quinta-feira, 14 de novembro de 2013

20 - O SOFRIMENTO DOS JUSTOS

Jó 2.7,8: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé, até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, acentou-se no meio das cinzas.”
A fidelidade a Deus não é garantia que o crente não passará por aflições, dores e sofrimentos nesta vida. Paulo, por exemplo, tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma, e era da vontade de Deus que ele assim o fizesse. Quando, porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos revezes, tempestades e naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, Deus não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na vontade de Deus, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos pó Ele por caminhos desagradáveis, com aflições (At 28.16). Na realidade, Jesus ensinou que tais coisas poderão acontecer ao crente “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (2Tm 3.12). A Bíblia contém numerosos exemplos de santos que passaram por grandes sofrimentos, por diversas razões, como: José, Davi, Jeremias e Paulo.

Por que os crentes sofrem?
            São diversas as razões por que os crentes sofrem.
1)      O crente experimenta sofrimento como uma decorrência da queda de Adão e Eva. Quando o pecado entrou no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito e, finalmente, a morte sobre o ser humano. A Bíblia afirma o seguinte: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”. Realmente, a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por um novo céu e nova terra. É nosso dever sempre recorrermos à graça, fortaleza e consolo divinos.
2)      Certos crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes, isto é, conseqüência de seus próprios atos. A lei bíblica “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7) aplica-se a todos de modo geral. Se guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer graveis danos. Se não formos comedidos em nossos hábitos alimentares, certamente vamos ter graves problemas de saúde. È nosso dever sempre proceder com sabedoria e de acordo co a Palavra de Deus e evitar tudo o que nos privaria do cuidado providente de Deus.
3)      O crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo pecaminoso e corrompido. Por toda parte ao nosso redor estão os efeitos do pecado. Sentimos aflição e angústia ao vermos o domínio da iniqüidade sobre tantas vidas. É nosso dever orar para que Deus suplante vitoriosamente o poder do pecado.
4)      Os crentes enfrentam ataques do diabo.
a.      As Escrituras claramente mostram que Satanás, como “O deus desse século” (2Co 4.4), controla o presente século mau. Ele recebe permissão para afligir crentes de várias maneiras, conforme 1Pe 5.8,9. Jó, um homem reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás por permissão de Deus. Jesus afirmou que uma das mulheres por Ele curada estava presa por Satanás há dezoito anos (Lc 13.11,16). Paulo reconhecia que o seu espinho na carne era “um mensageiro de Satanás, pra me esbofetear” (2Co 12.7). À medida que travamos guerra espiritual contra “os príncipes das trevas deste século” (Ef 6.12), é inevitável a ocorrência de adversidades. Por isso, Deus nos proveu de armadura espiritual e armas espirituais. É nosso dever revertir-nos de toda armadura de Deus e orar (Ef 6.10-18), decididos a permanecer fiéis ao Senhor, segundo a força que Ele nos dá.
b.      Satanás e seus seguidores se comprazem em perseguir os crentes. Os que amam ao Senhor Jesus e seguem os seus princípios de verdade e retidão serão perseguidos por causa da sua fé. Evidentemente, esse sofrimento por causa da justiça pode ser uma indicação da nossa fiel devoção a Cristo. É nosso dever, uma vez que todos os crentes também são chamados a sofrer perseguição e desprezo por causa da justiça, continuar firmes, confiando naquele que julga com justiça (Mt 5.10,11; 1Co 15.58; 1Pe 2. 21-23).
5)      De um ponto de vista totalmente bíblico, o crente também sofre porque “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Ser cristão significa estar em Cristo, estar em união com Ele; nisso, compartilhemos dos seus sofrimentos. Por exemplo, assim como Cristo chorou em agonia por causa da cidade ímpia de Jerusalém, cujos habitantes recusavam a arrepender-se e aceitar a salvação, também devemos chorar pela pecaminosidade e condição perdida da raça humana. Paulo incluiu na lista de seus sofrimentos por amor a Cristo a sua preocupação diária pelas igrejas que fundara: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Que se escandaliza, que eu não me abrase?” (2Co 11.29). Semelhantemente angústia mental por causa daqueles que amamos em Cristo deve ser uma parte natural da nossa vida: “chorai com os que choram” (Rm 12.15). Realmente, compartilhar dos sofrimentos de Cristo é uma condição para sermos glorificados com Cristo. É nosso dever dar graças a Deus, pois, assim como os sofrimentos de Cristo são nossos, assim também nosso é o seu consolo (2Co 1.5).
6)      Deus pode usar o sofrimento como catalisador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual.
a)      Frenquentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual, exemplo livro de Juízes. É nosso dever confessar nossos pecados conhecidos, e examinar nossa vida para ver se há alguma coisa que desagrada o Espírito Santo.
b)      Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a prova da nossa fé”; elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Cristo. É nosso dever reconhecer que uma fé autêntica resultará em “Louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.7).
c)      Deus emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do nosso caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento. No sofrimento, aprendemos menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça. É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através do sofrimento.
d)      Deus também pode permitir que soframos por aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer. É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.
7)      Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo o sofrimento dos justos para propagar o seu reino redentor. Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios faziam parte do plano de Deus “para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento” (Gn 45.7). O principal exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, “o Santo e o Justo” (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumpridos. Isso não exime da iniqüidade aqueles o crucificaram, mas indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus propósitos e sua própria glória.

O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O SOFRIMENTO DO CRENTE
v  O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso sofre. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus. Deus promete na sua Palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1Co 10.13).
v  Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos. José verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (Gn 50.20) e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de apertos da nossa vida para o nosso próprio crescimento e benefício.
v  Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco “pelo vale da sombra e da morte” (Sl 23.4).

VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.
            Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
  1. Examinar as várias razões porque o ser humano sofre e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme contida em “É nosso dever”.
  2. Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias. O sofrimento nunca deve fazer você concluir que Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
  3. Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (Sl 27,8-14; 40.1-3; 130).
  4. Confie que Deus lhe dará graça para suportar a aflição até chegar o livramento. Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimentos, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (2Co 4.7).
  5. Leia a Palavra de Deus, principalmente os Salmos de conforto em tempos de lutas, exemplos: Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 138; etc.
  6. Busque revelação e discernimento da parte de Deus referente à sua situação, mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.
  7. No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4)



Amém!


Erivelton de Jesus

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