sábado, 5 de novembro de 2016

31 - A GLÓRIA DE DEUS


“Ez 10.14: Então, se levantou a glória de sobre o querubim para a entrada da casa; e encheu-se a casa de uma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor”.

Definição da glória de Deus
            A palavra glória no original bíblico hebraico “tip’eret” que por sua vez significa “glória, beleza, ornamento, distinção, orgulho”. Este substantivo aparece em torno de 51 vezes e em todos os períodos do hebraico bíblico. O termo tip’eret (ou tip’arãh) significa “glória” em várias ocasiões. Relacionado a Deus é usado para enfatizar Sua dignidade, renome e beleza. A expressão “glória de Deus” tem emprego variado na Bíblia.
1)    Às vezes, descreve o esplendor e majestade de Deus, uma glória tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la e continuar vivo. Quando muito pode-se ver apenas um “aparecimento de semelhança da glória do Senhor” (conforme a visão de Ezequiel teve do trono de Deus, Ez 1.26-28). Neste sentido, a glória de Deus designa sua singularidade, sua santidade e sua transcendência. Pedro emprega a expressão “a magnífica glória” com um nome de Deus em 2Pe 1.17.
2)    A glória de Deus também se refere à presença visível de Deus entre o povo, glória esta que os rabinos de tempos posteriores chamavam de “shekinah” Shekinah é uma palavra hebraica que significa “habitação [de Deus]”, empregada para descrever a manifestação visível da presença e glória de Deus. Moisés viu a shekinah de Deus na coluna de nuvem e de fogo “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite.” (Êx 13.21). Em Êx 29.43 é chamada “minha glória”. Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei, encheu o Tabernáculo, guiou Israel no deserto e posteriormente enche o templo de Salomão. Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo. Ezequiel viu a glória do Senhor levantar-se e afastar-se do templo por causa da idolatria infrene ali (Ez 10.4,18, 19). O equivalente da glória shekinah no NT é Jesus Cristo que, como a glória de Deus em carne humana, veio habitar entre nós (Jo 1.14). Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9), os discípulos a viram na transfiguração de Cristo, e Estevão a viu na ocasião do seu martírio (At 7.55).
3)    Um terceiro aspecto da glória de Deus é sua presença e poder espirituais. Os céus declaram glória de Deus “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1) e toda a terra está cheia de sua glória (Is 6.3), todavia o esplendor da majestade divina não é comumente visível, nem notado. Por outro lado, o crente participa da glória e da presença de Deus em sua comunhão, seu amor, justiça e manifestações, mediante o poder do Espírito Santo “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito Santo do Senhor” (2Co 3.18).
4)    Por último, o AT adverte que qualquer tipo de idolatria é uma usurpação de glória de Deus e uma desonra ao seu nome. Cada vez que Deus se manifesta como nosso Redentor, seu nome é glorificado. Todo o ministério de Cristo na Terra redundou em glória ao nosso Deus.

A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO
            Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria revelada a glória de Deus para que toda raça humana a visse “E a gloria do Senhor se manifestará...” (Is 40.5). Tanto João como o escritor aos Hebreus (Jo1. 14; Hb 1.3) testificam que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. A Glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo. A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério do AT. Paulo chama Jesus “o Senhor da glória”, e Tiago o chama “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da Glória” (Tg 2.1).
            Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo em Jesus Cristo e a Glória de Deus. Seus milagres revelavam a sua glória “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória...” Jo 2.11). Cristo transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5), onde Ele recebeu glória. À hora da sua morte foi à hora da sua glorificação “... É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado”. (Jo 12.23). Subiu ao céu em glória, e agora está exaltado em glória (Ap 5.12,13), e um dia voltará “sobre as nuvens dos céus com poder e grande glória” (Mt 24.30).

A GLÓRIA DE DEUS NA VIDA DO CRENTE
Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?
Concernente à glória celestial e majestosa de Deus, é bem verdade que ninguém pode contemplar essa glória e sobreviver. Sabemos que ela existe, mas não a vemos. Deus habita em luz e glória inacessíveis, que nenhum ser humano pode vê-lo face a face (1Tm 6.16).
A glória shekinah de Deus, no entanto, era conhecida do seu povo nos tempos bíblicos. No decurso da história, até o presente, sabe-se de crentes que tiveram visões de Deus, semelhantes às de Isaías (Is 6) e Ezequiel (Ez 1), embora isso não fosse comum naqueles tempos, nem agora. Experiência da glória de Deus, no entanto, é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação, quando virmos a Jesus face a face. Seremos levados à presença gloriosa de Deus, e compartilharmos da glória de Cristo (Rm 8.17,18) e receberemos uma coroa de glória (1Pe 5.4). Até mesmos o nosso corpo ressurreto terá a glória de Cristo ressuscitado (1Co 15.42,43; Fp 3.21).
            De um modo mais direto, o crente sincero experimenta a presença espiritual de Deus. O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e do Senhor Jesus. Quando o Espírito opera poderosamente na igreja, através das suas manifestações sobrenaturais (1Co 12.1-12), o crente experimenta a glória de Deus no seu meio, isto é, um sentimento de majestosa presença de Deus, semelhante ao que sentiram os pastores nos campos de Belém quando nasceu o Salvador (Lc 2.8-20).
            O crente que abandona o pecado e que repudia a idolatria pode ser cheio da glória de Cristo (Jo 17.22), bem como do Espírito da glória; na realidade, uma das razões de Jesus vir ao mundo foi para encher de glória os crentes. Como salvos por Cristo Jesus, devemos viver a nossa vida inteira para a glória de Deus, a fim de que Ele seja glorificado em nós, “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co 10.31)

AMÉM!
 Erivelton R. de Jesus

Fontes: Bíblia de Estudos Pentecostal e outros

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