Romanos 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro
do judeu também do grego.”
Deus nos
oferece livremente a vida eterna em Jesus Cristo, mas, ás vezes, nos é difícil
compreender o processo exato para torná-la disponível a nós. Por isso, Deus
apresenta na Bíblia vários aspectos da salvação, cada um com sua ênfase
exclusiva. Este estudo examina três desses aspectos: A salvação, a redenção e a
justificação.
SALVAÇÃO
Salvação
do grego “soteria [soteria], significa
livramento, chegar à meta final com segurança, proteger de dano, Já no Antigo
Testamento, Deus revelou-se como Salvador do seu povo, Moisés declara em Êxodo 15.2: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; Ele me foi por salvação;
este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; Ele é o Deus de meu pai;
por isso, o exaltarei”. Davi nos Salmos 27.1 também declara: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação;
a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem recearei?”. A
salvação é descrita na Bíblia como “caminho”,
ou a estrada através da vida, para comunhão eterna com Deus no céu, Jesus
ensinou e Mateus deixou registrado no Evangelho que leva o seu nome o seguinte:
“E porque estreita é a porta, apertado, o
caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”(Mt 7.14). O
Evangelista João é mais específico quando relata sobre esse caminho: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).Esta estrada
ou caminho dever ser percorrido até o fim, o apóstolo Pedro declarou: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o
caminho da justiça, do que, conhecendo-o desviarem-se do santo mandamento que
lhes fora dado.” (2Pe 2.21).
A salvação
pode ser descrita como um caminho com dois lados e três etapas:
1) O único caminho da salvação:
Cristo é o único caminho ao Pai, “E em
nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu, nenhum outro nome há,
dado entre os homens, pelo qual devamos se salvos” (At 4.12; Jo 14.6). A salvação nos é concedida
mediante a graça de Deus, manifesta em Jesus Cristo, é baseada em sua morte,
sua ressurreição e sua contínua intercessão pelos salmos (Rm 3.24,25; At 5.10;
Hb 7.25).
2)
Os
dois lados da salvação: A salvação é recebida de graça,
mediante a fé em Cristo “isto é, a
justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem;
porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em
Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras
da lei” (Rm 3.22-26,28). Isto é, a salvação resulta da graça de Deus e da
resposta humana da fé, “porque nele se
descobre a justiça de Deus de fé em fé, como esta escrito: Mas o justo viverá
pela fé” (Rm 1.17).
3)
As
três etapas da salvação:
3.1. A
etapa “passada” da salvação inclui
experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos
pecados e passamos da morte espiritual para a vida espiritual; do poder do
pecado para o poder do Senhor, do domínio de Satanás para o domínio de Deus “para lhes abrires os olhos e das trevas os
converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão
dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mm” (At 26.18). A
Salvação nos leva a um novo relacionamento pessoal com Deus “Mas todos quantos o receberam deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12)
e nos livra da condenação do pecado.
3.2. A
Etapa “presente” da salvação nos
livra do hábito e do domínio do pecado, e nos enche do Espírito Santo. Ela
abrange: 1º) O privilégio de um
relacionamento pessoal com Deus como nosso Pai e com Jesus Cristo como nosso
Senhor e Salvador: 2º) A conclamação para nos considerarmos mortos para o
pecado e para submetermos à direção do Espírito Santo e à Palavra de Deus; 3º)
O convite para sermos cheios do Espírito Santo e a ordem de continuarmos
cheios; 4º) A exigência para nos separarmos do pecado e da presente geração
perversa; e 5º) A chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de
Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas.
3.3. A etapa “futura” da salvação abrange: nosso livramento da ira vindoura de Deus;
nossa participação da glória divina e nosso recebimento de um corpo ressurreto,
transformado e os galardões que receberemos como vencedores fiéis. Apocalipse
27 nos diz: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que
vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que esta no meio do paraíso de
Deus”. O vencedor (gr Nikon [Nikon]) é
aquele que, mediante a graça de Deus recebida através da fé em Cristo,
experimentou o novo nascimento e permanece constante na vitória sobre o pecado,
o mundo e Satanás.
Cercado
de muita oposição e apostasia, o vencedor se recusa a conforma-se com o mundo e
a impiedade dentro e fora da igreja. Ele ouve e atende aquilo que o Espírito
diz às igrejas, permanece fiel a Cristo até o fim e aceita somente o padrão de
Deus para a vida cristã, revelado na sua Santa Palavra.
Nas
igrejas de Deus, o vencedor, somente o vencedor, comerá da árvore da vida, não
sofrerá o dano da segunda morte, receberá o maná escondido e um novo nome no
céu, terá autoridade sobre as nações, seu nome não será removido do Livro da
Vida, será honrado por Cristo diante do Pai e dos anjos, permanecerá com Deus
no seu templo, terá sobre si o nome de Deus, de Cristo e da nova Jerusalém e
será para sempre filho de Deus.
O
segredo da sua vitória é a morte expiadora de Cristo, seu próprio testemunho
fiel acerca de Jesus e a perseverança no amor a Cristo até à morte. Note que,
vencemos o pecado, o mundo, e Satanás ou somos por eles vencidos, acabando por
sermos lançados no lago de fogo e enxofre, não há grupo neutro.
Essa
etapa futura da salvação é o alvo que todos os cristãos se esforçam para
alcançar. Toda advertência, disciplina e castigo do tempo presente da vida do
crente tem como propósitos preveni-lo a não perder essa salvação.
REDENÇÃO
O significado
original de “redenção” (gr
apolutrosis [apolutrosis]) é
resgatar mediante o pagamento de um preço. A expressão denota o meio pela qual
a Salvação é obtida, a saber: pagamento de um resgate. A doutrina da redenção pode
ser resumida da seguinte forma:
1. O estado do pecado, do qual precisamos
ser redimidos: O Novo Testamento mostra que o ser humano
está alienado de Deus, sob o domínio de Satanás, escravizado pelo pecado e
necessitando de livramento da culpa, da condenação e do poder do pecado.
2. O preço pago para nos livrar dessa
escravidão: Cristo pagou esse resgate ao derramar seu
sangue e dar a sua vida.
3.
O
estado presente dos redimidos: Os crentes redimidos por
Cristo estão agora livres do domínio de Satanás e da culpa e do poder do
pecado. Essa libertação do pecado, no entanto, não nos deixa livres para fazer
o que queremos, pois somos propriedade de Deus. A nossa libertação do pecado
por Deus nos torna em servos voluntários seus.
4.
A doutrina da redenção no Novo Testamento
já estava prefigurada nos casos de
redenção registrados no Antigo Testamento. O grande evento redentor do Antigo
Testamento foi o êxodo de Israel. Também, no sistema sacrificial levítico, o
sangue de animais era o preço pago para expiar o pecado.
JUSTIFICAÇÃO
A palavra justificação (gr dikaioo [dikaioo]) significa ser “justo ou reto diante de Deus”, tornado
justo, estabelecer como certo ou endireitar. Denota estar num relacionamento
certo com Deus, mais do que receber uma mera declaração judicial ou
legal. Deus perdoa o pecador arrependido, a quem Ele tinha declarado culpado
segundo a sua Lei e condenado à morte eterna, restaura-o ao favor divino e o
coloca em relacionamento correto (comunhão) com Ele mesmo e com Sua vontade. Ao
apóstolo Paulo foram reveladas várias verdades a respeito da justificação e
como ela é efetuada:
1) A justificação diante de Deus é uma
dádiva. Ninguém pode justificar-se diante de Deus guardando toda
Lei ou fazendo boas obras, “porque todos
pecaram e destituídos estão da Glória de Deus” (Rm 3.23).
2) A justificação diante de deus se alcança
mediante “a redenção de que
há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Ninguém é justificado sem que antes seja
redimido por Cristo, do seu pecado e do seu poder.
3) A justificação diante de Deus provém da “sua graça”, sendo obtida mediante a fé
em Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
4) A justificação diante de Deus, está relacionada com o perdão dos nossos
pecados. Os pecadores são declarados culpados diante de Deus, mas por
causa da morte expiatória de Cristo e da
sua ressurreição são perdoados.
5) Uma vez justificados diante de Deus, mediante
a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a habitar em nós.
Através dessa experiência, nos tornamos de fato justos e começamos a viver para
Deus. Essa obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito Santo, não
se pode separar da sua obra redentora a nosso favor. A obra de Cristo e a do
Espírito Santo são de mútua dependência.
AMÉM!
ERIVELTON
DE JESUS
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