso apropriado
dos recursos médicos (Mt 9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).
AMÉM!
Pb.
Erivelton R. de Jesus
Fontes:
Bíblia de Estudos Petencostal e outros.
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