sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

05 - A PÁSCOA


Êx 12.11
“Assim, pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e vosso cajado na mão; e comereis apressadamente; esta é a Páscoa do Senhor.”
           
CONTEXTO HISTÓRICO
Desde que Israel partiu do Egito em cerca 1445 a.C, o povo hebreu, ou “judeu” celebram a Páscoa todos os anos na primavera.
Depois de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, passaram mais de 400 anos de servidão no Egito, Deus decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e o designou como líder do Êxodo. Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu diante de Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: “Deixa ir o meu povo.” Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito. No decorrer de várias pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas, ao seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e última praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma alternativa senão lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar “Todo primogênito... Desde os homens até os animais” (Êx 12.12).
Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; A obediência a esta ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 do mês de Abibe, transformando em nosso calendário, fica entre o mês de Março-Abril; Famílias pequenas podiam repartir um cordeiro entre si. Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas ombreiras e na vaga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas. (Daí o termo Páscoa, do “Hebraico pesah”, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal de sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar o seu povo à importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus” que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).
A PÁSCOA NA HISTÓRIA ISRAELITA
A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebra a páscoa toda primavera, obedecendo às instruções divinas de que àquela celebração seria “Estatuto perpétuo”. Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: Recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o Êxodo milagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão de Faraó. Assim de geração em geração, o povo hebreu relembrava a redenção divina e seu livramento do Egito. Era dever dos pais usar a Páscoa para ensinarem aos filhos a verdade sobre a redenção da escravidão e do peado, que Deus fez deles um povo especial sob os cuidados e senhorio. Uma vez construído o templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém. O AT registra várias ocasiões em que uma Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa. (2Cr 31.1-20; 35.1-19; 2Rs 23.21-23; Ed 6.19-22).
Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino, que as Escrituras registram, foi quando seus pais o levaram a Jerusalém, aos doze anos de idade, para celebração da Páscoa. Posteriormente, última ceia que Jesus participou com seus discípulos em Jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa. O próprio Jesus foi crucificado na páscoa, como cordeiro pascoal que liberta o pecado e da morte todos aqueles que nEle crêem.
Os judeus hoje continuam celebrando a páscoa, embora seu modo de celebrá-la tenha mudado um pouco. Posto que já não há em Jerusalém um templo para sacrificar o cordeiro em obediência (Dt 16.1-6), a festa judaica contemporânea (chamada seder) já não é celebrada com cordeiro assado, mas as famílias reúnem-se para a solenidade. Retiram-se cerimonial mente das casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo.
A PÁSCOA E JESUS CRISTO
Para os cristãos, a Páscoa contém um rico simbolismo profético a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as festas judaicas “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1) “Porque, tendo à lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a Ele se chegam”, isto é, a redenção pelo sangue de Cristo. Note os seguintes itens de Êxodo 12, que nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu propósito para conosco.
1) O âmago, ou a essência, do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito não porque eles eram povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto. Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus. (Ef 2.8-20; Tt 3.4,5) “Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.”
2) O propósito do sangue aplicado às vergas das portas era salvar o filho primogênito de cada família; esse fato prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado (Êx 12.33; 23.27; Hb 9.22) “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não á remissão.”
3) O cordeiro de pascoal era um “um sacrifício” a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição à morte do crente. “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;” (Rm 3.25).
O NT enfatiza várias verdades no tocante à morte de Cristo em prol da humanidade.
1)    Foi um sacrifício, isto é, a oferenda do seu sangue, da sua vida. “Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7b).
2)    Foi vicária, isto é, Ele morreu, não para o seu próprio bem, mas para o bem dos outros. “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8)
3)    Foi substituinte, isto é, Cristo padeceu a morte como a penalidade do nosso pecado como nosso substituto.
4)    Foi propiciatório, isto é, a morte de Cristo em prol dos pecadores satisfez a lei justa de Deus, bem como ordem moral divina. A morte de Cristo removeu a ira de Deus contra o pecador arrependido. A integridade de Deus exigia que o pecado fosse castigado e que fosse feita propiciação junto a Ele, em nosso favor. Pela propiciação no sangue de Cristo, a santidade de Deus permaneceu imaculada e Ele pôde manifestar. Co toda justiça, a sua graça e amor na salvação. Deve ser enfatizado que o próprio Deus propôs Cristo como nossa propiciação. Ele não precisava ser persuadido a demonstra misericórdia e amor, pois “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5.19)
5)    Foi expiatório, isto é, um sacrifício para fazer expiação ou reparação pelo pecado. Como, expiação o sacrifício visa redimir a culpa. Pela morte de Cristo, foram anulados a culpa e o poder do pecado, que fazem separação entre Deus e o rente.
6)    Foi eficaz, isto é, a morte expiatória de Cristo tem em si o poder de produzir o efeito cabal necessário da redenção, quando esta é buscada pela fé.
7)    Foi vitoriosa, isto é, na cruz, Cristo triunfou na sua luta contra o poder do pecado, de Satanás e de suas hostes demoníacas, que mantinham o ser humano no cativeiro. Sua morte foi a vitória inicial sobre os inimigos espirituais de Deus e dos homens. Assim sendo, a morte de Cristo é redentora. Dando sua própria vida como resgate, “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como ouro e prata, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue de Cristo, como um cordeiro imaculado e incontaminado.” (1Pe 1.18,19), Ele nos libertou dos inimigos que mantinham a raça humana na escravidão, isto é, o pecado, a morte e satanás; e nos libertou para servirmos a Deus. Todos os benefícios da morte sacrificial de Cristo, mencionados supra, pertencem, em potencial, a todo ser humano, mas torna-se realidade somente àquele que, pela fé, aceitam Jesus e seu sacrifício redentor em lugar deles.
4) O cordeiro marcho separado para a morte tina de ser sem mácula, esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito filho de Deus. (Hb 4.15)
5) Alimentar-se do cordeiro representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, a morte esta que os salvou da morte física “Porventura, cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo?” (1Co 10.16). Assim como no caso da Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dEle na cruz foi um sacrifício eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como memorial, “em memória de mim” (1Co 11.24).
6) A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuadas com fé e obediência “Pela fé, celebrou a páscoa e a aspersão do sangue.” (Hb 11.28 a); Essa obediência pela fé resolutou, então, em redenção mediante o sangue. A salvação mediante o sangue de Cristo se obtém somente através da “obediência da fé” (Rm 1.5).
7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos. Uma vez que na Bíblia o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção, esses pães asmos representavam a separação entre os israelitas remidos e o Egito, isto é, o mundo e o pecado. Semelhantemente, o povo remido por Deus é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.
AMÉM!!!!!!
Fonte: Bíblia de Estudos Pentecostal, etc.
Erivelton R. de Jesus

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