quinta-feira, 14 de novembro de 2013

20 - O SOFRIMENTO DOS JUSTOS

Jó 2.7,8: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé, até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, acentou-se no meio das cinzas.”
A fidelidade a Deus não é garantia que o crente não passará por aflições, dores e sofrimentos nesta vida. Paulo, por exemplo, tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma, e era da vontade de Deus que ele assim o fizesse. Quando, porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos revezes, tempestades e naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, Deus não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na vontade de Deus, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos pó Ele por caminhos desagradáveis, com aflições (At 28.16). Na realidade, Jesus ensinou que tais coisas poderão acontecer ao crente “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2Tm 3.12). A Bíblia contém numerosos exemplos de santos que passaram por grandes sofrimentos, por diversas razões, como: José, Davi, Jeremias e Paulo.

Por que os crentes sofrem?
            São diversas as razões por que os crentes sofrem.
1)      O crente experimenta sofrimento como uma decorrência da queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte sobre o ser humano. A Bíblia afirma o seguinte: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”. Realmente, a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por um novo céu e nova terra. É nosso dever sempre recorrermos à graça, fortaleza e consolo divinos.
2)      Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes, isto é, conseqüência de seus próprios atos. A lei bíblica “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7) aplica-se a todos de modo geral. Se guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer graveis danos. Se não formos comedidos em nossos hábitos alimentares, certamente vamos ter graves problemas de saúde. È nosso dever sempre proceder com sabedoria e de acordo co a Palavra de Deus e evitar tudo o que nos privaria do cuidado providente de Deus.
3)      O crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo pecaminoso e corrompido. Por toda parte ao nosso redor estão os efeitos do pecado. Sentimos aflição e angústia ao vermos o domínio da iniqüidade sobre tantas vidas. É nosso dever orar para que Deus suplante vitoriosamente o poder do pecado.
4)      Os crentes enfrentam ataques do diabo.
a.      As Escrituras claramente mostram que Satanás, como “O deus desse século” (2Co 4.4), controla o presente século mau. Ele recebe permissão para afligir crentes de várias maneiras, conforme 1Pe 5.8,9. Jó, um homem reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás por permissão de Deus. Jesus afirmou que uma das mulheres por Ele curada estava presa por Satanás há dezoito anos (Lc 13.11,16). Paulo reconhecia que o seu espinho na carne era “um mensageiro de Satanás, pra me esbofetear” (2Co 12.7). À medida que travamos guerra espiritual contra “os príncipes das trevas deste século” (Ef 6.12), é inevitável a ocorrência de adversidades. Por isso, Deus nos proveu de armadura espiritual e armas espirituais. É nosso dever revertir-nos de toda armadura de Deus e orar (Ef 6.10-18), decididos a permanecer fiéis ao Senhor, segundo a força que Ele nos dá.
b.      Satanás e seus seguidores se comprazem em perseguir os crentes. Os que amam ao Senhor Jesus e seguem os seus princípios de verdade e retidão serão perseguidos por causa da sua fé. Evidentemente, esse sofrimento por causa da justiça pode ser uma indicação da nossa fiel devoção a Cristo. É nosso dever, uma vez que todos os crentes também são chamados a sofrer perseguição e desprezo por causa da justiça, continuar firmes, confiando naquele que julga com justiça (Mt 5.10,11; 1Co 15.58; 1Pe 2. 21-23).
5)      De um ponto de vista totalmente bíblico, o crente também sofre porque “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Ser cristão significa estar em Cristo, estar em união com Ele; nisso, compartilhemos dos seus sofrimentos. Por exemplo, assim como Cristo chorou em agonia por causa da cidade ímpia de Jerusalém, cujos habitantes recusavam a arrepender-se e aceitar a salvação, também devemos chorar pela pecaminosidade e condição perdida da raça humana. Paulo incluiu na lista de seus sofrimentos por amor a Cristo a sua preocupação diária pelas igrejas que fundara: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Que se escandaliza, que eu não me abrase?” (2Co 11.29). Semelhantemente angústia mental por causa daqueles que amamos em Cristo deve ser uma parte natural da nossa vida: “chorai com os que choram” (Rm 12.15). Realmente, compartilhar dos sofrimentos de Cristo é uma condição para sermos glorificados com Cristo. É nosso dever dar graças a Deus, pois, assim como os sofrimentos de Cristo são nossos, assim também nosso é o seu consolo (2Co 1.5).
6)      Deus pode usar o sofrimento como catalisador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual.
a)      Frenquentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual, exemplo livro de Juízes. É nosso dever confessar nossos pecados conhecidos, e examinar nossa vida para ver se há alguma coisa que desagrada o Espírito Santo.
b)      Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a prova da nossa fé”; elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Cristo. É nosso dever reconhecer que uma fé autêntica resultará em “Louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.7).
c)      Deus emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do nosso caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento. No sofrimento, aprendemos menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça. É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através do sofrimento.
d)      Deus também pode permitir que soframos por aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer. É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.
7)      Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo o sofrimento dos justos para propagar o seu reino redentor. Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios faziam parte do plano de Deus “para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45.7). O principal exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, “o Santo e o Justo” (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumpridos. Isso não exime da iniqüidade aqueles o crucificaram, mas indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus propósitos e sua própria glória.

O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O SOFRIMENTO DO CRENTE
v  O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso sofre. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus. Deus promete na sua Palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1Co 10.13).
v  Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos. José verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (Gn 50.20) e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de apertos da nossa vida para o nosso próprio crescimento e benefício.
v  Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco “pelo vale da sombra e da morte” (Sl 23.4).

VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.
            Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
  1. Examinar as várias razões porque o ser humano sofre e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme contida em “É nosso dever”.
  2. Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias. O sofrimento nunca deve fazer você concluir que Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
  3. Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (Sl 27,8-14; 40.1-3; 130).
  4. Confie que Deus lhe dará graça para suportar a aflição até chegar o livramento. Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimentos, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (2Co 4.7).
  5. Leia a Palavra de Deus, principalmente os Salmos de conforto em tempos de lutas, exemplos: Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 138; etc.
  6. Busque revelação e discernimento da parte de Deus referente à sua situação, mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.
  7. No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4)



Amém!


Erivelton de Jesus

19 - A ADORAÇÃO A DEUS

Ne 8.5,6: “E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra”.

            A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram a majestade do grande Deus do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em Deus, e não no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de Deus em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em Cristo e através do Espírito Santo. A adoração requer exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso Deus e Senhor. Adorar é o nosso primeiro dever par com o Senhor, e o adoramos ao apreciá-lo. Ele deseja que nossa adoração seja motivada por amor, ação de graças e alegria voluntários.
            Adorar é muito mais que louvar, cantar e orar a Deus. É um estilo de vida que compreende apreciar a Deus, amá-lo e oferecer a nós mesmos para cumprimento dos propósitos divinos. Quando usamos nossa vida para a glória de Deus, tudo que fazemos pode se tornar um ato de adoração. A Bíblia diz em Rm 6.13b: “Usem todo o seu corpo como instrumento para fazer o que é justo, para a glória de Deus.”
            Adquirir este estilo de vida exigirá de você uma mudança em suas prioridades, agenda, relacionamentos, etc., e algumas vezes significará pegar o caminho mais difícil, não o mais fácil. Para o nosso consolo, até mesmo Jesus teve dificuldades com isso (Jo 12.27,28).
            Sl 147.11 diz: “O Senhor se agrada somente daqueles que o adoram e confiam em seu amor.” Qualquer atitude que agrade a Deus é um ato de adoração.
            Os antropólogos perceberam que a adoração é um impulso universal, estabelecido por Deus na estrutura de nosso ser, isto é, uma necessidade intrínseca de nos ligamos a Ele. Adorar é tão natural quanto comer e respirar. Quando não conseguimos adorá-lo, achamos um substituto. A razão pela qual o senhor nos fez com esse desejo é que Ele anseia por adoradores! Jesus disse: “São estes os adoradores que o Pai procura” (Jo 4.23).
            Dependendo da sua formação religiosa, pode ser que você precise ampliar sua compreensão do termo “adorar”. Você talvez vincule essa palavra a cultos na igreja em que haja cânticos, orações e pregação, ou visualize um cerimonial com velas e uma ceia, ou imagine curas, milagres, e experiências arrebatadora. A adoração pode incluir esses elementos, porém vai muito além dessas manifestações. “Adorar é um estilo de vida”.
            Para muitos, adorar é apenas um sinônimo de música. Esse é um grande mal-entendido. Todos os momentos do culto são um grande ato de adoração: a oração, a leitura da Bíblia, os cânticos, as confissões, os silêncios, bem como o ato de ouvir a pregação, tomar notas, ofertar, e até mesmo saudar outros adoradores.
            Na verdade, a adoração é anterior a música. Adão adorou no jardim do Éden, mas não há nenhuma menção à música até Gn 4.21, com o nascimento de Jubal. Se adoração fosse somente música, então os que nunca se utilizaram da música jamais adoraram. Adoração é muito mais que música.
            A adoração não é para nosso benefício. Quando adoramos, nosso objetivo é agradar a Deus, e não a nós mesmos. A adoração não é para você, é para Deus. Nossa motivação é glorificar e agradar ao Criador.
            Não adore somente nos cultos na igreja, pois nos foi dito “estejam sempre na sua presença” (Sl 105.4) e “Cantem glórias e louvem ao Senhor desde o nascer até o pôr do Sol” (Sl 113.3). Na Bíblia, as pessoas louvavam a Deus no trabalho, em casa, na batalha, na prisão e até mesmo na cama! Louvar deve ser sua primeira atividade, assim que abrir os olhos pela manhã, e sua última atividade, ao fechá-los à noite.
            Cada atividade pode ser transformada em um ato de adoração, quando realizada para louvar, glorificar e agradar a Deus. “Assim que vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Este é o segredo de um estilo de vida em adoração: fazer todas as coisas como se fossem para Jesus. A Bíblia diz: “Tome a sua vida diária e comum – dormir, comer, trabalhar e passear – e apresente diante do Senhor como oferta”.

BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS
            O ser humano adora a Deus desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com Deus no jardim do Éden. Caim e Abel trouxeram a Deus oferendas de vegetais e animais. Os descendentes de Sete invocavam o nome do Senhor. Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio. Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor e falou intimamente com Ele.
            Somente depois do Êxodo, quando o tabernáculo foi construído, é que a adoração pública tornou-se formal. Apartir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e Deus estabeleceu farias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas. O culto a Deus foi posteriormente centralizado em Jerusalém. Quando o templo foi destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a Deus enquanto no exílio, e aonde quer que viessem morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel. Nos tempos do NT já havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano.
            A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares. Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam cultos a Deus nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a Deus noutros lugares, geralmente em casas particulares, mas às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).

MANIFESTAÇÃO DA ADORAÇÃO CRISTÃ
1)    Dois princípios-chaves norteiam a adoração cristã:
a)    A verdadeira adoração é a que é prestada em espírito e em verdade (Jo 4.23), isto é, a adoração deve ser oferecida à altura da revelação que Deus fez de si mesmo no Filho (Jo 14.6). Por sua vez, ela envolve o espírito humano, e não apenas a mente, e também como as manifestações do Espírito Santo (1Co 2.7-12).
b)    A prática da adoração cristã deve corresponder ao padrão do NT para a igreja. Infelizmente depois da era apostólica, a igreja começou a apartar-se da revelação divina e a modificar o padrão celestial de Deus ao acomodar-se às culturas e à organização, conforme as idéias humanas e terrenas. O resultado tem sido a proliferação de padrões humanos impostos à igreja. Para a igreja de Jesus Cristo experimentar novamente a totalidade do plano, poder, fervor e presença de Deus, devem deixar de seguir seus próprios caminhos e voltar a adotar o padrão apostólico do NT. Os crentes atuais devem desejar buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos constantes da prática da adoração no NT.
2)    O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (Nm 28.29). Uma vez que o sacrifício de Cristo na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer necessidade de derramamento de sangue como pare do culto cristão. Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava continuamente o sacrifício de Cristo, efetuado de um vez por todas. Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos nossos lábios que confessam seu nome” (Hb 13.15), e a oferecer nossos corpos como “Sacrifícios vivos, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1).
3)    Louvar a Deus é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a Deus, exemplo: Sl 100.4; 106.11; 111.1; 113.1; 117, bem como na adoração cristã primitiva.
4)    Uma maneira autêntica de louvar a Deus é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5, 6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de Jesus, a totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor, e a igreja do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos dos cristãos eram cantados, ou com a mente, isto é, num idioma humano conhecido, ou com o espírito, isto é, em línguas. Em nenhuma circunstância os cânticos eram executados como passatempo.
5)    Outro elemento importante na adoração é buscar a face de Deus em oração. Os santos do AT comunicavam-se constantemente com Deus através da oração (Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2Sm 7.27; Dn 9.3-7). Os apóstolos oravam constantemente depois de Jesus subir ao céu, e a oração tornou-se parte regular da adoração cristã coletiva. Essas orações eram, às vezes, por eles mesmos; outras vezes eram orações intercessórias por outras pessoas. Em todo tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a Deus. Como Cânticos, o orar podia ser feito em idioma humano conhecido, ou em línguas.
6)    A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. Deus estabeleceu o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para confissão nacional de pecados. Salomão, na sua oração de dedicação do templo, reconheceu a importância da confissão (1Cr 8.30-36). Quando Esdras e Neemias verificaram até que ponto o povo de Deus se afastara da sua lei, dirigiram toda a nação de Judá numa contrita oração pública de confissão. Assim, também, na oração do Pai nosso, Jesus Cristo ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt6.12). Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da confissão sincera, recebemos a certeza do grandioso perdão divino (1Jo 1.9).
7)      A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel exposição. Nos tempos do AT, Deus ordenou que, cada sétimo ano, na Festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para leitura pública da Lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias. A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado. Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de Deus juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; At 19.8-10; 20.7).
8)    Sempre quando o povo de Deus se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos cristãos de Corínto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a Deus deve, portanto ensejar uma oportunidade para apresentarmos ao Senhor nossos dízimos e ofertas.
9)    Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do Espírito Santo e das suas manifestações. Entre essas manifestações do Espírito Santo na congregação do Senhor havia a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé, dons de cura, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos Coríntios, Paulo expõe princípios normativos da adoração deles (1Co 14.1-33). O princípio dominante para o exercício de qualquer dom do Espírito Santo durante o culto é o fortalecimento e edificação da congregação inteira.
10)  O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das ordenanças – o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do Pentecostes (At 2.46,47), e posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At. 20.7,11). O batismo conforme a ordem de Cristo ocorria sempre que havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja.

AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS VERDADEIROS ADORADORES

            Quando os crentes verdadeiramente adoram a Deus, muitas bênçãos lhes estão reservadas por Ele. Por exemplo, Ele promete:
                      I.        Que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e ceiará com eles (Ap 3.20);
                    II.        Que envolverá o seu povo com sua glória (Êx 40.35; 2Cr 7.1; 1Pe 4.14);
                   III.        Que abençoará o seu povo com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com paz (Sl 29.11);
                  IV.        Que concederá fartura de alegria (Sl 122.1,2);
                   V.        Que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Mc 11.24; Tg 5.15);
                  VI.        Que encherá de novo o seu povo com o Espírito Santo e com ousadia (At 4.31);
                 VII.        Que enviará manifestações do Espírito Santo entre o seu povo (1Co 12.7-13);
               VIII.        Que guiará seu povo em toda a verdade através do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13);
                  IX.        Que santificará seu povo pela sua Palavra e pelo seu Espírito (Jo 17.17-19);
                   X.        Que consolará, animará e fortalecerá o seu povo (Is 40.1; 1Co 14.26);
                  XI.        Que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do Espírito Santo (Jo 16.8);
                 XII.        Que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do Espírito Santo (1Co 14.22-25).

EMPECÍLIOS À VERDADEIRA ADORAÇÃO
           O simples fato de pessoas se dizendo crentes realizarem um culto, não é nenhuma garantia de que haja aí verdadeira adoração, nem que Deus aceite seu louvor e ouça suas orações.
1.    Se a adoração a Deus é mera formalidade, somente externa, e se o coração do povo de Deus está longe dEle, tal adoração não será aceita por Ele. Cristo repreendeu severamente os fariseus por sua hipocrisia; eles observavam a lei de Deus por legalismo, enquanto seus corações estavam longe dEle (Mt 15.7-9). Note a censura semelhante que Ele dirigiu à igreja de Éfeso, que adorava o Senhor, mas já não o amava plenamente (Ap 2.1-5).
2.    Outro impedimento à verdadeira adoração é um modo de vida comprometido com o mundanismo, pecado e imoralidade. Deus recusou os sacrifícios do rei Saul porque este desobedeceu ao seu mandamento. Isaías repreendeu severamente o povo de Deus como “nação pecadora... povo carregado da iniqüidade da semente de malignos” (Is 1.4); ao mesmo tempo, porém esse mesmo povo oferecia sacrifícios a Deus e comemorava seus dias santos. Por isso o Senhor declarou através de Isaías: “As vossas festas da lua nova, e as vossas solenidades, aborrece aminha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.15,15). Semelhantemente, na igreja do NT, Jesus conclamou os adoradores em Sardes a se despertarem, por que “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2). Da mesma maneira, Tiago indica que Deus não atenderá as orações egoístas daqueles que não se separam do mundo (Tg 4.1-5). O povo de Deus só pode ter certeza que Deus estará presente à sua adoração e aceitará, quando esse povo tiver mãos limpas e coração puro (Sl 24.3,4; Tg 4.8).

AMÉM!
Erivelton de Jesus

Fontes: Bíblia de Estudos Petencostal e outros. 

18 - O TEMPLO DE SALOMÃO

2Cr 5.1: “Assim, se acabou toda a obra que Salomão fez para a Casa do Senhor; então, trouxe Salomão às coisas consagradas de Davi, seu pai; a prata, o ouro, e todos os utensílios, e pô-los entre os tesouros da Casa de Deus.”

História do templo
1)    O precursor do templo foi o tabernáculo, a tenda construída pelos israelitas enquanto acampados no deserto, junto ao monte Sinai. Após entrarem na terra prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os tempos do rei Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele contratou milhares de pessoas para trabalharem na construção do templo do Senhor. Mais tarde, o templo foi terminado. O culto ao Senhor, e, especialmente os sacrifícios oferecidos a Ele, tinha agora um lugar precioso na cidade de Jerusalém.
2)    Durante a monarquia, o templo passou por vários ciclos de profanação e restauração. Foi saqueado por Sisaque do Egito durante o reinado de Roboão e foi restaurado pelo rei Asa. Depois doutro período de idolatria e de declínio espiritual, o rei Jozias fez os reparos na Casa do Senhor. Posteriormente, o rei Acaz removeu parte dos ornamentos do templo, enviou para o rei da Assíria como meio de apaziguamento político e cerro as portas do templo. Seu filho, Ezequias voltou a abrir, consertar e purificar o templo, mas esse foi profanado de novo pelo seu herdeiro, Manassés. O neto de Manassés, Josias, foi o último rei de Judá que fez reparos no templo. A idolatria continou entre seus sucessores, e finalmente Deus permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia destruísse totalmente o templo (2Cr 36.18,19).
3)    Cinquenta anos mais tarde, o rei Ciro autorizou o regresso dos judeus de Babilônia para a Palestina e a reconstrução do templo. Zorobabel dirigiu as obras da reconstrução (Ed 3.8), mas sob oposição dos habitantes daquela região. Depois de uma pausa de dez anos ou mais, o povo foi autorizado a reiniciar as obras, e em breve o templo foi contemplado e dedicado. No início da era do NT, o rei Herodes investiu muito tempo e dinheiro na reconstrução e embelezamento de um segundo templo (Jo 2.20). Foi este o templo que Jesus purificou em duas ocasiões (Mt21. 12,13; Jo 2.13-21). Em 70 d.C., no entanto, depois de frequentes rebeliões dos judeus contra as autoridades romanas, o tempo e a cidade de Jerusalém, foram mais uma vez arrasados, ficando em ruínas.

O significado do templo para os israelitas
Sob muitos aspectos, o templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de Jerusalém.
  • Simbolizava a presença e a proteção do Senhor Deus entre o seu povo. Quando ele foi dedicado, Deus desceu do céu e o encheu da sua glória, e prometeu que poria o seu nome ali (2Cr 6.20,33). Por isso, quando o povo de Deus queria orar ao Senhor, podia fazê-lo voltado em direção ao templo, e Deus ouviria “desde o seu templo” (Sl 18.6).
  • O templo também representava a redenção de Deus para com seu povo. Pois atos importantes tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelos pecados, no altar de bronze, e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo a fim de aspergir o sangue no propiciatório sobre a arca para expiar os pecados do povo. Essas cerimônias do templo relembravam aos israelitas o alto preço da sua redenção e reconciliação com Deus.
  • Em tempo algum da história do povo de Deus, houve mais de uma morada física ou habitação de Deus. Isso demonstrava que há um só Deus – o Senhor Jeová, o Deus dos israelitas, segundo o concerto.
  • Todavia, o templo não oferecia nenhuma garantia absoluta da presença de Deus; simbolizava a presença de Deus somente enquanto o povo rejeitasse os demais deuses e obedecesse à santa Lei de Deus. Miquéias, por exemplo, verberava contra os líderes do povo de Deus, por sua violência e materialismo, o qual sobreviria enquanto possuíssem o símbolo da presença de Deus entre eles: o templo; Miquéias profetizou que Deis os castigaria com destruição de Jerusalém e do seu templo. Posteriormente, Jeremias repreendeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante repetição de palavras: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7.2-4,8-12). Por causa da sua conduta ímpia, Deus destruiria o símbolo de sua presença – o templo (Jr 7.14,15). Deus até mesmo disse a Jeremias que não adiantava ele orar por Judá, porque Ele não o atenderia. A única esperança deles era endireitar os seus caminhos (Jr 7.5-7).

O significado do templo para a igreja cristã

A importância do templo no NT deve ser considerada no contexto daquilo que simbolizava no AT.
  1. O próprio Jesus, assim como os profetas do AT, censurou o uso indevido do Templo. Seu primeiro grande ato público e o seu último foram expulsar do templo aqueles que estavam pervertendo o seu verdadeiro propósito espiritual. Essa dupla purificação do templo efetuada por Jesus durante seu ministério de três anos indica quão importante são as lições espirituais, que se seguem:
  1. O maior cuidado de Jesus é com a Santificação e com devoção sincera dentro da sua igreja. Ele morreu para santificá-la, purificando-a para se santo e irrepreensível (Ef 5.25-27).
  2. A adoração na igreja deve ser em espírito e em verdade. A igreja deve ser um lugar de oração e de comunhão com Deus.
  3. Cristo condenará todos aqueles que usam a igreja, o evangelho, ou seu reino, visando ganhos ou glórias pessoais, ou autopromoção.
  4. Nosso amor sincero a Deus e ao seu propósito redentor resultará num “zelo” consumidor pela injustiça da sua casa e do seu reino. Isto quer dizer que ser semelhante a Cristo inclui a intolerância com a iniquidade dentro da igreja.
  5. É essencial que todo autêntico ministro cristão proteste contra aqueles que profanam e degradam o reino de Deus.
  6. Se não deixarmos Cristo entrar em nossas congregações para expurgar o engano, a imoralidade, a secularização e a profanação, mais tarde, na sua segunda vinda, Ele executará juízo divino, purificando suas igrejas de modo definitivo (Ml 3.2).
  1. A igreja primitiva em Jerusalém estava frequentemente à hora da oração (At 2.46; 3.1; 5.21,42). Assim faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse não era o único lugar onde os crentes podiam orar. Estevão, e posteriormente, Paulo, testemunharam que o Deus vivo não poderia ser confinado a um templo feito por mãos humanas.
  2. A ênfase do culto, para os cristãos, transferiu-se do templo para o próprio Jesus Cristo. É Ele, e não o templo, que agora representa a presença de Deis entre o seu povo. Ele é o verbo de Deus que se fez carne, e nEle habita toda plenitude de Deus. O próprio Jesus declara ser Ele o próprio templo. Note também que na sua fala à mulher samaritana, Jesus declarou que a adoração dentro em breve seria realizada, não num prédio específico, mas “em espírito e em verdade”, isto é, onde verdadeiramente as pessoas cressem na verdade da Palavra de Deus e recebessem o Espírito de Deus por meio de Cristo.
  3. Posto que Jesus Cristo personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a igreja é o seu corpo, ela é denominada “tempo de Deus”, onde habita Cristo e o seu Espírito. Mediante o seu Espírito, Cristo habita na igreja, e requer que o seu corpo seja santo. Assim como no AT, Deus não tolerava qualquer profanação do seu tempo, assim também Ele promete que destruirá quem destruir a igreja. Paulo escrevendo aos Corintos apresenta uma das advertências mais sérias do NT aos que têm a responsabilidades de edificar a igreja de Cristo. Esse trecho de 1Co 3.17 tem relevância especial para todos os que ocupam cargos de ensino e liderança na obra do Senhor. Se alguém profanar ou corromper o templo de Deus, o próprio Deus castigará aquele indivíduo com terrível ruína e morte eterna. O crente pode corromper a igreja de Deus ao: participar de imoralidade; formentar mentiras, enganos e ambições egoístas; difundir falsa doutrina, rejeitar a revelação apostólica e demonstrar indiferença à verdade bíblica; aceitar o pecado e o mundanismo dentro da congregação; querer promover a igreja pó meio de sabedoria mundana ou com um evangelho pervertido.
  4. O Espírito Santo não somente habita na igreja, mas também no crente individualmente como seu templo(1Co 6.19). Daí, a Bíblia advertir enfaticamente contra qualquer contaminação do corpo humano por imoralidade ou impureza (1Co 6.18,19).
  5. Finalmente, note que não há necessidade de um templo na nova Jerusalém “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22). A razão disso é evidente. O templo era apenas um símbolo da presença de Deus entre o seu povo, e não a plena realidade. Portanto, o templo não será necessário quando Deus e o Cordeiro estiverem habitando entre seu povo: “O seu templo é o Senhor, Deus todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).


AMÉM!!!!!!!!!!
Erivelton de Jesus

Fontes: Bíblia de estudos Pentecostal e outros.

17 - A CIDADE DE JERUSALÉM

1Cr 11.7,8 “E Davi habitou na fortaleza, pelo no que se chamou a Cidade de Davi. E edificou a cidade ao redor, desde Milo até completar o circuito; e Joabe renovou o resto da cidade”
HISTÓRIA DA CIDADE DE JERUSALÉM
            A primeira referência à cidade de Jerusalém é sem duvida Gn 14.18 onde Melguisedeque é citado como rei de Salém, (possivelmente a Jerusalém primitiva). Na época dos israelitas cruzarem o Jordão para entrarem na terra prometida, a cidade chamava se “da banda dos Jebuseus” (Giz 15.8) ou “Jebus” (1 Cr 11.4). Deixou de ser capturada durante a conquista de Canaã por Josué e permaneceu em mãos dos cananeus até o tempo em que Davi chegou ao reino. O exercito de Davi tomou Jebus de assalto, e Davi vez dela sua capital (2Sm 5.5-7; 1 Cr 11.4-7). Jerusalém serviu de capital política de Israel durante o Reino Unido e, posteriormente, do reino do Sul, Judá. Salomão, sucessor de Davi, edificou o templo do Senhor em Jerusalém, de modo que a cidade tornou-se o centro religioso de Ado. Ração ao Deus do concerto.
            Por causa dos pecados de Israel. Nabucodonosor da Babilônia sitiou a cidade em 586 a.C., e finalmente a destruir juntamente com o templo (2Rs 25.1-11; 2Cr 36.17-19). Jerusalém permaneceu um montão de ruínas ate o retorno dos Judeus de Pérsia em 536 a.C. para reedificar tanto o templo quanto a cidade (Ed 3.8-13; Ne 3.4). Já nos tempos do NT, Jerusalém voltara a ser o centro da vida política e religiosa dos Judeus. Em 70. C, porém, depois de freqüentar rebeliões dos Judeus conta o poder romano, a cidade e o templo  voltaram a ser destruídos.
            Quando Davi fez de Jerusalém a sua capital, esta começou a receber outros nomes em consonância com a sua índole; nomes como: “Sião” (2Sm 5.7); “A Cidade de Davi” (1Rs 2.10); ”Santa Cidade” (Ne 11.1); “A Cidade de Deus” (Sl 46.4); “A Cidade do Grande Rei” (Is 1.26); “A Cidade do Senhor” (Is 60.14); “O Senhor está Ali” (Ez 48.35) é” A Cidade de Verdade” (2c 8.3). Alguns desses nomes são proféticos para a futura cidade de Jerusalém.
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O SIGNIFICADO DE JERUSALÉM PARA OS ISRAELITAS
            A cidade de Jerusalém tinha um significado especial para o povo de Deus do AT.
1-    Quando Deus relembrou sua lei diante dos israelitas na fronteira de Canaã, profetizou através de Moises que a determinada altura no futuro, ele escolheria um lugar “Para ali por seu nome” (Dt 12.5,11, 21; 14.23,24). Esse lugar seria Jerusalém “... Uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi e por amor de Jerusalém, na cidade que o senhor elegera de todos as tribos de Israel para pôr ali o seu nome...” (1 Rs 14.21) onde o templo de Deus vivo foi erigido; por isso, recebeu o nome de: “Cidade Santa”, “A Cidade de Deus”, e “A Cidade do Senhor”.
Três vezes por ano, todo homem de Israel devia ir a Jerusalém, para aparecer “perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher na festa dos pães asmos, e na festa das Semanas, e na festa dos tabernáculos” (Dt 16.16)
2-    Jerusalém era a cidade onde Deus revelava sua palavra ao seu povo; era, portanto “Do vale da Visão” (Is 22.1). Era também, o lugar onde Deus reinava sobre Israel. Logo quando os israelitas oravam, eram ordenados a orar “para a banda desta cidade” (1Rs 8.44). As montanhas que cercavam Jerusalém simbolizavam o senhor rodeando seu povo com eterna proteção “Como estão os montes á roda de Jerusalém, assim o senhor esta em volta do seu povo, desde agora para sempre” (Sl 125.2). Em essência, portanto, Jerusalém era um símbolo de tudo quanto Deus queria para o seu povo. Sempre que o povo de Deus se congregava em Jerusalém, todos deviam lembrar-se do poder soberano de Deus, da sua santidade, da sua fidelidade ao seu povo e do seu compromisso eterno de ser o seu Deus.
3-    Quando o povo de Deus destruiu seu relacionamento com ele por causa da sua idolatria e de não querer obedecer aos seus mandamentos, o Senhor permitiu que os babilônicos destruíssem Jerusalém juntamente com o templo.
Quando Deus permitiu a destruição desse antigo símbolo da sua presença constante entre os seus, estava dando a entender que ele pessoalmente estava se retirando do seu povo. Note que a promessa de Deus, de um “Concerto Eterno” com o seu povo, sempre dependia da condição previa da obediência deles a sua vontade revelada. Dessa maneira, Deus estava advertindo o seu povo, daqueles tempos e de agora, que todos devem permanecer fiéis a ele e obedientes á sua lei, se quiserem continuar a desfrutar de suas bênçãos e promessas.

O SIGNIFICADO DE JERUSALÉM PARA A IGREJA CRISTÃ
A cidade de Jerusalém também era importante para a igreja cristã.
1)    Jerusalém foi o lugar onde nasceu o cristianismo.
Ali Jesus foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos. Foi também em Jerusalém que o cristão glorificado derramou o Espírito Santo sobre os seus discípulos no pentecostes (AT 2). A partir daquelas cidades, a mensagem do evangelho de Jesus Cristo espalhou-se “até os confins da terra” (AT 1.8). A igreja de Jerusalém foi a igreja- mãe de todas as igrejas, e a igreja a qual pertenciam os apóstolos (AT 1.12-26). Ao surgir uma controvérsia se os gentios crentes em Jesus tinham um ser circuncidados,foi Jerusalém a cidade onde reuniu-se o primeiro concilio eclesiástico de importância para resolver o assunto (AT 15.1-31).
2)    Os livros do NT reiteram boa parte do significado de Jerusalém do AT, mas com uma nova aplicação:
De uma cidade terrena para uma cidade celestial. Noutras palavras, Jerusalém, como a cidade santa, já não estava aqui na terra mas no céu, onde Deus habita e Cristo reina a sua destra;
De lá, ele derrama as suas bênçãos; e de lá, Jesus voltará. Paulo fala a respeito de Jerusalém “que é de cima”, que é nossa mãe (Gl 4,26). O livro de hebreus indica que, ao virem a Cristo para receber a salvação, os crentes não chegaram a uma montanha terrestre, mas “ao monte Sião, e á cidade do Deus vivo, a Jerusalém Celestial” (Hb 12.22). E, ao invés de preparar um a cidade na terra para os crentes, Deus está preparando a nova Jerusalém, que um dia descerá “Do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2). Naquele grande dia, as promessas do concerto serão plenamente cumpridas: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3). Deus e o Cordeiro reinarão para sempre e sempre no seu trono, nessa cidade santa (Ap 22.3)
3)    A cidade de Jerusalém terrestre ainda tem um papel futuro a desempenhar no reino milenar de Deu?
Isaías 65,17 fala de “céus novos e terra nova”, e em seguida apresenta um “Mas” enfático sobre a grandeza da Jerusalém terrena, no versículo 18. O restante do capitulo 65 trata das condições mileniais. Muitos crêem que quando Cristo voltar para estabelecer seu reino milenar (Ap 20 1-6), ele porá o seu trono na cidade de Jerusalém. Depois do julgamento do grande trono branco (Ap 20.11,15), a Jerusalém  celestial descerá  á nova terra como a sede do reino de Deus.Pois a nova Jerusalém está agora no céu (Gl 4.26); dentro em breve, ela descerá á terra como a cidade de Deus, que Abraão  e todos os fieis esperavam , da qual Deus é o arquiteto e construtor. A nova terra será sede do governo divino, e ele habitará sempre com seu povo.

                                                                                 ÓH, GLORIA!!


                                 AMÉM

16 - CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO

2Rs 5.14 “Então,desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus: a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificada.”
Um dos ensinos fundamentais do NT é que Jesus Cristo (o Messias) é o cumprimento do AT. O livro de Hebreus mostra que Cristo é herdeiro de tudo o que Deus falou através do profeta (Hb 1.1,2). O próprio Jesus asseverou que viera para cumprir a lei e os profetas “Não cuideis que vim destruir a lei e os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.”(Mt 5.17). Após a sua gloriosa ressurreição, ele demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moises, os profetas e os salmos, isto é, três principais divisões do AT. Que Deus predissera há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido “E ele lhes disse: O néscios e tardos de coração para crer tudo que os profetas disseram!Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua gloria! E começando dor Moises e por todos os profetas. Explicava-lhes o que dele se achava em todas as escrituras”(Mt 24,25-27)(Mt 24.44 46). Para melhor compreendemos as profecias do AT a respeito de Jesus Cristo, precisamos ver algo da tipologia bíblica.
PRINCIPIO DE TIPOLOGIA
O estudo cuidadoso do AT revela elementos chamados tipos(do grego typos) que tem seu cumprimento na vinda do messias(que é o antítipo); noutras palavras, há uma correspondência entre certas pessoas,eventos,ou coisas do AT e Jesus Cristo no NT. Note-se dois  princípios básicos concernentes a essa forma de profecia e seu cumprimento:
1°)Para um trecho do AT prenunciar a Cristo,é preciso sempre analisar o referido trecho como um cumprimento na historia divina de redenção, isto é, devemos primeiramente analisar o trecho do AT sob os aspecto histórico, e então ver de que modo ele prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o Messias profetizou.
2°)É preciso reconhecer que o comprimento messiânico de ver trechos no AT está geralmente no plano espeiritual mas elevado do o evento registrado no AT.Na realidade, os personagem de determinados acontecimentos bíblicos por certo não perceberam que o que estavam vivenciando  era um prenuncio profético sobre os filhos de Deus  que um dia viriam aqui por exemplo, Davi sem duvidas(não percebeu que, ao escrever o salmo 22, seu sofrimento era uma forma de profecia do sofrimento de Cristo na cruz. Nem os judeus expatriados e chorosos que passavam pelo tumulo de Raquel em Ramá “Assim diz o senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentações, choros amargos; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem”(Jr 31.15)) Ramá era uma vila cerca de 8km a norte de Jerusalém. Provavelmente o local de concentração dos prisioneiros antes  da deportação para Babilonia. Raquel era uma das esposas de Jacó,ela representa aqui,Isabel chorando pelos deportados para o exílio.Eles não sabiam que um dia o seu pranto teria um cumprimento profético na morte de todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém, ordenado por Herodes.”Então,Herodes, vendo q tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que inquirira dos magos. Então se cumpriu o que foi dito por Jeremias, que diz: Em Ramá se ouviu uma voz, lamentações, choro e grande prato; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada,por que já não existiam” (Mt 2.16-18). Quase sempre,só a luz do NT é que perceber-se que um trecho do AT. É uma profecia a respeito de nosso senhor.
CATEGORIAS DE TIPOS PROFETICOS
Há pelo menos quatros formas pelas quais o AT prenuncia e profetiza a vinda em Cristo para o NT.
1°)Texto específicos do AT citados no NT
Certos trechos do AT são manifestamente profecias sobre Cristo, porque o NT os citas como tais. Por exemplos, Matheus cita (Is 7.14)”Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá um filho, e será o seu nome Emanuel”. Para comprovar que o AT profetizava o nascimento virginal de Cristo (Mt 1.23) “Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel”. E Miguéias 5.2 “E tu, Belém e frato , posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá  o que será senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Para comprovar que Jesus devia nascer em Belém (Mt 2.6) “ E tu Belém, terra de Judá,de modo nenhum és menor entre as capitais de Judá, por que de ti sairá o guia que há de apresentar o meu povo de Israel”.
Marcos observa seus leitores em 1.2,3 “Como esta escrito no profeta Isaias:  Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face.o qual preparara o teu caminho diante de ti.Voz do que clama no deserto;preparei o caminho do senhor,endireitai as suas veredas”. Que a vida de João Batista como precursor de Cristo fora profetizado tanto por Isaias 40.3. Quanto Malaquias 3.1.
Zacarias predisse a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém no domingo que precede a páscoa. “Alegra-te muito,ó filha de Sião;exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti,justo e salvador,pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumento”.(2c 9.9) conforme é citado nos evangelhos escrito por Mt 21.1-5 e Jo 12.14,15.
A experiência de Davi, descrito no Sl 22.18 “Repartem entre si as minhas vertes e lançam sortes sobre a minha túnica” , prenuncia os soldados ao derredor da cruz, dividindo entre si as vestes de Jesus descrito em Jo 19.23,24 e sua declaração no Sl 16.8-11 é interpretada como uma clara predição da ressurreição de Jesus em At 2.25-32;13.35-37. O livro de Hebreus afirma que Melquesede (Gn 14.18-20; Sl 110.4) é um tipo de Cristo, nosso eterno sumo sacerdote. E ainda muitos outros exemplos poderiam ser citados.
2°) ALUSÕES A PASSAGEM DO AT PELOS ESCRITORES DO NT
Outra forma de revelação de Cristo no AT consiste em passos do NT que, mesmo em citação direta, referem-se a pessoa, eventos ou objetos do AT prefigurando profeticamente da Bíblia (Gn 3.15) Deus promete que enuiara descendente da mulher para ferir a cabeça da serpente.Certamente Paulo tinha em mente esse trecho quando declarou que Cristo nasceu de uma mulher para redimir os que estavam debaixo da lei (Gl  4.4,5;Rm 16.20). João, igualmente, declara que o filho de Deus veio “para desfazer as obras do diabo”(1 Jo 3.8). A referência de João Batista a Jesus com “Cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36) recua a lu 16 e Is 53,7. A referencia  de Paulo e Jesus como “nossa páscoa” (1Co 5.7) revela que o sacrifício do cordeiro pascal profetizava a morte de Cristo em nosso favor (Êx 12.1-14). O próprio Jesus declarou que o ato de Moisés, ao levantar a serpente no deserto era uma profecia a respeito dele, quando pendurado na cruz, e quando João diz que Jessus, o verbo de Deus, participou da criação de todas as coisas (So 1.1-3), não podemos deixar de pensar em Sl 33.6: “Pela palavra do senhor foram feitos os céus’’.Essas são apenas algumas alusões do NT a passos do At referentes a Cristos.
3°) Pessoas, eventos, ou objetos do AT que apontam para a redenção
O êxodo de Israel do Egito, que em todo o AT é visto como o maior evento redentor do antigo concerto, prefigura Cristo e a redenção que ele efetuou no novo concerto. Alguns tipos do livro de êxodo que prenuncia Cristo e a sua obra redentora são:Moisés, a Páscoa, a travessia do mar vermelho, o maná, a água que brotou na rocha, o tabernáculo com seus pertences e o sumo sacerdote .
4°) Eventos do AT que prefiguram o medo de Deus lidar com o crente em Cristo.
Muitos fatos do AT consistem uma das formas de Deus lidar com seu povo, tendo seu real cumprimento e Jesus Cristo. Note os seguintes exemplos:
a)     Abraão teve de esperar com paciência por quase vinte e cinco anos ate Deus sarar a madre de Sare e lhes dar Isaque.  Abraão nada poderia fazer para apressar o nascimento do filho prometido por Deus, fato idêntico cumpriu-se no NT, quando Deus enviou seu próprio filho como Salvador do mundo ao chegar a plenitude dos tempos; o ser humano nada podia fazer para apressar esse momento. Nossa salvação é obra única e exclusiva de Deus conforme Jo 3.16, e jamais pelo esforço humano.
b)    Antes dos israelitas serem libertos do Egito pelo poder gracioso de Deus, em aflição eles clamavam por socorro contra seus inimigos (ex 2.23,24;3,7). Temos aí um indício profético do plano divino da redenção em Cristo.  O pecado, antes do seu livramento pela graça de Deus, do jugo do pecador e dos inimigos espirituais, precisa clamar arrependido e recorrer á graça salvica de Deus, conforme Atos 2.37,38; 16.29-32;17.30.31. Todos  aqueles, que invocarem o nome do senhor serão salvos.
c)     Quando Naamã, o siro, buscou a cura da sua lepra, recorrendo ao Deus de Israel, recebeu a ordem delavar-se sete vezes no Rio Jordão. Essa ordem inicialmente provocou ira nele, o que a seguir, humilhou-se e submeteu-se ao banho no Jordão, para ser curado (2Rs 5.1-14). No fato de graça salvívica de Deus transpor os limites da nação de Israel, temos uma antevisão de Jesus e o novo concerto conforme Lc 4.27;AT 22.21;Rm 15.8-12, também do fato que, para recebermos a salvação, precisamos renunciar ao orgulho, humilhar-nos diante Deus (Tg 4.10;1Pe 5,6) e receber a purificação pelo sangue de Jesus(AT 22.16;1Co 6.11;Tt 3,5;1Jo 1.7,9;Ap 1.5).
Em resumo: O AT narra historias de pessoas piedosas que nos servem de modelos e exemplo, mas ele vai alem disso; o AT “Nos serviu de dia,para nos conduzir Cristo,para que pela fé,fossemos justificados”   (Gl 3.240).


Amém