Jr 29.7: “Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar;
e orai por ela ao SENHOR, porque na sua paz, vós tereis paz...”
DEFINIÇÃO DE PAZ
A
palavra hebraica para “paz” é shalom.
Denota muito mais do que a ausência de guerra e conflito. O significado básico
de shalom é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas
da vida.
1) Pode referir-se à tranqüilidade nos relacionamentos
internacionais, tal com a paz entre as nações. “Porque (Salomão) dominava sobre tudo... e tinha paz de todas as bandas
em roda dele.” (1Re 4.24).
2) Pode referir-se, também, a uma sensação de tranqüilidade dentro de
uma nação durante tempos de prosperidade e sem guerra civil.
3) Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos
relacionamentos humanos tanto dentro do lar “Melhor
é um bocado seco e com ele a tranqüilidade do que a casa cheia de vítimas, com
contenda.” (Pv 17.1), quanto fora “...
tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).
4) Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar,
livre de ansiedade e em paz com a própria alma “Em paz também me deitarei, e dormirei...” (Sl 4.8) e com Deus “... Temos paz com Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo” (Rm 5.1).
5) Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1-2,
ela descreve o mundo originalmente criado, que existia em perfeita harmonia e
integridade. Quando Deus criou os céus e a terra, criou um mundo de paz. O
bem-estar total da criação reflete na breve declaração: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn
1.31).
A INTERRUPÇÃO DA PAZ
Quando Adão e Eva deram atenção à voz da serpente, e comeram da
árvore proibida (Gn 3.1-7), sua desobediência introduziu o pecado e se
interrompeu a harmonia original do universo.
1) Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez,
culpa e vergonha diante de Deus (Gn 3.8), e uma perda da paz interior.
2) O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu
relacionamento harmonioso com Deus. Antes de comerem daquele fruto, tinham
íntima comunhão com Deus, mas depois esconderam-se “da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim” (Gn 3.8).
Ao invés de sentirem anelo pela conversa com Deus, agora tiveram medo da sua
voz “e ele disse: ouvi a tua voz soar no
jardim, e temi...” (Gn 3.10).
3) Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão
e Eva como marido e mulher. Quando Deus começou a falar-lhes a respeito do
pecado que haviam cometido, Adão lançou a culpa em Eva (Gn 3.12) e Deus
declarou que a rivalidade entre homem e mulher continuaria (Gn 3.16). Assim
começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações
humanas, desde as discussões e a violência no lar, até os conflitos e guerras
internacionais.
4) Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a
raça e a natureza. Antes de Adão pecar, trabalhava alegremente no jardim do
Éden, e andava livremente entre os animais, dando nome a cada um (Gn 2.19,20).
Parte da maldição divina após a queda envolvia a inimizade entre Adão e Eva e a
serpente (Gn 3.15), bem como uma nova realidade: o trabalho produziria suor e
labuta (Gn 3.17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o meio
ambiente, agora luta e conflito de modo que “toda
criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22). Nos
versículos 22-27 do capítulo 8 carta aos Romanos, Paulo fala de três gemidos
diferentes: o da criação, o dos crentes e o do Espírito Santo. A “criação” (isto é, a natureza animada e
inanimada) tornou-se sujeita ao sofrimento e às catástofres físicas, por causa
do pecado humano.
A RESTAURAÇÃO DA PAZ
Embora
o resultado da queda fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça
humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, Deus planejou a
restauração do shalom: Logo, a história da reconquista da paz é a história da
redenção em Cristo.
1) Tendo
em vista que Satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento
da paz deve envolver a destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas
das promessas do AT a respeito da vinda do Messias eram promessas de vitória e
paz vindouras. Davi profetizou que o Filho de Deus governaria as nações “Pede-me, e eu te darei as nações por herança
e os confins da terá por sua possessão” (Sl 2.8). Isaías vaticinou que o
Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is 9.6,7). Ezequiel predisse que o
novo concerto de Deus se propôs estabelecer através do Messias seria um
concerto de paz (Ez 34.25) E Miquéias, a profetizar o nascimento em Belém do
rei vindouro, declarou: “E este será a
nossa paz” (Mq 5.5).
2) Por
ocasião do nascimento de Jesus, os anjos proclamaram que a paz de Deus acabava
de chegar à terra “Gloria a Deus nas
alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14). O
próprio Jesus veio para destruir as obras do diabo “Quem comete pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio.
Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (1Jo
3.8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a
fim de trazer a paz. Jesus deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua
antes de ir à cruz “Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá.” (Jo 14.27). Mediante a
sua morte e ressurreição, Jesus desarmou os principados e potestades hostis, e
assim possibilitou a paz “e que, havendo
por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse
consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão
nos céus.” ((Cl 1.20). Por isso, quando se crê em Jesus Cristo, se é
justificado mediante a fé se tem paz com Deus (Rm 5.1). A mensagem que os
cristãos proclamam são as boas-novas da paz.
3) Apenas
saber que Cristo veio como o Príncipe da Paz não garante que a paz se tornará
automaticamente parte da vida: para experimentar a paz tem que estar unido com
Cristo numa fé ativa. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Quando
assim faz, a pessoas é justificada pela fé “Sabemos
que o home não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo...”
(Gl 2.16), e assim tem paz com Deus (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se
andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de viver-se em paz “Se andardes nos meus estatutos, e
guardardes os meus mandamentos, e o fizerdes. Também darei paz na terra...”
(Lv 26.3,6). Os profetas do AT declararam freqüentemente que não há paz para os
ímpios “os ímpios, diz o meu Deus, não
têm paz.” (Is 57.21). A fim de que os crentes conheçam sua paz perpétua,
Deus lhes tem dado o Espírito Santo, que começa a operar em nós um aspecto do
fruto, que é a paz. “Mas o fruto do
Espírito é: caridade, gozo, PAZ, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança” (Gl 5.22). Com a ajuda do Espírito, deve-se orar
pedindo paz “e a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em
Cristo Jesus.” (Cl 4.7). Essa paz consiste em uma tranqüilidade interior,
que o Espírito Santo nos transmite. Quando colocamos diante de Deus, em
orações, as nossas inquietações, essa paz ficará como guarda à porta do nosso
coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem a
vida e a esperança em Cristo. Temos que deixar essa paz governar nossos
corações, temos que buscar essa paz e segui-la, e nos esforçarmos para vivermos
em paz com o próximo.
AMÉM!
Erivelton
R. de Jesus
Fontes:
Bíblia de Estudos Pentecostal e outros.
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