2Cr 5.1: “Assim, se
acabou toda a obra que Salomão fez para a Casa do Senhor; então, trouxe Salomão
às coisas consagradas de Davi, seu pai; a prata, o ouro, e todos os utensílios,
e pô-los entre os tesouros da Casa de Deus.”
História do templo
1) O
precursor do templo foi o tabernáculo, a tenda construída pelos israelitas
enquanto acampados no deserto, junto ao monte Sinai. Após entrarem na terra
prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os tempos do rei
Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele contratou milhares de
pessoas para trabalharem na construção do templo do Senhor. Mais tarde, o
templo foi terminado. O culto ao Senhor, e, especialmente os sacrifícios
oferecidos a Ele, tinha agora um lugar precioso na cidade de Jerusalém.
2) Durante
a monarquia, o templo passou por vários ciclos de profanação e restauração. Foi
saqueado por Sisaque do Egito durante o reinado de Roboão e foi restaurado pelo
rei Asa. Depois doutro período de idolatria e de declínio espiritual, o rei
Jozias fez os reparos na Casa do Senhor. Posteriormente, o rei Acaz removeu
parte dos ornamentos do templo, enviou para o rei da Assíria como meio de
apaziguamento político e cerro as portas do templo. Seu filho, Ezequias voltou
a abrir, consertar e purificar o templo, mas esse foi profanado de novo pelo
seu herdeiro, Manassés. O neto de Manassés, Josias, foi o último rei de Judá
que fez reparos no templo. A idolatria continou entre seus sucessores, e
finalmente Deus permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia destruísse
totalmente o templo (2Cr 36.18,19).
3) Cinquenta
anos mais tarde, o rei Ciro autorizou o regresso dos judeus de Babilônia para a
Palestina e a reconstrução do templo. Zorobabel dirigiu as obras da
reconstrução (Ed 3.8), mas sob oposição dos habitantes daquela região. Depois
de uma pausa de dez anos ou mais, o povo foi autorizado a reiniciar as obras, e
em breve o templo foi contemplado e dedicado. No início da era do NT, o rei Herodes
investiu muito tempo e dinheiro na reconstrução e embelezamento de um segundo
templo (Jo 2.20). Foi este o templo que Jesus purificou em duas ocasiões (Mt21.
12,13; Jo 2.13-21). Em 70 d.C., no entanto, depois de frequentes rebeliões dos
judeus contra as autoridades romanas, o tempo e a cidade de Jerusalém, foram
mais uma vez arrasados, ficando em ruínas.
O significado do templo para os
israelitas
Sob muitos aspectos, o
templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de Jerusalém.
- Simbolizava a
presença e a proteção do Senhor Deus entre o seu povo. Quando ele foi
dedicado, Deus desceu do céu e o encheu da sua glória, e prometeu que
poria o seu nome ali (2Cr 6.20,33). Por isso, quando o povo de Deus queria
orar ao Senhor, podia fazê-lo voltado em direção ao templo, e Deus ouviria
“desde o seu templo” (Sl 18.6).
- O templo também
representava a redenção de Deus para com seu povo. Pois atos importantes
tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelos pecados, no altar de
bronze, e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no
lugar santíssimo a fim de aspergir o sangue no propiciatório sobre a arca
para expiar os pecados do povo. Essas cerimônias do templo relembravam aos
israelitas o alto preço da sua redenção e reconciliação com Deus.
- Em tempo algum
da história do povo de Deus, houve mais de uma morada física ou habitação
de Deus. Isso demonstrava que há um só Deus – o Senhor Jeová, o Deus dos
israelitas, segundo o concerto.
- Todavia, o
templo não oferecia nenhuma garantia absoluta da presença de Deus;
simbolizava a presença de Deus somente enquanto o povo rejeitasse os
demais deuses e obedecesse à santa Lei de Deus. Miquéias, por exemplo,
verberava contra os líderes do povo de Deus, por sua violência e
materialismo, o qual sobreviria enquanto possuíssem o símbolo da presença
de Deus entre eles: o templo; Miquéias profetizou que Deis os castigaria
com destruição de Jerusalém e do seu templo. Posteriormente, Jeremias
repreendeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante
repetição de palavras: “Templo do
Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7.2-4,8-12).
Por causa da sua conduta ímpia, Deus destruiria o símbolo de sua presença
– o templo (Jr 7.14,15). Deus até mesmo disse a Jeremias que não adiantava
ele orar por Judá, porque Ele não o atenderia. A única esperança deles era
endireitar os seus caminhos (Jr 7.5-7).
O
significado do templo para a igreja cristã
A importância do templo no NT deve ser considerada no
contexto daquilo que simbolizava no AT.
- O próprio Jesus,
assim como os profetas do AT, censurou o uso indevido do Templo. Seu
primeiro grande ato público e o seu último foram expulsar do templo
aqueles que estavam pervertendo o seu verdadeiro propósito espiritual.
Essa dupla purificação do templo efetuada por Jesus durante seu ministério
de três anos indica quão importante são as lições espirituais, que se
seguem:
- O maior cuidado
de Jesus é com a Santificação e com devoção sincera dentro da sua igreja.
Ele morreu para santificá-la, purificando-a para se santo e irrepreensível
(Ef 5.25-27).
- A adoração na
igreja deve ser em espírito e em verdade. A igreja deve ser um lugar de
oração e de comunhão com Deus.
- Cristo condenará
todos aqueles que usam a igreja, o evangelho, ou seu reino, visando ganhos
ou glórias pessoais, ou autopromoção.
- Nosso amor sincero
a Deus e ao seu propósito redentor resultará num “zelo” consumidor pela injustiça da sua casa e do seu reino.
Isto quer dizer que ser semelhante a Cristo inclui a intolerância com a
iniquidade dentro da igreja.
- É essencial que
todo autêntico ministro cristão proteste contra aqueles que profanam e
degradam o reino de Deus.
- Se não deixarmos
Cristo entrar em nossas congregações para expurgar o engano, a
imoralidade, a secularização e a profanação, mais tarde, na sua segunda
vinda, Ele executará juízo divino, purificando suas igrejas de modo
definitivo (Ml 3.2).
- A igreja
primitiva em Jerusalém estava frequentemente à hora da oração (At 2.46;
3.1; 5.21,42). Assim faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse
não era o único lugar onde os crentes podiam orar. Estevão, e
posteriormente, Paulo, testemunharam que o Deus vivo não poderia ser
confinado a um templo feito por mãos humanas.
- A ênfase do
culto, para os cristãos, transferiu-se do templo para o próprio Jesus Cristo.
É Ele, e não o templo, que agora representa a presença de Deis entre o seu
povo. Ele é o verbo de Deus que se fez carne, e nEle habita toda plenitude
de Deus. O próprio Jesus declara ser Ele o próprio templo. Note também que
na sua fala à mulher samaritana, Jesus declarou que a adoração dentro em
breve seria realizada, não num prédio específico, mas “em espírito e em verdade”, isto é, onde verdadeiramente as
pessoas cressem na verdade da Palavra de Deus e recebessem o Espírito de
Deus por meio de Cristo.
- Posto que Jesus
Cristo personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a
igreja é o seu corpo, ela é denominada “tempo
de Deus”, onde habita Cristo e o seu Espírito. Mediante o seu
Espírito, Cristo habita na igreja, e requer que o seu corpo seja santo.
Assim como no AT, Deus não tolerava qualquer profanação do seu tempo,
assim também Ele promete que destruirá quem destruir a igreja. Paulo
escrevendo aos Corintos apresenta uma das advertências mais sérias do NT
aos que têm a responsabilidades de edificar a igreja de Cristo. Esse
trecho de 1Co 3.17 tem relevância especial para todos os que ocupam cargos
de ensino e liderança na obra do Senhor. Se alguém profanar ou corromper o
templo de Deus, o próprio Deus castigará aquele indivíduo com terrível
ruína e morte eterna. O crente pode corromper a igreja de Deus ao:
participar de imoralidade; formentar mentiras, enganos e ambições
egoístas; difundir falsa doutrina, rejeitar a revelação apostólica e
demonstrar indiferença à verdade bíblica; aceitar o pecado e o mundanismo
dentro da congregação; querer promover a igreja pó meio de sabedoria
mundana ou com um evangelho pervertido.
- O Espírito Santo
não somente habita na igreja, mas também no crente individualmente como
seu templo(1Co 6.19). Daí, a Bíblia advertir enfaticamente contra qualquer
contaminação do corpo humano por imoralidade ou impureza (1Co 6.18,19).
- Finalmente, note
que não há necessidade de um templo na nova Jerusalém “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus
todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22). A razão disso é evidente. O
templo era apenas um símbolo da presença de Deus entre o seu povo, e não a
plena realidade. Portanto, o templo não será necessário quando Deus e o
Cordeiro estiverem habitando entre seu povo: “O seu templo é o Senhor, Deus todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap
21.22).
AMÉM!!!!!!!!!!
Erivelton de Jesus
Fontes: Bíblia de
estudos Pentecostal e outros.
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