sábado, 5 de novembro de 2016

32 - A INTERCESSÃO


Dn 9.3: “Eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza”.

            Pode se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa que extremamente necessitem da intervenção divina. A oração de Daniel no capítulo 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.

A INTERCESSÃO DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO
            Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais ele viera buscar e salvar. Chorou quebantado, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém “E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela” (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente, como pelo grupo todo (compare Lc 22.32 com Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz “e dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” (Lc 23.34).
            Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o que interceder pelos crentes diante do trono de Deus “... o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.24) e ainda em Hebreus 7.25; 9.24. Cristo vive no céu, na presença do Pai, intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai. Pelo ministério da intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade, tentação, fraqueza, pecado e provação. A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do seu, bem como sua vontade de derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes, nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão. Mediante a intercessão de Cristo, aquele que se chega a Deus, isto é, se chega continuamente a Deus, pois particípio no grego para o salvo “perfeitamente”. A intercessão de Cristo como nosso sumo sacerdote, é essencial para nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça, misericórdia e ajuda que nos são outorgados através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é aproximar-nos de deus por meio de Cristo pela fé (1Pe 1.5). Note que Cristo não permanece côo advogado e intercessor dos que se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com Deus. Sua intercessão para salvar “perfeitamente” é somente para aqueles que “por Ele se chegam a Deus” (Hb 7.25). Não há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a Deus por Ele. Posto que Cristo é nosso único mediador e intercessor no céu, qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico. João refere-se a Jesus como “um advogado para com o Pai” (1Jo 2.1). A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação. Sem a sua graça, misericórdia e ajuda, que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de Deus e voltaríamos à escravidão do pecado.
            O Espírito Santo também está empenhado na intercessão, Paulo declara: “Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). No tocante à atividade do Espírito Santo em ajudar o crente a orar, três observações são importantes:
1)    O filho de Deus tem dois intercessores divinos. Cristo intercede no céu pelo crente, perante a face do Pai e o Espírito Santo intercede no íntimo do crente, na terra.
2)    “Com gemidos”, provavelmente, indica que o Espírito intercede juntamente com os gemidos do crente. Esses gemidos têm lugar no coração do crente.
3)    Os desejos e anseios espirituais dos crentes têm sua origem no Espírito Santo, que habita em nosso coração. O próprio Espírito suspira, geme e sofre dentro de nós, ansiando pelo dia final da redenção. Ele apela ao pai em favor das nossas necessidades “segundo a vontade de Deus”. Portanto, Cristo intercede pelo crente, no céu, e o Espírito intercede dentro do crente, na terra.

A INTERCESSÃO DO CRENTE
            A Bíblia refere-se constantemente às orações intercessórias do crente e registra numerosos exemplos de orações notáveis e poderosas.
            No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis, profetas e sacerdotes, deviam ser exemplo na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael e de Sodoma e Gomorra, as orações de Davi em favor de seus filhos, e as de Jó em favor de seus filhos. Na vida de Moisés, temos o exemplo supremos no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar. Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destuí-lo e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, falou o assunto ao Senhor em oração e implorou a favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: “Conforme à tua palavra, lhe perdoei” (Nm 14.20). Outros poderosos intercessores do AT são Elias, Daniel e Neemias.
            O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações intercessórias. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de um servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).
            A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão “Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus” (At 12.5). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem “uns pelos outros” (Tg 5.16). Paulo vai mais além, e pede que se faça a oração em favor de todos. (1Tm 2.1-3).
            O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece, menção especial. Em muitas das suas epístolas discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos, exemplo, Rm 1.9,10; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm vers 4-6. Vez por outra fala das suas orações intercessórias (Ef 1.16-18); 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4).

PROPÓSITO DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
            Nas numerosas orações intercessórias da Bíblia, os santos de Deus intercediam para que Deus sustasse o seu juízo, que restaurasse o seu povo, que livrasse as pessoas do perigo e que abençoasse seu povo. Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes, para que alguém fosse curado, pelo perdão dos pecados, para Deus dar capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem, pelo crescimento na vida cristã, por pastores que sejam capazes, pela obra missionária, pela salvação do próximo e para que os povos louvem a Deus. Qualquer coisa que a Bíblia revele como perfeita vontade de Deus para seu povo pode ser um motivo apropriado para a oração intercessória.

AMÉM!

Erivelton de Jesus.

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