segunda-feira, 7 de julho de 2014

26 - A NATUREZA HUMANA

Ec 12.1a, 6,7: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como era e o espírito volte a Deus, que o deu”.

            De todas as criaturas que Deus fez, o ser humano é incomparavelmente superior e também mais complexa. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente esquece-se de que Deus é o seu Criador, que ele é uma ser criado, e que depende de Deus. Este estudo examina a perspectiva bíblica da natureza humana.
            A NATUREZA HUMANA À IMAGEM DE DEUS
            A Bíblia ensina claramente que Deus, mediante decisão especial criou a raça humana, à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26,27). Portanto, nem Adão nem Eva são produtos de evolução. Por terem sido criados à semelhança de Deus, Adão e Eva podiam se comunicar com Ele, ter comunhão e espelhar o seu amor, glória e santidade. Note-se pelo menos três diferentes aspectos da imagem de Deus na raça humana:
1ª) Adão e Eva tinham semelhança moral com Deus, por serem justos e santos conforme Efésios 4.24 “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Podemos ver neste versículo que o homem foi criado por Deus, justo e santo.
2ª) Com um coração capaz de amar e também determinado a fazer o quer era bom.
3ª) Tinham semelhança com Deus na inteligência, pois foram criados com espírito, emoções e capacidade de escolha (Gn 2.19,20; 3. 6,7). Deus plasmou no ser humano a imagem em que Ele mesmo lhe apareceria visivelmente no AT, e na forma que um dia seu filho tomaria. Quando Adão e Eva pecaram, essa imagem de Deus neles, foi seriamente danificada, mas não totalmente destruída. Inevitavelmente, a semelhança moral de Deus, no homem, ficou arruinada quando Adão e Eva pecaram, conforme Gn 6.5 “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que roda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. Podemos notar que o ser humano era justo e santo quando criados, agora depois de pecar viu o Senhor que o coração do homem só pensava maldades, deixaram de ser perfeitos e santos e passaram a ser propensos ao pecado; propensão esta, ou tendência que transmitiram aos filhos “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12). O NT confirma o estrago da imagem de Deus no homem, quando declara que o crente redimido deve ser renovado segundo a semelhança moral de Deus “E vos vestistes do novo, que s renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10); e apesar de o ser humano ser pecador como é, ainda retém uma porção elevada da semelhança de Deus, na sua inteligência, e na sua capacidades de comunhão e comunicação com Ele.

COMPONENTES DA NATUREZA HUMANA
            A Bíblia revela que a natureza humana, criada à imagem de Deus, é trina e una, composta de três componentes, a saber: espírito, alma e corpo “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 5.23).
            Deus formou Adão do pó da terra (seu corpo) e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (seu espírito), e ele tornou-se um ser vivente (sua alma: Gn 2.7). A intenção de Deus era que o ser humano, pelo comer da árvore da vida e pela obediência à sua proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, nunca morresse, mas vivesse para sempre. Somente depois da morte entrar no mundo, como resultado do pecado humano, é que passou a haver separação da pessoa, em pó que vota à terra e no espírito que volta a Deus (Ec 12.7). Noutras palavras, a separação entre o corpo, por um lado, e o espírito e a alma, por outro, é resultado do juízo divino sobre a raça humana por causa do pecado, e esse juízo somente será removido mediante a ressurreição do corpo no último dia.
            A alma (hb nephsh, Gr psyche), frequentemente traduzida por “vida”, pode ser definida, de modo resumido, como os aspectos imateriais da mente, das emoções e da vontade, no ser humano, resultantes da união entre o espírito e o corpo. A alma, juntamente com o espírito humano, continuará a existir após a morte física da pessoa. A alma está tão ligada á natureza imaterial do ser humano, que, às vezes, o termo “alma” é usado como sinônimo de “pessoa”. O corpo (hb basar, Gr soma) pode ser definido, em resumo, como o componente do ser humano que volta ao pó da terra quando a pessoa morre (às vezes, é chamado de carne). O espírito (hb ruach; gr pneuma) pode ser definido, em resumo, como o componente imaterial do ser humano, em que reside a nossa faculdade espiritual, inclusive a consciência. É principalmente através desse componente que se tem comunhão com o Espírito de Deus.
            Desses três componentes, que constituem a completa natureza humana, somente o espírito e a alma são indestrutíveis e sobrevivem a morte, para então seguirem para o céu (Ap 6.9; 20.4) ou para o inferno (Sl 16.10; Mt 16.26). Quanto ao corpo, a Bíblia ensina repetidamente que enquanto o crente aqui viver, deve cuidar bem do seu corpo, através da sua conservação, isento de imoralidade e iniquidade (Rm 6.6,12, 13; 1Co 6. 13-20; 1Ts 4. 3,4) e da sua dedicação ao serviço de Deus. O corpo dos salvos será transformado no dia da ressurreição, quando então a sua redenção estará completa; isto para que estão em Cristo Jesus.
AS RESPONSABILIDADES DO SER HUMANO
            Quando Deus criou o ser humano, Ele lhe confiou várias responsabilidades:
1)    Deus o criou à sua própria imagem a fim de poder manter comunhão com ele, de modo amoroso e pessoal por toda a eternidade, e para que ele o glorificasse como o Senhor. Deus desejava de tal maneira que o ser humano o amasse, o glorificasse, e vivesse em santidade e justiça diante dEle, que quando Satanás induziu Adão e Eva à rebelião e desobediência a Deu, o Senhor prometeu que enviaria um Salvador a fim de redimir o mundo (Gn 3.15).
2)    Era a vontade de Deus que o ser humano o amasse a cima de tudo e amasse o seu próximo como a sim mesmo. Esse duplo mandamento de amor resume a totalidade da Lei de Deus: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei dos profetas. (Mt 22. 37-40).
3)    Também no Jardim do Éden, Deus estabeleceu a instituição do casamento (Gn 2. 21-24). O propósito de Deus é que o casamento seja monogâmico e vitalício conforme Mt 19. 5-9 e Ef 5. 22-33. Dentro dos limites do casamento, Deus ordenou que a raça humana fosse frutífera e se multiplicasse (Gn 1.28; 9.7). O homem e a mulher deviam gerar filhos tementes a Deus, no ambiente do lar. Deus vê a família cristã e a criação de filhos, sob a convivência salutar doméstica, como uma alta prioridade no mundo.
4)    Deus também ordenou que Adão e seus descendentes sujeitassem a terra. Ele disse: “dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). Ainda no Jardim do Éden, a Adão foi confiada a responsabilidade de cuidar do jardim e dar nomes aos animais (Gn 2. 15 19,20).
5)    Note-se que quando Adão e Eva pecaram por comerem do fruo proibido, eles perderam parte do seu domínio sobre o mundo, a qual foi entregue a Satanás que, agora como “deus deste século” (2Co 4.4), controla este presente mundo mau. Ainda assim, Deus espera que os crentes cumpram o seu divino proposto quanto à terra, a saber: cuidar devidamente dela; dedicar tudo dela a Deus e administrar sua criação de modo a glorificar a Deus.
6)    Por causa da presença do pecado no mundo, Deus enviou o seu Filho Jesus para redimir o mundo. A tarefa transcendente de transmitir a mensagem do amor redentor de Deus foi confiada aos salvos, pois foi a eles que Ele chamou para serem testemunhas de Cristo e da sua salvação, até aos confins da terra (Mt 28. 18-20; At 1.8) e para serem luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16).
           


AMÉM!