segunda-feira, 7 de julho de 2014

26 - A NATUREZA HUMANA

Ec 12.1a, 6,7: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como era e o espírito volte a Deus, que o deu”.

            De todas as criaturas que Deus fez, o ser humano é incomparavelmente superior e também mais complexa. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente esquece-se de que Deus é o seu Criador, que ele é uma ser criado, e que depende de Deus. Este estudo examina a perspectiva bíblica da natureza humana.
            A NATUREZA HUMANA À IMAGEM DE DEUS
            A Bíblia ensina claramente que Deus, mediante decisão especial criou a raça humana, à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26,27). Portanto, nem Adão nem Eva são produtos de evolução. Por terem sido criados à semelhança de Deus, Adão e Eva podiam se comunicar com Ele, ter comunhão e espelhar o seu amor, glória e santidade. Note-se pelo menos três diferentes aspectos da imagem de Deus na raça humana:
1ª) Adão e Eva tinham semelhança moral com Deus, por serem justos e santos conforme Efésios 4.24 “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Podemos ver neste versículo que o homem foi criado por Deus, justo e santo.
2ª) Com um coração capaz de amar e também determinado a fazer o quer era bom.
3ª) Tinham semelhança com Deus na inteligência, pois foram criados com espírito, emoções e capacidade de escolha (Gn 2.19,20; 3. 6,7). Deus plasmou no ser humano a imagem em que Ele mesmo lhe apareceria visivelmente no AT, e na forma que um dia seu filho tomaria. Quando Adão e Eva pecaram, essa imagem de Deus neles, foi seriamente danificada, mas não totalmente destruída. Inevitavelmente, a semelhança moral de Deus, no homem, ficou arruinada quando Adão e Eva pecaram, conforme Gn 6.5 “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que roda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. Podemos notar que o ser humano era justo e santo quando criados, agora depois de pecar viu o Senhor que o coração do homem só pensava maldades, deixaram de ser perfeitos e santos e passaram a ser propensos ao pecado; propensão esta, ou tendência que transmitiram aos filhos “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12). O NT confirma o estrago da imagem de Deus no homem, quando declara que o crente redimido deve ser renovado segundo a semelhança moral de Deus “E vos vestistes do novo, que s renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10); e apesar de o ser humano ser pecador como é, ainda retém uma porção elevada da semelhança de Deus, na sua inteligência, e na sua capacidades de comunhão e comunicação com Ele.

COMPONENTES DA NATUREZA HUMANA
            A Bíblia revela que a natureza humana, criada à imagem de Deus, é trina e una, composta de três componentes, a saber: espírito, alma e corpo “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1Ts 5.23).
            Deus formou Adão do pó da terra (seu corpo) e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (seu espírito), e ele tornou-se um ser vivente (sua alma: Gn 2.7). A intenção de Deus era que o ser humano, pelo comer da árvore da vida e pela obediência à sua proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, nunca morresse, mas vivesse para sempre. Somente depois da morte entrar no mundo, como resultado do pecado humano, é que passou a haver separação da pessoa, em pó que vota à terra e no espírito que volta a Deus (Ec 12.7). Noutras palavras, a separação entre o corpo, por um lado, e o espírito e a alma, por outro, é resultado do juízo divino sobre a raça humana por causa do pecado, e esse juízo somente será removido mediante a ressurreição do corpo no último dia.
            A alma (hb nephsh, Gr psyche), frequentemente traduzida por “vida”, pode ser definida, de modo resumido, como os aspectos imateriais da mente, das emoções e da vontade, no ser humano, resultantes da união entre o espírito e o corpo. A alma, juntamente com o espírito humano, continuará a existir após a morte física da pessoa. A alma está tão ligada á natureza imaterial do ser humano, que, às vezes, o termo “alma” é usado como sinônimo de “pessoa”. O corpo (hb basar, Gr soma) pode ser definido, em resumo, como o componente do ser humano que volta ao pó da terra quando a pessoa morre (às vezes, é chamado de carne). O espírito (hb ruach; gr pneuma) pode ser definido, em resumo, como o componente imaterial do ser humano, em que reside a nossa faculdade espiritual, inclusive a consciência. É principalmente através desse componente que se tem comunhão com o Espírito de Deus.
            Desses três componentes, que constituem a completa natureza humana, somente o espírito e a alma são indestrutíveis e sobrevivem a morte, para então seguirem para o céu (Ap 6.9; 20.4) ou para o inferno (Sl 16.10; Mt 16.26). Quanto ao corpo, a Bíblia ensina repetidamente que enquanto o crente aqui viver, deve cuidar bem do seu corpo, através da sua conservação, isento de imoralidade e iniquidade (Rm 6.6,12, 13; 1Co 6. 13-20; 1Ts 4. 3,4) e da sua dedicação ao serviço de Deus. O corpo dos salvos será transformado no dia da ressurreição, quando então a sua redenção estará completa; isto para que estão em Cristo Jesus.
AS RESPONSABILIDADES DO SER HUMANO
            Quando Deus criou o ser humano, Ele lhe confiou várias responsabilidades:
1)    Deus o criou à sua própria imagem a fim de poder manter comunhão com ele, de modo amoroso e pessoal por toda a eternidade, e para que ele o glorificasse como o Senhor. Deus desejava de tal maneira que o ser humano o amasse, o glorificasse, e vivesse em santidade e justiça diante dEle, que quando Satanás induziu Adão e Eva à rebelião e desobediência a Deu, o Senhor prometeu que enviaria um Salvador a fim de redimir o mundo (Gn 3.15).
2)    Era a vontade de Deus que o ser humano o amasse a cima de tudo e amasse o seu próximo como a sim mesmo. Esse duplo mandamento de amor resume a totalidade da Lei de Deus: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei dos profetas. (Mt 22. 37-40).
3)    Também no Jardim do Éden, Deus estabeleceu a instituição do casamento (Gn 2. 21-24). O propósito de Deus é que o casamento seja monogâmico e vitalício conforme Mt 19. 5-9 e Ef 5. 22-33. Dentro dos limites do casamento, Deus ordenou que a raça humana fosse frutífera e se multiplicasse (Gn 1.28; 9.7). O homem e a mulher deviam gerar filhos tementes a Deus, no ambiente do lar. Deus vê a família cristã e a criação de filhos, sob a convivência salutar doméstica, como uma alta prioridade no mundo.
4)    Deus também ordenou que Adão e seus descendentes sujeitassem a terra. Ele disse: “dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). Ainda no Jardim do Éden, a Adão foi confiada a responsabilidade de cuidar do jardim e dar nomes aos animais (Gn 2. 15 19,20).
5)    Note-se que quando Adão e Eva pecaram por comerem do fruo proibido, eles perderam parte do seu domínio sobre o mundo, a qual foi entregue a Satanás que, agora como “deus deste século” (2Co 4.4), controla este presente mundo mau. Ainda assim, Deus espera que os crentes cumpram o seu divino proposto quanto à terra, a saber: cuidar devidamente dela; dedicar tudo dela a Deus e administrar sua criação de modo a glorificar a Deus.
6)    Por causa da presença do pecado no mundo, Deus enviou o seu Filho Jesus para redimir o mundo. A tarefa transcendente de transmitir a mensagem do amor redentor de Deus foi confiada aos salvos, pois foi a eles que Ele chamou para serem testemunhas de Cristo e da sua salvação, até aos confins da terra (Mt 28. 18-20; At 1.8) e para serem luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16).
           


AMÉM!

terça-feira, 27 de maio de 2014

25 - O CORAÇÃO

Pv. 4.23: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem às saídas da vida”.

DEFINIÇÃO DE CORAÇÃO:
            O povo da atualidade geralmente considera que o cérebro é o centro das atividades humanas. A Bíblia, no entanto, refere-se ao coração como esse centro; “dele procedem às saídas da vida” (Pv 4.23). Biblicamente, o coração pode ser considerado como algo que abarca a totalidade do nosso intelecto, emoção e volição, conforme Mc 7.20-23: “O que sai do homem, isso é que contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.”
1)    O coração é o centro do intelecto:
As pessoas sabem as coisas em seus corações, oram no coração, editam no coração, escondem a Palavra de Deus no coração, maquinam males no coração, guardam as palavras da sabedoria no coração, pensam no coração, duvidam no coração, conferem as coisas no coração, crêem no coração e cantam no coração (Dt 8.5; 1Sm 1.12,13; Sl 19.14; Sl 119.11; Sl 140.2; Pv 4.21; Mc 2.8; Mc 11.23; Lc 2.19, Rm 10.9; Ef 5.19). Todas essas ações do coração são primordialmente fatos a envolver a mente.
2)    O coração é o centro das emoções:
A Bíblia fala a respeito do coração alegre, do coração amoroso, do coração medroso, do coração corajoso, do coração arrependido, do coração ansioso, do coração irado, do coração avivado, do coração angustiado, do coração gozoso, do coração pesaroso, do coração humilde, do coração ardente pela Palavra do Senhor e do coração perturbado (Êx 4.14; Dt 6.5; Js 5.1; Sl 27.14; Sl 51.17; Pv.12.25; Pv 19.3; Is 57.15; Jr 4.19; Rm 9.2; Jr 15.16; Lm 2.18; Mt 11.29; Lc 24.32; Jo 14.1). Todas essas atitudes do coração são, antes de tudo, de natureza emocional.
3)    Por fim, o coração é o centro da vontade humana:
Lemos nas Escrituras a respeito do coração endurecido que se recusa a fazer o que Deus ordena, do coração submisso a Deus, do coração que decide fazer algo para Deus, do coração que se dedica a buscar o Senhor, do coração que deseja recebera as bênçãos do Senhor, do coração inclinado aos estatutos de Deus e do coração que deseja fazer algo pelos outros (Êx 4.21; Js 24.23; 2Cr 6.7; 1Cr 22.19; Sl 21.1-3; Sl 119.36; Rm 10.1). Todas essas atividades ocorrem na vontade humana.
A NATUREZA DO CORAÇÃO DISTANTE DE DEUS
            Quando Adão e Eva deram ouvidos à tentação da serpente para que comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, sua decisão afetou terrivelmente o coração humano, o qual ficou repleto de maldade. Desde então, segundo o testemunho de Jeremias: “Enganoso é o coração. Mais do eu todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jr 17.9). Jesus confirmou a descrição de Jeremias, quando disse que o que contamina uma pessoa diante de Deus é o descumprimento de uma lei cerimonial, mas, sim , a obediência às inclinações malignas alojadas no coração tais como “os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, as avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura” (Mc 7.21-22). Jesus expôs a gravidade do pecado no coração ao declarar que o pecado da ira é igual ao assassinato (Mt 5.21,22), e que o pecado da concupiscência é tão grave como o próprio adultério (Mt 5.27,28).
Um coração entregue à prática da iniqüidade corre o risco de tornar-se endurecido. Que se recusa continuamente em ouvir a Palavra de Deus e a obedecer a Deus, ao que Deus ordena e, em vez disso, segue os desejos pecaminosos do seu coração, verá que, depois, Deus endurecerá seu coração de tal modo que se tornará insensível para com a Palavra de Deus e os apelos do Espírito Santo. O principal exemplo bíblico desse falto é o coração de Faraó, na ocasião do êxodo (Êx 7.3,13, 22,23; 8.15.32; 9.12; 10.1; 11.10; 14.17). Paulo viu o mesmo princípio geral em ação na sociedade ímpia da presente era conforme Romanos 1. 24 26,28 e predisse que também ocorreria o mesmo fato nos dias do anticristo (2Ts 2.11,12). O livro aos Hebreus contém muitas advertências ao crente, para que não endureça o coração (Hb 3.8-12). Todo aquele que persistir na rejeição da Palavra de Deus, terá por fim um coração endurecido.
O CORAÇÃO REGENERADO
            A solução de Deus para o coração pecaminoso é a regeneração, que tem lugar em todo aquele eu se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus e pela fé aceita a Jesus com Salvador e Senhor pessoal.
1)    A regeneração está ligada ao coração:
Aquele que, de todo o coração, se arrepende e confessa que Jesus é o Senhor (Rm 10.9), nasce de novo e recebe da parte de Deus um coração novo, conforme Salmos 51.10 e Ezequiel 11.19.
2)    No coração daquele que experimenta o nascimento espiritual.
Deus cria o desejo de amá-lo e obedecê-lo. Repetida vezes, Deus realça diante do seu povo a necessidade do amor que provém do coração. Tal amor e dedicação a Deus não podem estar separados da obediência à sua lei (Sl 119.34,69, 112). Jesus ensinou que o amor a Deus de todo o coração, juntamente com o amor ao próximo, resume toda a lei de Deus (Mt 22.37-40).
3)    O amor de todo o coração é o elemento essencial a uma vida de obediência.
Repetida vezes, o povo de Deus, no passado procurou substituir o verdadeiro amor do coração pela observação de formalidades religiosas exteriores, tais como, Festas, Ofertas e Sacrifícios (Is 1.10-17; Nm 5.21-26; Dt 10-12). A observância exterior sem o desejo interior de servir a Deus é hipocrisia, e foi severamente condenada por nosso Senhor (Mt 23.13-18; Lc 21.1-4).
4)    Muitos outros fatos espirituais têm lugar no coração da pessoa regenerada.
Ela louva a Deus de todo o coração, medita no coração, clama a Deus no coração, busca a Deus de todo coração, oculta a Palavra de Deus no seu coração, confia no Senhor de todo o coração, experimenta o amor de Deus derramado em seu coração e canta a Deus no seu coração (Sl 9.1; 19.14; 84.2; 119.2,10; 119.11; Pv 3.5).

AMÉM!!!!!!!!!!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

24 - Atributos de Deus

Sl 139.7,8: “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.”
            A Bíblia não procura comprovar a existência de Deus. Em vez disso, ela declara a sua existência e apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos são exclusivos dEle, com Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato de ter sido criado à imagem de Deus. Para compreendermos melhor a respeito dos atributos de Deus precisamos saber o significado dessa palavra, que deriva do latim attributu, que tem como significado; aquilo que é próprio ou peculiar de alguém ou de alguma coisa. Sabendo disso podemos entender que atributos de Deus são somente dEle e de mais ninguém, como veremos neste estudo.
ATRIBUTOS EXCLUSIVOS DE DEUS
  1. DEUS É ONIPRESENTE: Isto é, está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12) conforme Jr 23.23,24 que diz: “Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja?- diz o Senhor. Porventura, não encho os céus e a terra? – diz o Senhor.” Sabendo disso concluo dizendo que Deus observa tudo quanto fazemos.
  2. DEUS É ONISCIENTE: Isto é, Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos “Sem que haja uma só palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.” (Sl 139.4), (1Sm 16.7; 1Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da presciência de Deus significa que Ele conhece com precisão a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos exeqüíveis, reais, possíveis, futuros, passados ou predestinados. A presciência de Deus não subentende determinismo filosófico, Deus é plenamente soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo sua própria vontade e sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua própria presciência, nem muito menos a nós, como algumas pessoas pensam que Deus é seu empregado e que faz a sua vontade.
  3. DEUS É ONIPOTENTE: Ele é todo poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas. Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. Por exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por não fazer assim até o final da história humana. Em muitos casos, Deus limita seu poder, quando o emprega através do seu povo; em casos assim, o seu poder depende do nosso grau entrega e de submissão a Ele.
  4. DEUS É TRANSCEDENTE: Ele é diferente e independente da sua criação. Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até os céus dos céus tem não poderiam conter, quanto menos essa casa que eu tenho edificado.” (1Rs 8.27) e ainda (Is 66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação “Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum homem viu nem pode ver; ao qual seja a hora e poder sempiterno: Amém.” (1Tm 6.16). Estas palavras de Paulo a Timóteo expressam a transcendência de Deus; que é diferente e independente da sua criação, exemplo, homens, anjos, espíritos ou coisa física ou materiais. Deus não deve jamais ser nivelado aos seres humanos, ou qualquer ser que Ele criou. Seu ser e sua existência pertencem a uma dimensão totalmente diferente. Ele habita numa esfera de vida perfeita e pura, em tudo acima da sua criação. Ele não é parte da sua criação, nem sua criação é parte dEle. Além disso, os crentes não são Deus e nunca serão deuses como afirma a Nova Era. Sempre seremos seres limitados e dependentes de Deus, mesmo na era do porvir. Embora exista uma distinção extrema entre Deus e toda criação, Deus também está presente e ativo em todo o mundo. Ele vive e se manifesta entre seus fiéis, que se arrependem dos seus pecados e que vivem peã fé em Cristo.
  5. DEUS É ETERNO: Ele é de eternidade a eternidade (Sl 90.1,2); 102.12; Is 57.12). Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado pelo tempo humano, “Mas, amados, não ignoreis uma coisa; que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (2Pe 3.8) e ainda Sl 90.4, e é, melhor descrito como o “EU SOU” conforme Êx 3.14 e Jo 8.58.
  6. DEUS É IMUTÁVEL: Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça humana. Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus propósitos temporários ante o preceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores. Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma decisão como resultado das orações perseverantes dos justos como em Nm 14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8.
  7. DEUS É PERFEITO E BOM: Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo. “Por que eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo...” (Lv 11.44); “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras” (Sl 145.17). Adão e Eva foram criados sem pecado conforme Gn 1.31, mas com a possibilidade de pecarem, Deus, no entanto, não pode pecar (Nm 23.19; 2Tm 2.13; Tt 1.2; Hb 6.18). Sua santidade inclui, também, sua dedicação à realização dos seus propósitos e planos.
  8. DEUS É TRINO E UNO: Ele é um só Deus, manifesto em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo como sabemos. Cada pessoa é plenamente divina, igualmente divina, igual às duas outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus.
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
            Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo, porem, evidente que todos os seus atributos existem em grau infinitamente superior aos humanos. Por exemplo, embora Deus e o ser humano possuam a capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo grau de intensidade como Deus ama. Além disso, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essas características vem do fato de sermos criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27); Noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele não tem a nossa, isto é, Ele não é como nós.
1)      DEUS É BOM: “Bom e reto é o Senhor; pelo que ensinará o caminho aos pecadores.”(Sl 25.8) (Sl 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4-31). Ele continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas. Ele cuida até dos ímpios, em Mt 5.45 declara que: “... porque faz com que o sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.”. Deus é bom, principalmente para os seus, que o invocam em verdade, leiam também Sl 145.18-20.
2)      DEUS É AMOR: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo 4.8) Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, composto de humanidade pecadora. O evangelho segundo escreveu João 3.16 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todos aqueles que nele crer não pereça, mas tenham a vida eterna.” A manifestação principal desse amor foi a de enviar seu filho Jesus, para morrer em lugar dos pecadores. Além disso, Deus tem amor paternal especial àquele que estão reconciliados com Ele pó meio de Jesus.
3)      DEUS É MISERICORDIOSO E CLEMENTE: Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos pecados “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniqüidades.” (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a ser recebido pela fé em Jesus Cristo.
4)      DEUS É COMPASSIVO: Ser compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento de outra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e salvação, conforme Sl 78.38: “Mas ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniqüidade e não os destruiu.”. Semelhantemente, Jesus, o filho de Deus, demonstrou compaixão pela humanidade ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vista aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos. (Lc 4.18).
5)      DEUS É PACIENTE E LENTO EM IRAR-SE: Deus expressou essa característica pela primeira vez no jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça humana conforme era seu direito. Deus também foi paciente nos dias de Noé, enquanto a arca estava sendo construída (1Pe 3.20). E Deus continua demonstrando sua paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga devida a ocasião, pois destruiria os pecadores, mas na sua paciência concede a todos a oportunidade de se arrependerem e serem salvos 2Pe 3.9 diz: “O Senhor... é longânimo para convosco; não querendo que alguns se percam, senão que todos venham arrepender-se”.
6)      DEUS É A VERDADE: Jesus chamou a si mesmo “a verdade” Jo 14.6, e o Espírito é chamado o “Espírito da verdade” em Jo 14.17. Porque Deus é absolutamente fidedigno e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra também é chamada a verdade (2Sm 7.28; Sl 119.43; Is 45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato, a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem a falsidade alguma.
7)      DEUS É FIEL: Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra; E cumprirá tanto as suas promessas, quanto as suas advertências. A finalidade do Senhor é de consolo inexprimível para o crente, e grande medo de condenação para todos aquele que não se arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).
8)      DEUS É JUSTO: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” (Dt 32.4). Ser justo significa que Deus mantém a ordem moral do universo, é reto em sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne 9.33; Dn 9.14). A decisão de Deus de castigar com morte os pecadores (Rm 5.12), procede da sua justiça (Rm 6.23); sua ira contra o pecado decorre do seu amor à justiça (Rm 3.5,6). Ele revela a sua ira contra todas as formas de iniqüidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria (1Rs 14.9,15, 22), a incredulidade e o tratamento injusto com o próximo. Jesus Cristo, que é chamado o “Justo” (At 7.52), também ama a justiça e abomina o mal. Note que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como a sua dádiva de amor, e como seu sacrifício pelo pecado em lugar do ser humano, a fim de nos reconciliar consigo mesmo (2Co 5.18-21). A revelação final que Deus fez de si mesmo está em Jesus Cristo (Jo 1.18; Hb 1.1-4); noutras palavras, se quisermos entender completamente a pessoas de Deus, devemos olhar para Cristo, nEle habita toda plenitude da divindade (Cl 2.9).

Amém!

quarta-feira, 5 de março de 2014

23 - A ESPERANÇA DO CRENTE SEGUNDO A BÍBLIA

Sl 33.18,19: “Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na fome.”
A ESPERANÇA BÍBLICA DO CRENTE
            A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro conforme Romanos 8, 24,25 que diz: “Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.”. Porém, ela abrange muito mais do que uma simples vontade ou anseio por algo futuro. Esta esperança consiste numa certeza na alma, isto é, uma firme confiança sobre as coisas futuras, porque tais coisas decorrem da revelação Oe das promessas de Des. Noutras palavras, a esperança bíblica do crente está intimamente vinculada a uma fé firme e uma sólida confiança em Deus. O salmista expressa claramente este fato mediante um paralelo entre “confiança” e “esperança”: “Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação. Bem aventurados aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus” (Sl 146.3,5). Por conseguinte, a esperança firme do crente é uma esperança que “não traz confusão” (Rm 5.5); a esperança, portanto, é uma âncora para o crente através da vida, “Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do sue conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento, para que por duas coisa imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até ao interior do véu.” (Hb 6.17-19).
A BASE DA ESPERANÇA DO CRENTE
            O alicerce da esperança segura do crente procede da natureza de Deus, de Jesus Cristo e da Palavra de Deus.
            As escrituras revelam como Deis sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela a luta de Davi numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia, ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confia que Deus o livrará: “Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste” (Sl 22.4). O poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está exemplificado no êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no Senhor como nosso Ajudador. Por outro lado aqueles que não conhecem a Deus não têm em que se firmar para terem esperança “Que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunhão de Israel estranhos ao concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
            A plenitude da revelação do novo concerto em Jesus Cristo acresce mais uma razão para a esperança inabalável em Deus. Para o crente, o Filho de Deus veio para destruir as obras do diabo: “Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (1Jo 3.8), que é o “deus deste século” (2Co 4.4). Jesus, ao expulsar demônios durante seu ministério terreno, demonstrou seu poder sobre Satanás. Além disso, pela morte e ressurreição, Ele esmagou o poder de Satanás e demonstrou o poder do reino de Deus. Não é de se estranhar, portanto, o que Pedro exclama a respeito da nossa esperança: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cris, que, segundo sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3). Jesus é, pois, chamado nossa esperança “aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que Cristo é em vós, a esperança da glória” (Cl 1,27); Devemos depositar nEle nossa esperança, mediante o poder do Espírito Santo.
            A Palavra de Deus é a terceira base da esperança. Deus revelou sua Palavra através dos profetas e apóstolos no passado; Ele inspirou pelo Espírito Santo para escreverem isentos de erros: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem vazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo primeiramente isto; que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2Pe 1. 19-21). Pelo fato de que sua Palavra eterna permanece firme nos céus (Sl 119.89), podemos depositar nossa esperança nessa Palavra. De fato, tudo quanto sabemos a respeito de Deis e de Jesus Cristo vem da revelação das Sagradas Escrituras.

A SUMA ESPERANÇA DO CRENTE
            A suprema esperança e confiança do crente não deve estar em seres humanos, pois “Não há reis que se salve com grandeza de um exército, nem o homem valente se livra pela muita força.” (Sl 33.16), nem em bens materiais, nem em dinheiro, antes deve estar em Deus, no seu Filho Jesus e na sua Palavra.
            E em que consiste esta esperança?
            Temos esperança na graça de Deus e no livramento que Ele oferece, nas tribulações desta vida presente.
            Temos esperança de que chegará o dia em que nossas tribulações cessarão aqui na terra, quando esta não estará mais sujeita à corrupção, e terá lugar a redenção do nosso corpo.
            Temos esperança da consumação da nossa Salvação.
            Temos esperança de uma casa eterna nos novos céus “Mas nós segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” (2Pe 3.13), naquela cidade cujo arquiteto e edificador é Deus.
            Temos a bendita esperança da vinda gloriosa da vinda do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo “aguardando a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13), quando então, os crentes serão arrebatados da terra, para o encontro com Ele nos ares, e , quando, então, nós o veremos como Ele é e nos tornaremos semelhantes a Ele.
            Temos a esperança de recebermos a coroa da justiça, de glória e da vida conforme (2Tm 4.8; 1Pe 5.4; Ap 2.10).
            Finalmente, temos a esperança da vida eterna; da vida garantida a todos os que confiam no Senhor Jesus Cristo e o obedecem.

            Com promessas tão grandes reservadas àqueles que esperam em Deus e no seu Filho Jesus, Pedro nos conclama: “Estais sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15).

22 - O LOUVOR A DEUS


Sl 9.1,2: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei as tuas maravilhas, Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo”.
            Segundo o dicionário de língua portuguesa Michaelis a palavra louvor vem de louvar do latim laudare que significa: Dirigir louvores, aprovar, confirmar, com elogio, elogiar-se, gabar-se, jactar-se, vangloriar-se, bendizer, enaltecer, exaltar, glorificar. Então segundo o dicionário louvor significa: Ato de louvar; Louvação, aplauso, elogio, encômio, glorificação.
            No AT, a palavra louvor conota algo como fazer ruído; também associada aos gestos e movimentos do corpo; pode ser empregado na música e na dança. É uma expressão, nem sempre inteligível, de adoração e reconhecimento de Deus como Senhor.
            No NT, está associada ao agradecimento. Expressa o reconhecimento do amor e cuidados divinos conosco agradecendo sua provisão, por meio de alegria e júbilo diante dEle.

A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR
            A Bíblia constantemente exorta o povo de Deus a louvar ao Senhor.
            O AT emprega três palavras básicas para conclamar os israelitas a louvarem a Deus: a palavra barak (também traduzida “bendizer”); a palavra balal (da qual deriva da palavra “aleluia” que literalmente significa “louvai ao Senhor”); e a palavra yadah (às vezes traduzidas por “dar graças”).
            O primeiro cântico na Bíblia, entoado depois de os israelitas atravessarem o mar Vermelho, foi, em síntese, um hino de louvor e ação de graças a Deus (Êx 15) “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto lhe darei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.” (Êx 15.2). Moisés instruiu os israelitas a louvarem a Deus pela sua bondade em conceder-lhes a terra prometida (Dt 8.10). O Cântico de Débora, por sua vez, congregou o povo expressamente para louvar ao Senhor (Jz 5.9). A disposição de Davi em louvar a Deus está gravada, tanto na história da sua vida em 2Sm 22.4,47, 50: “O Senhor, digno de louvor, invoquei e de meus inimigos fiquei livre. Vive o Senhor, bendito seja o meu rochedo; exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação. Por isso, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome” e 1Cr 16, 4, 9, 25, 35,36; 29.20, como nos Salmos que escreveu (Sl 9.1,2; 18.3; 22.23; 52.9; 108.1,3; 145). Os demais salmistas também convocam o povo de Deus a, enquanto viver, sempre louvá-lo (Sl 33.1,2; 47.6,7; 75.9; 96.1-4; 100; 150). Finalmente, os profetas do AT ordenam que o povo de Deus o louve “Cantai ao Senhor uma cântico novo e o seu louvor, desde o fim da terra... Dêem glória ao Senhor e anunciem o seu louvor nas ilhas” (Is 42.10,12) e Jr 20.13; 33.9; Sl12. 1; Jl 2.26; Hc 3.3 também ordena o povo a louvar a Deus.
            O chamado para louvar a Deus também ecoa por todo NT. O próprio Jesus louvou a seu Pai celestial (Mt 11.25; Lc10. 21). Paulo espera que todas as nações louvem a Deus (Rm 15.9-11; Ef 1.3,6, 12) e Tiago nos conclama a louvar ao Senhor (Tg 3.9; 5.13). E, no fim, o quadro vislumbrado no Apocalipse é o de uma vasta multidão de santos e anjos, louvando a Deus continuamente (Ap 4.9-11; 5.8-14; 7.9-12; 11.16-18).
            Louvar a Deus é uma das atribuições principais dos anjos (Sl 103.20; 148.2) e é privilégio do povo de Deus, tanto crianças (Mt 21.16), como adultos (Sl 30.4; 135.1,2, 19-21). Além disso, Deus também conclama as nações a louvá-lo. Isto quer dizer tudo quanto tem fôlego está convocado a entoar bem alto os louvores a Deus (Sl 150.6). E, se tanto não bastasse, Deus conclama a natureza inanimada a louvá-lo, como por exemplo, o sol, a lua e as estrelas (Sl 148.2,4); os raios, o granizo, a neve, e o vento (Sl 148.8); as montanhas, colinas, rios e mares (Sl 98.7,8; 148,9; Is 44.23); todos os tipos de árvores (Sl 148.9; Is 55.12) e todos os tipos de seres vivos (Sl 69.34; 148.10).
                       
MÉTODOS DE LOUVOR
            Há várias maneiras de se louvar a Deus.
1)    O louvor é algo fundamental na adoração coletiva prestada pelo povo de Deus (Sl 100.4)
2)    Tanto na adoração coletiva como noutros casos, uma maneira de louvar a Deus é cantar, salmos, hinos e cânticos espirituais “Falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Ef 5.19,20). O cântico de louvor pode ser com a mente, isto é, em idiomas conhecidos ou com o espírito, isto é, em línguas (1Co 14.14-16).
3)    O louvor mediante instrumentos musicais. Neste particular o AT menciona instrumentos variados, de sopro, com chifre de carneiro e trombetas, e flauta (Sl 150, 3,4); instrumentos de cordas, como harpa e lira e instrumentos de percussão como tamborins e címbalos (Sl 150, 4,5).
4)    Podemos, também, louvar a Deus, ao falar ao nosso próximo das maravilhas de Deus para conosco, pessoalmente. Davi, por exemplo, depois da experiência do perdão divino, estava ansioso para relatar aos outros, que o Senhor fizera por ele (Sl 51.12,13, 15). Outros escritores bíblicos nos exortam a declarar a glória de Deus, na congregação do seu povo e entre as nações. Pedro conclama o povo de Deus “para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Noutras palavras, a obra missionária é um meio de louvar a Deus.
5)    Finalmente, o crente que vive a sua vida para a glória de Deus está a louvar ao Senhor. Jesus nos relembra que quando o crente faz brilhar a sua luz, o povo vê as suas boas obras e glorifica e louva a Deus (Mt 5.16). De modo semelhante, Paulo também mostra que uma vida cheio de frutos de justiça louva a Deus (Fp 1.11).
MOTIVOS PARA LOUVAR A DEUS

            Por que o povo louva ao Senhor?
            Uma das evidentes razões vem do esplendor, glória e majestade do nosso Deus, aquele que criou os céus e a terra, aquele a quem devemos exaltar na sua santidade.
            A nossa experiência dos atos poderosos de Deus, especialmente dos seus atos de salvação e de redenção, é uma razão extraordinária para louvarmos ao seu nome; deste modo, louvamos a Deus, pela sua misericórdia, graça e amor imutáveis.
            Também devemos louvar a Deus por todos os seus atos de livramento em nossa vida, tais como livramento de inimigos ou cura de enfermidades.

            Finalmente, o cuidado providente de Deus para conosco, dia após dia, tanto material como espiritualmente, é uma grandiosa razão para louvarmos e bendizermos o seu nome.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

21 - A MORTE

Jó 19.25,26: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus.”
            Todo ser humano, tanto crente quanto incrédulo, está sujeito à morte. A palavra “morte” tem, porém, mais de um sentido na Bíblia. É importante compreender os vários sentidos do termo morte.

A morte como resultado do pecado
Gênesis 2 e 3 ensina que a morte penetrou no mundo Por causa do pecado. Nossos primeiros pais foram criados capazes de viverem para sempre. Ao desobedecerem ao mandamento de Deus, tornaram-se sujeitos às penalidades do pecado, que é a morte.
1)      Adão e Eva ficaram agora sujeitos à morte física. Deus colocara a árvore da vida no jardim do Éden para que, ao comer continuamente dela, o ser humano nunca morresse. Mas, depois de Adão e Eva comerem do fruto da árvore do bem e do mal, Deus pronunciou estas palavras: “És pó e em pó tornarás” (Gn 3.19). Eles na morreram fisicamente no dia em que comeram, mas ficaram sujeitos à lei da morte como resultado da maldição divina.
2)      Adão e Eva também morreram no sentido moral, Deus advertia Adão que se comesse do fruto proibido, ele certamente morreria (Gn 2.17). Adão e sua esposa não morreram fisicamente naquele dia, mas moralmente, sim, isto é, a sua natureza tornou-se pecaminosa. A partir de Adão e Eva, todos nasceram com a natureza pecaminosa (Rm 8.5-8), isto é, uma tendência inata de seguir seu próprio caminho egoísta, alheio a Deus e ao próximo.
3)      Adão e Eva também morreram espiritualmente quando desobedeceram a Deus, por isso destruiu o relacionamento íntimo que tinha antes com Deus. Já não anelavam caminha e conversar com Deus no jardim; pelo contrário, esconderam-se da sua presença (Gn 3.8). A Bíblia também ensina que, à parte de Cristo, todos estão alienados de Deus e da vida nEle (Ef 4.17,18), isto é, estão espiritualmente mortos.
4)      Finalmente, a morte, como resultado do pecado, importa em morte eterna. A vida eterna viria pela obediência de Adão e Eva (Gn 3.22); ao invés disso, a lei da morte eterna entrou em operação. A morte eterna é a eterna condenação e separação de Deus como resultado da desobediência do homem para com Deus.
5)      A única maneira de o ser humano escapar da morte, em todos os aspectos é através de Jesus Cristo, que “aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção” (2Tm 1.10). Ele mediante a sua morte, reconcilou-nos com Deus, e, assim, Deus fez a separação e alienação espirituais resultantes do pecado. Pela sua ressurreição Ele venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte física.

A morte física do crente

            Embora o crente em Cristo tenha certeza da vida ressurreta, não deixará de experimentar a morte física. O crente, porém, encara a morte de modo diferente do incrédulo. Seguem-se algumas das verdades reveladas na Bíblia a respeito da morte do crente.
            1º) A morte, para os salvos, não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror (1Co 15.55-57), mas um meio de transição para uma vida plena. Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2Co 4.17) e do corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2Co 5.1-5). Paulo se refere à morte como sono (1Co 15.1,6, 18.20; 1Ts 4.13-15), o que dá a entender que morrer é descansar do labor e das lutas terrenas, conforme Apocalipse 14.13.
            2º) A Bíblia refere-se à morte dos crentes em termos consoladores. Por exemplo, ela afirma que a morte do santo “Preciosa é à vista do Senhor” (Sl 116.15). É a entrada na paz (Is 57.1,2) e na glória (Sl 73.24); é ser levado pelos anjos “para o seio de Abraão” (Lc 16.22); é ir ao “paraíso” (Lc 23.43); é ir à casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (Jo 14.2); é uma partida bem aventurada para estar “com Cristo” (Fp 1.23); é ir “habitar com o Senhor” (2Co 5.8); é um dormir em Cristo (1Co 15.18); “É ganho... ainda muito melhor” (Fp 1.21,23); é a ocasião de receber a “coroa da justiça” (2Tm 4.8).
            3º) Quanto ao estado dos salvos, entre a sua morte e a ressurreição do corpo, as Escrituras ensinam o seguinte:
a)      No momento da morte, o crente é conduzido à presença de Cristo (2Co 5.8; Fp 1.23).
b)      Permanece em plena consciência (Lc 16.19-31) e desfruta de alegria diante da bondade e amor de Deus, conforme Efésios 2.7.
c)      O céu é como um lar, isto é, um maravilhoso lugar de repouso e segurança (Ap 6.11) e de convívio e comunhão com os santos (Jo 14.2).
d)      O viver no céu incluirá a adoração e o louvo a Deus (Sl 87; Ap 14.2,3; 15.3).
e)      Os salvos nos céu, até o dia da ressurreição do corpo, não são espíritos incorpóreos e invisíveis, mas seres dotados de uma forma corpórea celestial, temporária (Lc 9.30-32; 2Co 5.1-4).
f)       No céu, os crentes conservam sua identidade individual (Mt 8.11; Lc 9.30-32).
g)      Os crentes que passam para o céu continuam a almejar que os propósitos de Deus na Terra se cumpram (Ap 6.9-11).
4º) Embora o salvo tenha grande esperança e alegria ao morrer, os demais crentes que ficam não deixam de lamentar a morte de um ente querido. Quando Jacó faleceu, por exemplo, José lamentou profundamente a morte de seu pai. O que se deu com José ante a morte de seu pai é semelhante ao que acontece a todos os crentes, quando falece um seu ente querido (Gn 50.1).



AMÉM!