sábado, 5 de novembro de 2016

27 - O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO


Is 6.8,9: “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis”.
O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DOS HEBREUS
            Os profetas do AT eram de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distinto na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção.
            Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos, conforme Lc 24.44: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.”. A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autos dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo foram escritos por profetas.

PALAVRAS HEBRAICAS APLICADA AOS PROFETAS
1)    Ro’eh: Segundo o dicionário VINE este substantivo tem dois significados no AT. O primeiro como “pastor” ocorre 62 vezes no AT. É aplicada a Deus, o Grande Pastor, que pastoreia o u alimenta suas ovelhas (Sl 23.1-4; Jo 10.11) Este conceito de Deus, o Grande Pastor e muito antigo, tendo sua primeira ocorrência nos lábios de Jacó em Gn 49.24 “donde é o Pastor e a pedra de Israel.”
O segundo significado que se encaixa em nosso estudo, é traduzido por “vidente, visão”, ocorre 11 vezes e se refere a um “profeta”, enfatizando o meio pela qual a revelação foi recebida (1Sm 9.9) e à “visão” (Is 28.7).
“Vidente”, em português, indica a capacidade especial de ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O Título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as viam conforme eram, da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
2)    Nabi’: Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, que segundo a Bíblia de Estudos Pentecostal na página 1001, ocorre 316 vezes no AT, e segundo o dicionário VINE esse substantivo ocorre em torno de 309 vezes no hebraico bíblico e em todos os períodos. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantes da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus” (Genesius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus.
No grego prophetes, a qual deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle.
No AT, o profeta também era conhecido como “homem de Deus” (2Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), “homem que tem o Espírito de Deus sobre si” (Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiros do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos e interpretavam a história, presente e futura, sob a perspectiva divina.
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA
            O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém, possuidor pelo Espírito de Deus “E veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em Espírito, e me pôs no meio de um vale cheio de ossos. Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.” (Ez 37.1,4). Pelo fato do Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas Três características: conhecimento divinamente revelado, poderes divinamente outorgados e estilo de vida característico.
                      I.        CONHECIMENTOS DIVINAMENTE REVELADOS.
Ele recebia conhecimento da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e às verdades redentoras. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu concerto. A característica distinta da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. O solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que estão por ocorrer.
                    II.        PODERES DIVINAMENTE OUTORGADOS:
Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma se fecharia à dimensão divina.
                   III.        ESTILO DE VIDA CARACTERÍSTICO:
Os profetas, na sua maioria, abandonaram suas atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade, e iniqüidade cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.

OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO

            Que tipo de pessoa era o profeta do Antigo Testamento?
                      I.        Era alguém que tinha estreito relacionamento com Deus, e que se tornava confidente do Senhor, “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
                    II.        O profeta, por estar próximo de Deus, achava-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimentava as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de Deus, como também sentia o seu coração.
                   III.        À semelhança de Deus, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia dores (por exemplo, o livro de Lamentações). Ele almejava para Israel o melhor da parte de Deus “Desejaria eu, de qualquer maneira a morte do ímpio? Diz o Senhor Jeová; não desejo, antes que se converta dos seus caminhos e viva? (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
                  IV.        O profeta buscava o sumo bem do povo, isto é, total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertiu contra a confiança na sabedoria, riquezas e poder humanos, e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13; 14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido por Deus, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.
                   V.        O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de Deus, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (Is 32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem da iniqüidade “Amaste a justiça e aborrece a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros” (Hb 1.9).
                  VI.        O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; Fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a Deus. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de Deus e a sua justiça, manifestadas no povo de Deus.
                 VII.        O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (exemplo: Is 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (exemplo: Is 61-62; 65.17-66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
               VIII.        Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3-4), perseguidos pelos falsos profetas que prediziam paz, posteridade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era conhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

O PROFETA E O SACERDOTE
            Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflitos. O plano de Deus era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixava de protestar contra a decadência do povo de Deus.
            Os sacerdotes muitas vezes concordavam com situação anormal reinante, e sua adoração a Deus resumia-se em cerimônias e liturgias. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática.
            O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de Deus. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.

A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO
            A mensagem dos profetas enfatiza três termos principais: A natureza de Deus, o pecado e o arrependimento e a Predição e esperança messiânica.
v  A NATUREZ DE DEUS
Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo (Is 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (Is 44.28).
Enfatizam que Deus é Santo, reto e justo, e não pode tolerar pecado, iniqüidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao Senhor (Zc 14.20). Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo.
v   O PECADO E O ARREPENDIMENTO
Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idênticas a de João Batista e de Cristo “arrependei-vos, se não igualmente perecereis.” Prediziam eventos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, peã Assíria (Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), e de Jerusalém por Babilônia (Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2,24-27).
v  PREDIÇÃO E ESPERANÇA MESSIÂNICA:
Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que Deus cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel. No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar salvação a todos os povos.
Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.

OS FALSOS PROFETAS
            Há numerosas referências no AT aos falsos profetas.
Por exemplo: Quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Rs 18.4-7); Um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18-8-22); Segundo o AT, o profeta era considerado falso, se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes; se suas profecias contrariassem as Escrituras; se não denunciassem os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que eram a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel. No NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministerial da igreja. Os profetas do NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (conf. 1Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do NT.


AMÉM!
Pb. Erivelton R. de Jesus
                        Fontes: Bíblia de Estudos Pentecostal, dicionário VINE e outros. 

2 comentários:

  1. Pás da parte de DEUS meus irmãos... Sou Presbítero da assembleia de DEUS missão, Sou apaixonado por Jesus Cristo e sua VINDA, e nesta ocasião de pandemia, que tem assolado até mesmo a própria igreja do Senhor.. Irmãos Deus jamais envia nenhuma peste a nenhum cristão, Mas permite por causa do pecado e desobediência, e ou por provar a nossa fidelidade. como foi com o Patriarca JÓ, Mas quando essa tal pandemia surgiu no continente chinês, em que eles construíram hospitais com apenas 10 dias, E nós brasileiros não esperava uma peste assoladora como esta... Chegamos a comentar que DEUS estava CHAMANDO o povo á um RECONCILIO com ELE, mas o povo parece mais rebelde ainda, e para nossa surpresa: a IGREJA AGORA VIROU UMA IGREJA MORNA...

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  2. fato. é muito lamentavel. Sera que quando o filho do homem voltar encontrarar fé na terra?

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