domingo, 9 de dezembro de 2012

04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA


Gn 45.5
“... não vos entristeçais, nem pese aos vossos olhos por me haverdes vendido pra cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou diante da vossa face.”
Depois de o Senhor Deus criar os céus e a terra, Ele não deixou o mundo à sua própria sorte. Pelo contrário, ele continua interessado na vida dos seus, cuidando da sua criação. Deus não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; Pelo contrário, Ele é Pai amoroso que cuida daquilo que criou. O constante cuidado de Deus por sua criação e por seu povo é chamado, na linguagem doutrinal, A PROVIDÊNCIA DIVINA.
ASPECTOS DA PROVIDÊNCIA DIVINA
Há pelo menos três aspectos da providência divina:
1) Preservação: Deus, pelo seu poder, preserva o mundo que Ele criou. A confissão de Davi fica clara: “A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo; Senhor, tu conservas os homens e os animais.” (Sl. 36.6). O poder preservador de Deus manifesta-se através do seu filho Jesus Cristo, conforme Paulo declara aos Colossenses 1.17: Cristo “é antes de todas as coisas, todas as coisas subsistem por Ele.” Pelo poder de Cristo, até mesmo as minúsculas partículas de vida mantêm-se coesas. Deus tem seus métodos, todas as pessoas sofreram, sofrem ou sofrerão em algum momento de vossas vidas, lutas, dificuldades, que comprovam a preservação de Deus por nós. Quantas pessoas Deus já preservaram a vida delas, mediante um livramento. Olha a vida do sonhador- José do Egito, Deus sobrepôs soberanamente a sua providência, a sua preservação, sobre a vida dele, depois de José ter recebido más ações de seus irmãos. E ainda mais Deus através de José preservou o povo do concerto, do qual descenderia o Cristo.
Deus já preservou a minha vida diversas vezes, mais teve uma ocasião em todos da cidade onde eu morava, contemplou realmente que Deus cuida dos seus, isso porque, meu pai, minha irmão, meu primo e eu sofremos um acidente de carro, onde o carro deu perda total, o acidente foi tão impressionante, que tirando as pessoas mais próximas de mim, ninguém acreditava que nós tínhamos sobrevivido àquele trágico acidente. Eu sou prova viva da preservação de Deus. E através desse acidente muitas pessoas, inclusive meu pai passou a acreditar realmente que Deus existe e cuida dos seus. Faço minhas as palavras de Davi: ”Tu és o lugar em que me escondo; Tu me preservas da angústia; Tu me cinges de alegres cantos de livramento.” (Sl 32.7)
2) Provisão: Deus não somente preserva o mundo que Ele criou, como também provê as necessidades das suas criaturas. Quando Deus criou o mundo, criou também as estações e proveu alimento aos seres humanos e animais. Depois de o Dilúvio destruir a terra, Deus renovou a promessa da provisão, com estas palavras: “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8. 22). Podemos notar que vários Salmos dão testemunho da bondade de Deus em suprir do necessário a todas as criaturas. (Ex: Sl 104; 145)
O mesmo Deus revelou a Jó o seu poder de criar e de sustentar (Jó 38-41), e Jesus asseverou em termos bem claros que Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo. “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes mais valor do que elas? E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?” (Mt 6.26,29, 30).
Seus cuidados abrangem, não somente as necessidades físicas da humanidade, como também as espirituais. “Porque Deus enviou o seu filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” (Jo 3.17).
A bíblia revela que Deus manifesta um amor e cuidado especiais pelo seu próprio povo, tendo cada um dos seus em alta estima (ex: Sl 91). Em Mateus 10.31, Jesus ensina que os fiéis filhos de Deus têm grande valor para seu pai celestial, isto é, que Deus se importa com você e com suas necessidades pessoais; Ele anseia tanto pelo seu amor e a comunhão com você que enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz por você. Você nunca está longe da sua presença, cuidado e solicitude. Ele conhece todas as suas necessidades, provações e tristezas.
Paulo escreve de modo inequívoco aos crentes de Filipos: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4.19). Paulo enfatiza que Deus suprirá todas as necessidades, à medida que apresentamos diante Dele. O suprimento das nossas necessidades vem por “Cristo Jesus”. Somente quem tem comunhão com Cristo e na comunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de Deus. De conformidade com João, Deus quer que seu povo tenha saúde, e que tudo lhe vá bem. (3Jo 2)
3) Governo: Deus, além de preservar sua criação e prover-lhe o necessário, também governa o mundo. Deus, como soberano que é, dirige os eventos da história, que acontecem segundo sua vontade permissiva e seu cuidado. Mesmo assim até Deus consumar a história, Ele tem limitado seu poder e governo supremo neste mundo. As escrituras declaram que Satanás é “o deus deste século” (2Co 4.4) e exerce acentuado controle sobre a presente era maligna.
As escrituras não ensinam que Deus hoje controla diretamente este mundo ímpio, cheio de gente pecaminosa, de maldade, crueldade, injustiça, impiedade, etc. Deus não deseja nem causa todo o sofrimento que há no mundo, nem tudo quanto aqui ocorre procede da sua perfeita vontade. Como esta escrito em (Lc           13.34): “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste?”. Este versículo evidência a livre vontade do homem em resistir à graça de Deus.
A Bíblia indica que atualmente o mundo não está sob o domínio de Deus, mas em rebelião contra o seu governo, e está sob o domínio de Satanás. E ainda mais, como está em Lc 13.36; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14.
Mas esta limitação do poder e governo de Deus é apenas temporária, Ele destruirá toda a iniqüidade e o próprio Satanás (Ap 19.20). Somente então é que “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo sempre.” (Ap 11.15)

A PROVIDÊNCIA DIVINA E O SOFRIMENTO HUMANO

A revelação bíblica demonstra que a providência de Deus não é uma doutrina abstrata, mas que diz respeito à vida diária num mundo mau e decaído.
1) Toda pessoa experimenta o sofrimento em certas ocasiões da vida e daí surge à inevitável pergunta. “Por quê?”
Vou citar dois exemplos, de duas pessoas que mesmo estando na presença do Todo Poderoso foram profundamente provadas, e também fizeram essa pergunta, por quê?
Jó, quantos conhecem a história de Jó uma história linda entre aspas, linda porque nos dá uma ótima lição, um grande ensinamento. Jó perdeu tudo que tinha, até a sua saúde, detalhe permaneceu fiel a Deus. Deus agradava do seu servo Jó, mas um dia Jó também fez essa pergunta “... Porque fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? E porque me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade?...” (Jó 7.20b, 21 a).
Davi também em alguns dos Salmos faz essa pergunta para Deus. Acredito que quando Davi escreveu esses Salmos, Davi estava passando por grandes provações, momentos super difíceis, angustiantes. Ex: “Porque te conservas longe, Senhor? Porque te escondes nos tempos de angústia?” (Sl 10.1) etc.
2) Deus permite que os seres humanos experimentem as conseqüências do pecado que penetrou no mundo através da queda de Adão e Eva. José por exemplo: Sofreu muito por causa da inveja e crueldade dos seus irmãos. Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e continuou como escravo de Potifar, no Egito. Vivia no Egito uma vida temente a Deus, quando foi injustamente acusado de imoralidade, lançado no cárcere e mantido ali por mais de dois anos. Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, embora Ele possa soberanamente controlas tais ações, de tal maneira que seja cumprida a sua vontade. Segundo o testamento de José, Deus estava agindo através dos delitos dos seus irmãos, para a preservação da vida (Gn 45.5; 50.20) “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande.”
3) Não somente sofremos as conseqüências dos pecados dos outros, como também sofremos as conseqüências dos nossos próprios atos pecaminosos. Por exemplo:
Ø  O pecado da imoralidade e do adultério resulta no fracasso do casamento e da família do culpado.
Ø  O pecado da ira desenfreada contra outra pessoa pode levar á agressão física, com ferimentos graves ou até mesmo o homicídio de uma das partes envolvidas, ou de ambas.
Ø  O pecado da cobiça pode levar ao furto e daí à prisão e cumprimento de pena.
Ø  O pecado da mentira desenfreada, pode levar as pessoas do seu convívio se afastar de você, etc.
4) Sofrimento também ocorre no mundo por que satanás, o deus deste mundo, tem permissão para executar a sua obra de  cegar as mentes dos incrédulos e de controlar as suas vidas. Paulo ao escrever sua 2ª carta aos Coríntos, no cap. 4 e vers. 4 relata justamente isso: “Nos quais o Deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” No novo testamento está repleto de pessoas que passaram por sofrimentos por causa dos demônios que atormentavam com aflição mental (Mc 5.1-14) ou com enfermidades físicas (Mt 9.32,33; 12.22; etc.). Dizer que Deus permite o sofrimento não significa que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que Ele pessoalmente determina todos os infortúnios da vida. Deus nunca é o instigador do mal ou da impiedade. Como relata Tiago: “Ninguém, sendo tentado, diga; de Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.” (Tg 1.13). Todavia, Ele às vezes, o permite, o dirige e impera soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua vontade, levar a efeito seu propósito redentor e fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que lhes são fiéis.


O RELACIONAMENTO DO CRENTE COM A PROVIDÊNCIA DIVINA
O crente para usufruir da providência de Deus em sua vida, tem responsabilidades a cumprir, conforme a Bíblia relata. Vou citar pelo menos 3 dessas responsabilidades.
1) Ele deve obedecer a Deus e à sua vontade revelada. No caso de José, por exemplo, fica claro que por ele honrar a Deus, mediante sua vida de obediência, Deus o honrou ao estar com ele. “O Senhor estava com José, e foi varão próspero,...” (Gn 39. 2 a). Semelhantemente, para o próprio Jesus desfrutar do cuidado divino protetor, ante as intenções do rei Herodes, seus pais terrenos tiveram que obedecer a Deus e fugir para o Egito. No cap. 2 vers. 13 de Mateus diz assim: “E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo; levanta-te, e toma o menino e a sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá, até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para matar.”
A tentativa de Herodes de matar Jesus e o método adotado por Deus de proteção ao menino revela várias verdades a respeito de como Deus guia e protege o seu povo.
a)    Deus não protegeu José, Maria e o menino sem a cooperação deles. A proteção dependia da obediência à orientação divina, que neste caso envolvia fugir do país.
b)    Deus pode permitir que certas coisas de difícil compreensão ocorram em nossas vidas, para cumprimento de propósitos seus. No sentido literal, Cristo começou a sua vida como refugiado e estrangeiro noutro país.
c)    Mesmo depois da solução de um problema difícil, haverá outros a serem enfrentados. A proteção e os cuidados providenciais divinos sempre serão necessários, por que o inimigo do crente nunca cessa seus ataques contra os fiéis.
Aqueles que temem a Deus e o reconhecem em todos os seus caminhos têm a promessa de que Deus endireitará as suas veredas.
2) Na sua providência, Deus dirige os assuntos da igreja e de cada um de nós como seus sevos. O crente deve estar em constante harmonia com a vontade de Deus para a sua vida, servindo-o e ajudando outras pessoas em nome dEle (At 18.10) “Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal...” Estando Paulo em Coríntos, depois de ter ministrado na casa de um homem chamado Tito o justo, e tendo muitas pessoas que creram e foram batizados, o Senhor disse a Paulo, em visão, não temas, mas fale e não te cales; porque eu sou contigo. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, proteger e guiar.
Podemos aprender mais desta verdade “Eu sou contigo”, examinando os trechos do AT que Deus declarou que estava pessoalmente com seus fiéis. Ex: Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: “Eu serei contigo”. (Êx 3.12)
Quando Josué assumiu a liderança de Israel, depois da morte de Moisés, Deus prometeu: “Serei contigo; não te deixarei nem te desampararei” (Js 1.5)
E Deus encorajou Israel com estas palavras: “Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não temas, pois, porque estou contigo...” (Is 43.2,5).
No NT, Mateus declara que Jesus veio ao mundo para tornar concreta a presença de Deus entre seu povo. Seu nome é “Emanuel”, que significa “Deus conosco”. Também no fim do evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos seus discípulos: “Eis que Eu estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor” (Mc 16.20)
3) Devamos amar a Deus e submeter-nos a Ele pela fé, em Cristo, se quisermos que Ele opere para o nosso bem em todas as coisas. “E sabemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Rm 8.28). Este versículo nos traz grande conforto, quando temos que enfrentar sofrimentos nessa vida.
a)    Deus fará surgir o bem de todas as aflições, provações, perseguições e sofrimentos. O bem que Deus leva a efeito é conformar-nos à imagem de Cristo, e finalmente, levar a efeito a nossa glorificação.
b)    Essa promessa é limitada aos que amam a Deus e lhes são submissos mediante a fé em Cristo. “E faço misericórdia em milhares aos que amam e guardam os meus mandamentos.” (Êx 20.6)
c)    “Todas as coisas” não incluem os nossos pecados e nossa negligência, isso quer dizer que ninguém pode alegar motivo para pecar, justificando que Deus fará resultar isso em bem.
Para termos sobre nós o cuidado de Deus quando em aflição, devemos clamar por Ele em oração e fé perseverante. Pela oração e confiança em Deus, experimentamos a paz (Fp 4.6,7), recebemos a sua força (Hb 4.16), Tal oração de fé pode ser em nosso favor ou em favor do próximo (Rm 15. 30-38).


AMÉM!!!!!!!!!!!
Fonte: Bíblia de Estudos Pentecostal
Erivelton R. de Jesus

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