Sl 139.7,8: “Para
onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu,
tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.”
A
Bíblia não procura comprovar a existência de Deus. Em vez disso, ela declara a
sua existência e apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos
são exclusivos dEle, com Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato
de ter sido criado à imagem de Deus. Para compreendermos melhor a respeito dos
atributos de Deus precisamos saber o significado dessa palavra, que deriva do
latim attributu, que tem como significado; aquilo que é próprio ou peculiar de
alguém ou de alguma coisa. Sabendo disso podemos entender que atributos de Deus
são somente dEle e de mais ninguém, como veremos neste estudo.
ATRIBUTOS EXCLUSIVOS DE DEUS
- DEUS
É ONIPRESENTE: Isto é, está presente
em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para
onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12) conforme Jr 23.23,24 que diz: “Sou eu apenas Deus de perto, diz o
Senhor, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos,
de modo que eu não o veja?- diz o Senhor. Porventura, não encho os céus e
a terra? – diz o Senhor.” Sabendo disso concluo dizendo que Deus observa
tudo quanto fazemos.
- DEUS
É ONISCIENTE: Isto é, Ele sabe todas
as coisas (Sl 139.1-6). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas
também nossos próprios pensamentos “Sem
que haja uma só palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo
conheces.” (Sl 139.4), (1Sm 16.7; 1Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10).
Quando a Bíblia fala da presciência de Deus significa que Ele conhece com
precisão a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos
exeqüíveis, reais, possíveis, futuros, passados ou predestinados. A
presciência de Deus não subentende determinismo filosófico, Deus é
plenamente soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo
e na história, segundo sua própria vontade e sabedoria. Noutras palavras,
Deus não é limitado à sua própria presciência, nem muito menos a nós, como
algumas pessoas pensam que Deus é seu empregado e que faz a sua vontade.
- DEUS
É ONIPOTENTE: Ele é todo poderoso e
detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas.
Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e
autoridade em todos os momentos. Por exemplo, Deus tem poder para
exterminar totalmente o pecado, mas optou por não fazer assim até o final
da história humana. Em muitos casos, Deus limita seu poder, quando o emprega
através do seu povo; em casos assim, o seu poder depende do nosso grau
entrega e de submissão a Ele.
- DEUS
É TRANSCEDENTE: Ele é diferente e independente da sua criação. Seu ser e sua
existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por
Ele criada “Mas, na verdade,
habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até os céus dos céus tem não
poderiam conter, quanto menos essa casa que eu tenho edificado.” (1Rs
8.27) e ainda (Is 66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente
perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e
existe à parte da criação “Aquele
que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum
homem viu nem pode ver; ao qual seja a hora e poder sempiterno: Amém.”
(1Tm 6.16). Estas palavras de Paulo a Timóteo expressam a transcendência
de Deus; que é diferente e independente da sua criação, exemplo, homens,
anjos, espíritos ou coisa física ou materiais. Deus não deve jamais ser
nivelado aos seres humanos, ou qualquer ser que Ele criou. Seu ser e sua
existência pertencem a uma dimensão totalmente diferente. Ele habita numa
esfera de vida perfeita e pura, em tudo acima da sua criação. Ele não é
parte da sua criação, nem sua criação é parte dEle. Além disso, os crentes
não são Deus e nunca serão deuses como afirma a Nova Era. Sempre seremos
seres limitados e dependentes de Deus, mesmo na era do porvir. Embora
exista uma distinção extrema entre Deus e toda criação, Deus também está
presente e ativo em todo o mundo. Ele vive e se manifesta entre seus
fiéis, que se arrependem dos seus pecados e que vivem peã fé em Cristo.
- DEUS
É ETERNO: Ele é de eternidade a eternidade (Sl 90.1,2); 102.12; Is
57.12). Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em
que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado pelo
tempo humano, “Mas, amados, não
ignoreis uma coisa; que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos
como um dia.” (2Pe 3.8) e ainda Sl 90.4, e é, melhor descrito como o “EU SOU” conforme Êx 3.14 e Jo
8.58.
- DEUS
É IMUTÁVEL: Ele é inalterável nos
seus atributos, nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça
humana. Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus propósitos
temporários ante o preceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar suas
decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores.
Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às
orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma
decisão como resultado das orações perseverantes dos justos como em Nm
14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8.
- DEUS
É PERFEITO E BOM: Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo. “Por que eu sou o Senhor, vosso Deus;
portanto vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo...”
(Lv 11.44); “Justo é o Senhor em
todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras” (Sl 145.17).
Adão e Eva foram criados sem pecado conforme Gn 1.31, mas com a
possibilidade de pecarem, Deus, no entanto, não pode pecar (Nm 23.19; 2Tm
2.13; Tt 1.2; Hb 6.18). Sua santidade inclui, também, sua dedicação à
realização dos seus propósitos e planos.
- DEUS
É TRINO E UNO: Ele é um só Deus, manifesto em três pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo como sabemos. Cada pessoa é plenamente divina, igualmente
divina, igual às duas outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus.
ATRIBUTOS MORAIS DE
DEUS
Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente
seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo,
porem, evidente que todos os seus atributos existem em grau infinitamente
superior aos humanos. Por exemplo, embora Deus e o ser humano possuam a
capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo grau de
intensidade como Deus ama. Além disso, devemos ressaltar que a capacidade
humana de ter essas características vem do fato de sermos criados à imagem de
Deus (Gn 1.26,27); Noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele não tem a
nossa, isto é, Ele não é como nós.
1)
DEUS É BOM: “Bom e reto é o Senhor;
pelo que ensinará o caminho aos pecadores.”(Sl
25.8) (Sl 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era
uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4-31). Ele continua sendo bom para
sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas. Ele cuida
até dos ímpios, em Mt 5.45 declara que: “...
porque faz com que o sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre
justos e injustos.”. Deus é bom, principalmente para os seus, que o invocam
em verdade, leiam também Sl 145.18-20.
2)
DEUS É AMOR: “Aquele que não ama não
conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo 4.8)
Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, composto de humanidade
pecadora. O evangelho segundo escreveu João 3.16 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todos aqueles que nele crer não pereça, mas tenham a vida
eterna.” A manifestação principal desse amor foi a de enviar seu filho
Jesus, para morrer em lugar dos pecadores. Além disso, Deus tem amor paternal
especial àquele que estão reconciliados com Ele pó meio de Jesus.
3)
DEUS É MISERICORDIOSO E
CLEMENTE: Ele não extermina o ser humano conforme
merecemos devido aos nossos pecados “Não
nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas
iniqüidades.” (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a
ser recebido pela fé em Jesus Cristo.
4)
DEUS É COMPASSIVO: Ser compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento de outra
pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua compaixão pela humanidade,
proveu-lhe perdão e salvação, conforme Sl 78.38: “Mas ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniqüidade e não os
destruiu.”. Semelhantemente, Jesus, o filho de Deus, demonstrou compaixão
pela humanidade ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos
cativos, dar vista aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos. (Lc 4.18).
5)
DEUS É PACIENTE E LENTO EM
IRAR-SE: Deus expressou essa característica pela
primeira vez no jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de
destruir a raça humana conforme era seu direito. Deus também foi paciente nos
dias de Noé, enquanto a arca estava sendo construída (1Pe 3.20). E Deus
continua demonstrando sua paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga
devida a ocasião, pois destruiria os pecadores, mas na sua paciência concede a
todos a oportunidade de se arrependerem e serem salvos 2Pe 3.9 diz: “O Senhor... é longânimo para convosco; não
querendo que alguns se percam, senão que todos venham arrepender-se”.
6)
DEUS É A VERDADE: Jesus chamou a si mesmo “a
verdade” Jo 14.6, e o Espírito é chamado o “Espírito da verdade” em Jo 14.17. Porque Deus é absolutamente
fidedigno e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra também é chamada
a verdade (2Sm 7.28; Sl 119.43; Is 45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato,
a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem a falsidade alguma.
7)
DEUS É FIEL: Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra; E cumprirá
tanto as suas promessas, quanto as suas advertências. A finalidade do Senhor é
de consolo inexprimível para o crente, e grande medo de condenação para todos
aquele que não se arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).
8)
DEUS É JUSTO: “Ele é a Rocha, cuja obra é
perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há
nele injustiça; justo e reto é.” (Dt 32.4). Ser justo significa que Deus
mantém a ordem moral do universo, é reto em sem pecado na sua maneira de tratar
a humanidade (Ne 9.33; Dn 9.14). A decisão de Deus de castigar com morte os
pecadores (Rm 5.12), procede da sua justiça (Rm 6.23); sua ira contra o pecado
decorre do seu amor à justiça (Rm 3.5,6). Ele revela a sua ira contra todas as
formas de iniqüidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria (1Rs 14.9,15, 22), a
incredulidade e o tratamento injusto com o próximo. Jesus Cristo, que é chamado
o “Justo” (At 7.52), também ama a
justiça e abomina o mal. Note que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor.
Pelo contrário, foi para satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este
mundo, como a sua dádiva de amor, e como seu sacrifício pelo pecado em lugar do
ser humano, a fim de nos reconciliar consigo mesmo (2Co 5.18-21). A revelação
final que Deus fez de si mesmo está em Jesus Cristo (Jo 1.18; Hb 1.1-4);
noutras palavras, se quisermos entender completamente a pessoas de Deus,
devemos olhar para Cristo, nEle habita toda plenitude da divindade (Cl 2.9).
Amém!